«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

terça-feira, 31 de maio de 2005

DRM: EXPANSÃO DAS EMISSÕES ATÉ AOS 120 MHZ E COOPERAÇÃO COM O WORLD DAB FORUM

O DRM Consortium vai expandir até aos 120 MHz as possibilidades de radiodifusão em Digital Rádio Mondiale. Com este alargamento fica coberta a Banda II do VHF, onde se situam as transmissões de radiodifusão em Frequência Modulada (87.50 MHz – 108.00 MHz).
Este alargamento resulta de uma cooperação entre o DRM Consortium e o World DAB Fórum. Estas duas entidades estão a desenvolver projectos mútuos, tentando encontrar soluções comuns para a migração para o digital.
As transmissões em DRM eram feitas, até aqui, abaixo dos 30 MHz, enquanto as emissões em Digital Audio Broadcasting (DAB) estavam restritas a emissões em VHF, banda L (1452 MHz - 1492 MHz) e banda III (174 MHz – 230 MHz).

domingo, 29 de maio de 2005

PARA A HISTÓRIA DA RR

O jornal “A Capital” tem um interessante artigo, da autoria de Serafim Lobato, sobre os acontecimentos na Rádio Renascença há 30 anos: «Passaram, a 27 de Maio, 30 anos da ocupação formal e oficial das instalações da Rádio Renascença, pertença da hierarquia da Igreja Católica, por parte dos trabalhadores da empresa. Foi a acção de ruptura num conflito latente e larvar existente naquela empresa que vinha praticamente desde o 25 de Abril de 1974, empresa essa detida pela Igreja Católica, que se radicalizou, extravasando o mero conflito interno, à medida que evoluiu a crise revolucionária no período de 74/75. Curiosamente, foi na Rádio Renascença que teve lugar o primeiro movimento grevista na comunicação social no pós-25 de Abril. Cinco dias depois daquela data, a 30 de Abril, os trabalhadores dos “serviços de noticiários” da estação radiofónica, com o apoio dos restantes profissionais da empresa, entraram em greve.»

UM DIA DEDICADO AO FUTEBOL - II

Hoje é outro dia que a rádio portuguesa dedica ao desporto-rei. Depois da cobertura da última jornada da Superliga de futebol, agora é a Final da Taça de Portugal a mobilizar as emissoras portuguesas.
A TSF tema emissão dividida em duas partes: das 11h00 às 13h00, dedicada à antevisão do jogo Vitória de Setúbal – Benfica e a partir das 14h terá inicio o especial desporto. O relato estará a cargo de João Ricardo Pateiro e Fernando Correia.
A Rádio Renascença começará a emissão desportiva às 16h00. O relato estará a cargo de Pedro Sousa.
A Antena 1 arranca às 15h00 e vai até perto das 21h00. O encontro vai ter relato de Nuno Matos e Paulo Garcia.
Depois do jogo todas as emissoras terão espaços de opinião dos ouvintes e cujo tema será, obviamente, o jogo da Taça.
A TSF foi a primeira emissora a incluir espaços de opinião dos ouvintes. As outras emissoras não costumavam abrir a antena a quem as escutava, mas com isto iam perdendo audiência. Reconhecido o problema, todas as emissoras também já abrem espaços de interacção com os ouvintes.

quinta-feira, 26 de maio de 2005

ENGENHEIRO MAGALHÃES CRESPO NOMEADO PRESIDENTE EMÉRITO DA RR

O engenheiro Magalhães Crespo cessou as funções executivas na Rádio Renascença. Em reconhecimento e louvor pelos serviços prestados à RR durante mais de trinta anos, o Patriarcado de Lisboa e a Conferência Episcopal Portuguesa – sócios da RR - nomearam o Engenheiro Fernando Magalhães Crespo, Presidente Emérito da Emissora Católica Portuguesa.
O novo Presidente do Conselho de Gerência da Emissora Católica Portuguesa é o Reverendo Cónego João Aguiar Campos que integra, desde há vinte e cinco anos, os quadros da Rádio Renascença, onde desempenhou funções de Director do Centro de Produção do Porto e de Director de Informação. Era, até agora, Director do jornal Diário do Minho. O novo Presidente do Conselho de Gerência da Emissora Católica Portuguesa tomará posse na segunda quinzena do mês de Junho.

QUOTAS DE MÚSICA PORTUGUESA NA RÁDIO

As quotas de música portuguesa na Rádio têm gerado várias discussões - de um lado os artistas, do outro as emissoras - e este será sempre um assunto polémico.
A discussão sobre a música portuguesa na rádio vai voltar ao parlamento. O PS quer que as emissoras privadas sejam obrigadas a passar entre 20% a 40% de música portuguesa e a rádio pública 60%. Isentas do cumprimento da lei ficam as rádios classificadas de temáticas.
Em declarações ao DN, José Faustino - presidente da Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) – afirmou que esta é «uma visão proteccionista com a qual discordamos completamente (...). Este projecto de lei parte do pressuposto falso de que as rádios não passam música portuguesa (...) e a mesma visa proteger as editoras discográficas»
David Ferreira - director da EMI – acha que «as rádios vão ganhar, uma vez que a música de rádio actual diverge do que as pessoas gostam e consomem».
O ideal seria não existirem quotas. Mas entendo que se deve defender a música e a língua portuguesas, só que cabe às emissoras de serviço público estarem na primeira linha desta luta.
Para testar a teoria de David Ferreira mude-se a linha musical, por exemplo, da Antena 1 ou da Antena 3, passando estas emissoras exclusivamente música portuguesa. Se as audiências subirem dou-lhe razão.

NO AR – LIVE ON PAPER

Aí está mais um livro sobre a rádio. José Ramos, uma conhecida voz da rádio e, principalmente, da publicidade, vai apresentar no próximo dia 2 de Junho, pelas 18.30h, no Café CAFÉ, em Alcântara, o seu livro No Ar - Live on Paper.
A apresentação da obra estará a cargo de Herman José e de José Alberto Carvalho.

quarta-feira, 25 de maio de 2005

RADIODIFUSÃO ANALÓGICA: SWITCH OFF ATÉ 2012

A Comissão Europeia quer toda a União Europeia com rádio e televisão digital até 2012. Até lá os 25 Estados membros deverão de terminar com toda a radiodifusão analógica (switch off). Prevê-se que em 2010 os sistemas digitais estejam em pleno funcionamento na maior parte da União Europeia. No entanto, Portugal ainda não notificou a Comissão Europeia das suas intenções.
A migração para os sistemas digitais sempre se fez por imposição e não por escolha dos consumidores. O CD impôs-se porque os discos de vinil desapareceram das lojas e, mesmo assim, demorou cerca de quinze anos. Quando finalmente o CD se impôs, como formato áudio dominante, viu-se ameaçado pelos suportes digitais de alta resolução, como o DVD-Audio e o SACD, e pelos formatos de áudio que circulam na Internet.
As cassetes digitais, DAT e DCC, também não tiveram sucesso e, só agora, é que as cassetes analógicas estão realmente ameaçadas devido ao aparecimento dos leitores/gravadores de áudio digital comprimido (MDs, iPods, leitores de mp3, etc.) e com a facilidade que existe em gravar CDs.
A rádio digital também não é, propriamente, uma novidade. Desde os anos oitenta do século passado que o FM Digital (IBOC) é testado nos Estados Unidos.
Por cá, só mesmo por força de lei é que a migração para a radiodifusão digital vai acontecer, pois as estações terão de adquirir novos emissores e os ouvintes novos receptores.

terça-feira, 24 de maio de 2005

RÁDIOS DE AUTO-ESTRADA

Li no «Rádio Crítica», no post de 23 de Maio, e também eu acho interessante as rádios de auto-estrada.
Estas emissoras «são estações de rádio só captáveis nos percursos de auto-estrada, com repetidores de sinal de X em X quilómetros. Esta rádio-serviço destina-se ao apoio aos automobilistas que todos os dias -aos milhares- cruzam as auto-estradas e via equiparadas (IP; IC). Fornecem informações úteis a quem está ao volante. Rotas, destinos, percursos alternativos, informação sobre as regiões que atravessam, referência ao locais de referência (e outros), as sempre úteis e inevitáveis informações de trânsito, música de viagem, uma companhia específica e coincidente com quem passa muitas horas em trânsito em viagens rodoviárias de médio e longo curso. A qualquer hora do dia ou da noite.»
A ideia é interessante, mas concretizar isto em Portugal...

MERCADO PUBLICITÁRIO VAI CRESCER

A rádio vive da publicidade, portanto é sempre uma boa notícia para este meio quando se prevê um aumento do investimento publicitário.
Segundo a revista “Meios & Publicidade”, «Portugal, em 2004, teve taxas de crescimento superiores às registadas a nível internacional. O mercado publicitário português registou um aumento de 12%, em 2004. Segundo Mário Mateus, CEO do grupo Initiative Portugal, este desempenho está fortemente ligado à organização de grandes eventos como o Euro 2004 e o Rock in Rio. Para este ano as previsões são para que o crescimento seja menos expressivo, 5,1%(...)».
Infelizmente nada garante que os anunciantes apostem na rádio.

segunda-feira, 23 de maio de 2005

PUBLICIDADE À ONDA MÉDIA

Quem abrir o jornal “O Jogo” de Sábado, no final da página 16, pode ver um curioso anuncio: «Voz de Lisboa Onda Média 963 KHz».
A “Voz de Lisboa” é um canal regional da Rádio Renascença, mas nada no anúncio o liga à emissora católica
É interessante que a RR promova um dos seus canais em Onda Média, afinal a escuta deste comprimento de onda está em desuso em Portugal.
Será uma tentativa para a reabilitação da escuta em Amplitude Modulada? Manter emissores de OM operacionais não fica barato e a RR tem vários estúdios regionais a operar em Amplitude Modulada e, nalguns casos, em paralelo com a Frequência Modulada, além da Onda Média Nacional.

domingo, 22 de maio de 2005

PROGRAMA DA RIIST COM PODCASTS

A Rádio Interna do Instituto Superior Técnico (RIIST) disponibiliza programas para podcasting.
O programa "Radiologia", emitido online às quintas-feiras, às 21h, disponibiliza um Feed RSS para podcasts.
O podcasting é um caminho que as emissoras hertzianas vão ter de abraçar, mais cedo ou mais tarde. O importante é que, para não se tornarem obsoletas, as rádios acompanhem a evolução tecnológica e as preferências dos ouvintes.

sábado, 21 de maio de 2005

UM DIA DEDICADO AO FUTEBOL

Já há muito tempo que em Portugal um campeonato de futebol não terminava de forma tão renhida, portanto as emissoras que normalmente acompanham a Superliga mobilizaram-se em força para a cobertura dos jogos que decidem o título.
Não tenho memória de alguma vez a rádio portuguesa ter mobilizado igual número de profissionais para os jogos finais do campeonato de futebol. Amanhã, a TSF, a Rádio Renascença e a Antena 1 vão mobilizar mais de uma centena de profissionais para garantir a cobertura do que vier a acontecer.
A TSF tem, logo de manhã, reportagens desde os locais de estágio das equipas e também vai acompanhar o ambiente que se vive à volta dos estádios do Bessa e do Dragão. Às 16h00 são feitos os primeiros contactos com as equipas de reportagem que estão dentro dos estádios onde se vai realizar o Boavista-Benfica, que terá relato de Fernando Correia, e o FC Porto-Académica, que será relatado pelo Hélder Conduto. No final dos jogos haverá reportagens desde pontos estratégicos da cidade do Porto e Lisboa, assim como em vários pontos do país, para acompanhar a festa dos vencedores.
A RR dá inicio ao especial desporto às 13h00, e irá até cerca da meia-noite acompanhando os festejos dos adeptos do novo campeão. O relato Boavista-Benfica estará a cargo de Pedro Sousa, e o do FC Porto-Académica será relatado por Pedro Azevedo.
A Antena 1 estará em directo do Porto entre as 09h00 e as 11h00, e a partir das 15 horas dará inicio à tarde desportiva, onde terá reportagens desde os mais variados pontos do País e desde núcleos de emigrantes. O encontro do Bessa é relatado por Fernando Eurico, enquanto que o do Dragão tem a assinatura de Manuel Chaves. A A1 também vai acompanhar a festa dos vencedores pela noite dentro.

sexta-feira, 20 de maio de 2005

AACS: MAIS PARECERES NÃO VINCULATIVOS

A RDP quer unir as redacções da RDP Internacional e da RDP África, mas a Alta Autoridade para a Comunicação Social chumbou esta decisão, pois considera que a fusão de redacções não serve o serviço público.Também a nomeação de Jorge Gonçalves para o cargo de director da RDP África e Internacional foi alvo de um parecer negativo por parte da AACS.
Estes dois pareceres da AACS não são vinculativos. Pergunto eu: afinal para que serve uma entidade que só dá pareceres, mas estes não são vinculativos? Só serve para gastar (e mal, pelos vistos) dinheiros públicos?
Para dar pareceres não vinculativos sobre a RDP há muita gente por aí (até eu).
É mesmo necessário uma nova entidade reguladora dos media, isenta, que disponha de mecanismos para regular de uma forma eficaz a comunicação social portuguesa.

quarta-feira, 18 de maio de 2005

O MUSEU DA RÁDIO

Hoje é o Dia Internacional dos Museus, pelo que é uma boa altura para uma visita ao Museu da Rádio, em Lisboa, ou ao Museu dos Transportes e Comunicações, no Porto.
O Museu da Rádio mostra a «evolução da radiodifusão sonora, privilegiando a realidade portuguesa. Para tal, reúne uma das mais significativas colecções existentes na Europa, composta por milhares de receptores, equipamentos de registo sonoro, de emissão, suportes de gravação e microfones. A exposição estende-se por 20 salas, algumas das quais temáticas.
No piso 3, o Museu presta uma homenagem aos 90 anos de radio-amadorismo em Portugal.»
No Museu dos Transportes e apresenta a «evolução do objecto rádio e do microfone ao longo do seu tempo de existência».
A exposição conta com um estúdio de rádio que está preparado para a produção, e transmissão na Internet, de emissões radiofónicas.
Se hoje não foi a nenhum destes museus, começe a pensar em ir. Vale a pena.

segunda-feira, 16 de maio de 2005

O QUE É O PODCASTING

O Podcasting é a distribuição livre de ficheiros áudio, através da Internet ou directamente de aparelho para aparelho. A procura deste tipo de ficheiros (podcasts) na Internet é facilitada pelo código RSS que serve para que os interessados recebam automaticamente os programas que lhes interessam sem terem de perder tempo a procura-los. Há, também, quem chame ao podcast áudio-blogue.
Podcasting não tem tradução para português, este neologismo deriva das palavras iPod e broadcasting. No entanto o conceito já não é só aplicado ao iPod, pois outros aparelhos, como computadores e alguns telemóveis, também permitem o Podcasting.
O iPod é um aparelho inventado pela Apple para escutar áudio digital - codificações AAC, Protected AAC, MP3, MP3 VBR, Audible (formatos 2, 3, e 4), Apple Lossless, WAV e AIFF – permitindo guardar até 15000 músicas (60 GB).
Broadcasting é a palavra anglo-saxónica para radiodifusão (1 emissor; “n” receptores) e deriva de um termo agrícola que era usado para descrever o acto de semear ou espalhar as sementes, à mão, em círculos largos. Esta imagem da distribuição de forma generalizada a partir de um ponto central, até à distância que o alcance permite, também está presente no significado tecnológico do termo como método de propagação de ondas electromagnéticas.
Hoje, a TSF passou um trabalho da autoria de João Paulo Meneses sobre este tema, às 07h40. Quem não teve oportunidade de o escutar pode faze-lo agora, pois o programa está online. O texto da peça também está online e tem ligações a outras páginas da Internet.

domingo, 15 de maio de 2005

REVISTAS SOBRE RÁDIO EM PORTUGAL

Não existem em Portugal revistas dedicadas à radiodifusão. As publicações que mais se referem à rádio são a “Media XXI”, a “Observatório” e a “Media & Jornalismo”, que embora não sejam especializadas em rádio, mas sim dedicadas à comunicação em geral, costumam trazer artigos dedicados ao meio. Existe ainda a “QSP – Revista de Rádio e Comunicações”, que é uma publicação dedicada aos radioamadores, mas que aborda, também, a radiodifusão, principalmente a sua vertente histórica. É impressa ininterruptamente desde 1980.
A primeira revista portuguesa dedicada à rádio foi a “TSF em Portugal”. O número um desta publicação foi colocado à venda a 9 de Novembro de 1924, sendo o seu aparecimento justificado com o aumento do interesse pela rádio, o que coincidiu com o aparecimento nesse ano, em Portugal, de postos emissores que faziam serviço de radiodifusão, ainda que de uma forma experimental. No entanto esta publicação não foi a primeira que se dedicava exclusivamente à rádio. Em 1914, apareceu nos Açores o “Jornal Rádio” – um periódico que descrevia as comunicações entre os postos de Telegrafia Sem Fios (TSF) dos Açores e os navios que cruzavam as águas portuguesas. Interessante é verificar que numa altura em que, para descrever comunicações à distância sem fios, se usava os termos “TSF” ou “Wireless Telegraphy”, o periódico se chamasse “Jornal Rádio”. É que a única entidade que usava o termo “Rádio” era a marinha de guerra dos Estados Unidos e, mesmo assim, só nas comunicações oficiais e apenas desde 1912.
O “Jornal Rádio” teve uma vida efémera, porque pouco depois do início da sua publicação rebentou a I Guerra Mundial, o que levou a uma limitação do que podia ser publicado, assim como a uma escassez de papel para impressão do jornal, além do aumento vertiginoso dos preços das matérias primas.
Nas décadas de 1930, 40 e 50, foram aparecendo e desaparecendo várias revistas dedicadas à radiodifusão, entre elas a “Rádio Sciencia” (que substituiu a “TSF em Portugal”), “Antena”, “Microfone”, “Onda”, “Radiófila”, “Radiofonia”, “Rádio Semanal”, “Rádio Ouvinte”, “Rádio Programa”, “Rádio Revista” e a “Rádio Nacional” - uma publicação da responsabilidade da Emissora Nacional.
Com o inicio das emissões da RTP, em 1956, as revistas foram-se adaptando à nova realidade mediática portuguesa e as publicações que se ocupavam exclusivamente da rádio foram dando lugar a outras, como a “Rádio e Televisão” e a “Visor”. Com o passar dos anos também estas acabariam por desaparecer. Já há quase trinta anos que as revistas se dedicam exclusivamente à televisão, principalmente ao resumo das telenovelas.
Também os jornais deixaram de dar importância à rádio. O espaço ocupado outrora com os assuntos da rádio foi diminuindo até quase desaparecer. Hoje os jornais só falam da rádio quando a actualidade assim o impõe, e se é verdade que alguns jornais ocupam um pouco (muito pouco) de espaço com a programação e frequência de emissão de algumas estações, outros nem isso.

A “RÁDIO EM REVISTA”

Vai ser lançada no Brasil, no próximo dia 20 de Maio, a “Rádio em Revista” - uma publicação especializada dedicada ao meio radiofónico.
O conteúdo da revista será preenchido com artigos de professores universitários e profissionais do meio e destina-se não só a estudantes e profissionais do meio, mas também aos ouvintes em geral.
Editada pela Universidade Federal de Minas Gerais, a “Rádio em Revista” é financiada pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG e pela FUNDEP - Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa.

sábado, 14 de maio de 2005

O PROVEDOR DO OUVINTE

Um pouco por todo o mundo as grandes emissoras já têm um provedor do ouvinte, sendo mesmo tradição nos media anglo-saxónicos (aí chamado ombudsman), mas em Portugal só na quinta-feira passada é que o governo aprovou a criação desta figura para o serviço público de radiodifusão.
Será o Conselho de Administração da RDP a designar o provedor, mas este terá de ser alicerçado por um parecer favorável - vinculativo - do Conselho de Opinião.
Ao provedor do ouvinte cabe avaliar queixas e sugestões e produzir pareceres. Na RDP terá a seu cargo um programa semanal, com uma duração mínima de 15 minutos, a transmitir em horário considerado adequado. O provedor do ouvinte terá, ainda, de elaborar um relatório anual.
O serviço público de radiodifusão dá um exemplo que deve de ser seguido por outras emissoras portuguesas, pois «Quanto mais prestígio tem um órgão de comunicação social, menos dispensa a figura de um provedor; quanto mais credibilidade ambiciona, mais necessidade há de um provedor».*
A figura do provedor do ouvinte não é, no entanto, consensual, já que alguns a consideram como um mero acto de relações públicas, baseando as suas afirmações no facto de o direito de resposta estar consagrado na Constituição da República Portuguesa, no artigo 37º.

*Meneses, João Paulo (2003). Tudo o que se passa na TSF ...Para um livro de estilo. Porto: Jornal de Notícias.

PARA ESCUTAR NA TSF: O PODCASTING

Na próxima segunda-feira, depois das 07h35, vai para o ar, na TSF-Rádio Notícias, uma interessante peça sobre o Podcasting e o impacto que esta tecnologia começa a ter.

sexta-feira, 13 de maio de 2005

PRÉMIOS MEIOS & PUBLICIDADE

A revista "Meios & Publicidade" já divulgou os vencedores dos Prémios Meios & Publicidade 2004.
A TSF ganhou na categoria de «Rádio do Ano».

UMA ESTAÇÃO DE RADIODIFUSÃO POR DENTRO

O site About Radio tem uma página para quem tiver a curiosidade de ver como é uma estação de rádio por dentro, e como ela funciona.
A estação apresentada não é muito diferente das que temos por cá e, além da visita guiada, ainda há ligações a um glossário que explica os termos técnicos
O About Radio disponibiliza o download de dois programas de edição áudio - Protools (grátis) e Cool Edit - usados em várias estações de rádio.

quinta-feira, 12 de maio de 2005

A “RÁDIO BLOG”

As rádios on-line não são novidade, mas ao ler o post «uma rádio diferente», do blogue “A Minha Rádio”, tive curiosidade de ver como era.
A “Rádio Blog” não é uma emissora do género tradicional, que emite on-line continuamente, mas também tem músicas, jingles e pequenas crónicas que constituem a sua programação.
A emitir desde o Brasil para todo o mundo, via Internet, esta rádio tem a particularidade de todos os seus colaboradores serem deficientes visuais.
Muitas felicidades aos autores deste projecto.

quarta-feira, 11 de maio de 2005

PARABÉNS AO BLOGUE «O CÓDIGO DE SANTIAGO»

O blogue "O código de Santiago" vai celebrar o seu 1º aniversário no dia 21 de Maio. Para assinalar a data, nada melhor que uma festa de blogueiros, que vai ter lugar no Teatro Taborda, em Sintra, no dia 21 de Maio por volta das 22h.
Quem se quiser inscrever para a festa poderá faze-lo no blogue "O código de Santiago".
Aos autores/as do blogue os meus parabéns pelo seu primeiro aniversário, e que contem muitos.

terça-feira, 10 de maio de 2005

A TAXA DE RADIODIFUSÃO

Quem tem um contrato de fornecimento de electricidade com a EDP já certamente reparou que antes do total aparece uma linha onde se lê «Contribuição áudio-visual (Nota de Débito n.º...)». mais à frente está o valor a pagar: € 1,63.
A EDP limita-se a cobrar este valor como está estabelecido nos termos da Lei 4/2001 (Lei da Rádio) que estabelece no art. 49º que «o financiamento do serviço público de radiodifusão é garantido pela cobrança da taxa de radiodifusão sonora, estabelecida pelo Decreto-Lei 389/76, de 24 de Maio(...)».
Mas a EDP não pode obrigar ninguém a pagar a taxa de radiodifusão, portanto, os clientes que não queiram pagar o serviço podem deixar de o fazer, desde que o solicitem, através do preenchimento de um formulário próprio para esse efeito.
Só que a taxa é obrigatória, e conforme referido no art. 2º do Decreto-Lei nº 389/76, estão sujeitos ao pagamento da taxa Radiodifusão Sonora todos os «consumidores domésticos de iluminação e outros usos».
Para quem não pagar, neste caso o titular do contrato com a EDP, e conforme disposto no art. 49º, nº 2, da Lei nº 4/2001, a taxa de radiodifusão sonora encontra-se abrangida na alínea a), do art. 148º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, aprovado pelo Decreto-Lei nº 433/99, de 26 de Outubro, o que significa que o processo de execução fiscal lhe é aplicável. Nesse caso, e para além do valor da taxa RS em dívida, serão exigidos, na execução fiscal, as respectivas multas e adicionais.
Não é, a meu ver, uma forma muito correcta de cobrar um imposto. Um agregado familiar de duas passoas paga o mesmo que um que tenha três, quatro, ou mais pessoas. E se tiver duas habitações paga o mesmo imposto duas vezes. Até podemos considerar € 1,63 pouco dinheiro, mas é uma questão de princípio.
Somos obrigados a pagar este imposto, mesmo que as rádios privadas (neste caso TSF e RR) façam um melhor serviço público que a RDP, mesmo que a rádio que mais música portuguesa passa seja a Rádio Clube de Matosinhos e não a RDP, mesmo que exista uma Antena 3 que passa a mesma música e tem o mesmo género de programas que outras emissoras privadas, ao invés de ser uma alternativa.
O serviço público de radiodifusão é necessário? Sem dúvida. Mas ponham, pelo menos, os olhos no serviço público prestado pela Rádio Nacional de Espanha. E, já agora, no país vizinho não se paga taxa de radiodifusão sonora.

segunda-feira, 9 de maio de 2005

AS RÁDIOS PIONEIRAS NO «COMÉRCIO DO PORTO»

O jornal «O Comércio do Porto» publica aos domingos as «Memórias do Arquivo», da autoria de António Sousa Pereira. Este domingo as memórias foram dedicadas à Rádio Porto - a primeira estação de radiodifusão do Norte.
O «Comercio do Porto» vai ter mais páginas dedicadas às rádios do Porto nas «Memórias do Arquivo» durante as próximas semanas.

EXPOSIÇÃO «OS PRIMÓRDIOS DA RÁDIO»

Foi inaugurada no Sábado, no auditório da Junta de Freguesia de Charneca da Caparica (Almada), uma exposição de receptores de rádio e televisão de outros tempos.
A inauguração da exposição, que tem como tema «Os Primórdios da Rádio», esteve a cargo de um pioneiro da rádio portuguesa: Igrejas Caeiro.
A exposição conta com mais de 200 peças cedidas por Carlos Pereira e Fernão Pinto.
A exposição pode ser visitada diariamente até 22 de Maio.

domingo, 8 de maio de 2005

A RÁDIO NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Comemoram-se os 60 anos do final da Segunda Guerra Mundial. Assim foi na Europa, mas a guerra continuaria no Pacífico até 14 de Agosto de 1945.
A rádio desempenhou um papel importante no segundo conflito mundial, pois as ideologias também se digladiavam no éter.
Os alemães foram os primeiros a utilizarem as técnicas de jamming*, ainda durante a Primeira Guerra Mundial. Depois deste conflito o jamming continuou, mas devido à falta de regulamentação que disciplinasse o espectro electromagnético. Algumas destas interferências não eram intencionais, no entanto outras tinham como objectivo anular a concorrência radiofónica.
Só nos anos de 1930, é que o jamming voltou a ser usado pelos governos de uma forma intencional. A Áustria usou-o como arma para evitar que a psicagogia** usada por Goebbels, ministro da propaganda nazi, chegasse aos austríacos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a França, o Japão, a Inglaterra, a Alemanha, a URSS, a Itália, etc. utilizaram o jamming para interferir nas emissões inimigas, pois a rádio era o principal meio de informação ( e, também, de desinformação) das populações. E embora Portugal e Espanha fossem, teoricamente, neutrais, também tinham emissões favoráveis aos regimes nazi da Alemanha e fascista da Itália.
O final da guerra foi anunciado pela rádio em primeira mão. E porque as emissoras portuguesas estavam sujeitas à censura, os portugueses souberam deste acontecimento através da voz de Fernando Pessa, aos microfones da BBC.

* O jamming é uma interferência electromagnética na frequência de emissão das estações de radio, produzida para prejudicar, ou mesmo anular, as transmissões.
** O termo psicagogia foi usado nos anos de 1930, por Serge Tchakhotine, emigrante russo, antigo discípulo de Pavlov e professor de psicologia social em Paris, para descrever os tiranos que utilizavam a rádio para conduzir as massas através da persuasão.

Alguns locais na Web onde se fala da Rádio na Segunda Guerra Mundial:
História da Rádio em Portugal
La radio en la Segunda Guerra Mundial
Radio in World War Two (com sons históricos)

sábado, 7 de maio de 2005

FALECEU JORGE PERESTRELO

O conhecido relatador morreu ontem à noite, vítima de enfarte do miocárdio, no hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa.
Dono de um estilo inconfundível, Jorge Perestrelo distinguiu-se nos relatos desportivos pelas expressões que usava, sendo a mais famosa o «ripa na rapaqueca».
O relatador nasceu no Lobito, em Angola. Foi na Rádio Clube do Lobito que começou a carreira, mas ainda colaborou com a Rádio Clube do Mochico e com a Rádio Comercial Sá da Bandeira. Em 1975, foi para o Brasil e dois anos depois regressou a Portugal, onde trabalhou na RDP e, depois, na TSF.
O seu último relato foi na quinta- feira, no jogo da meia-final da Taça UEFA entre o Sporting e o AZ Alkmaar.
Os relatos de futebol da rádio portuguesa nunca mais serão os mesmos.

sexta-feira, 6 de maio de 2005

UM PATRIMÓNIO PARA O FUTURO

Só agora tive conhecimento, mas penso que ainda vou a tempo de divulgar: 50 escolas estão em ponte radiofónica desde as 09h de hoje até às 09h de amanhã.
O objectivo: apoiar a Candidatura do Património Imaterial Galego-Português e a proclamação da cultura galego-portuguesa como Obra Mestra da Humanidade.
A emissão está a ser feita através várias emissoras radiofónicas: Rádio Galicia ( Santiago de Compostela); Rádio Ecca (Vigo); Rádio Municipal de Tuy (Tuy); Rádio Allariz (Allariz); Rádio Montalegre (Montalegre); Rádio Melgaço (Melgaço); Rádio Ecos da Raia (Monção) e Rádio Cultural (Vila Nova de Cerveira).
A emissão pode ser escutada através da Internet, sendo realizada com o apoio da Universidade de Vigo.
A partir das 19h30 a Rádio Nacional de Espanha, na Rádio 3, vai fazer um programa especial para a Península Ibérica. A Televisão da Galiza também vai ter apontamentos de reportagem sobre este evento.
E o serviço público de radiodifusão português? Contribuiu para esta iniciativa? Alguém por aí viu ou ouviu alguma coisa na RTP (rádio ou televisão)?
Se Madrid achou que este evento era importante, porque é que Lisboa achou o contrário? A Galiza tem mais afinidade com Portugal do que com Castela (leia-se Espanha) e nós, como sempre, nunca aproveitamos estas ocasiões para marcar posição.
E ainda queremos Olivença de volta...

DIRECÇÃO DA APR RECONDUZIDA

A Lista A, liderada por José Faustino, venceu as eleições para os corpos gerentes da Associação Portuguesa de Radiodifusão, para o biénio 2005/2006.
A lista A venceu. Mas será que convenceu? Num comentário que deixaram no post de 2 de Maio (no antigo servidor) pode ler-se que «a lista alternativa [B] não tinha qualquer hipótese. Senão vejamos, os estatutos permitem que quem não esteja inscrito no Congresso possa votar, mandatando outra rádio para o fazer através de simples carta. Ora o que aconteceu foi que a actual direcção tratou de agrupar todos os que não iam ao congresso e distribui-os pelas rádios da sua candidatura. Por via das dúvidas (não fosse o diabo tecê-las) juntou ainda todas as rádios da Media Capital mais as da TSF».
Como já disse noutro post, as eleições (ou o congresso) tiveram o dom de dinamizar o sítio da APR, que estava parado, pelo menos, à dois anos. Espero que agora a APR esteja mais activa na defesa dos interesses da rádio portuguesa. Para isso lhe desejo as maiores felicidades.

O DESENCANTO DE JOSÉ MARIÑO

Segundo o Diário de Notícias, José Mariño, deixou a Rádio Comercial porque está «cansado e desencantado com o panorama da rádio em Portugal».
Em declarações ao DN, José Mariño acrescentou que «a formatação das rádios está a retirar espaço de manobra à criatividade e originalidade na comunicação radiofónica». Não é isto mesmo que eu e outros blogues dedicados à rádio temos vindo a dizer?

terça-feira, 3 de maio de 2005

RÁDIO RENASCENÇA VAI TER UM NOVO JOGO

A Rádio Renascença vai apresentar amanhã o jogo «Volta ao Mundo». A apresentação ocorrerá numa festa, que decorrerá nas docas de Lisboa.
Este novo jogo vai ter lugar nas manhãs da RR entre as 10:30 e as 11:00, entre Maio e Julho. «O jogo pretende ser uma viagem imaginária à volta do mundo, num barco que parte de Lisboa e vai chegando a vários portos, locais onde um novo concorrente tentará tomar o barco. Para seguir viagem, os concorrentes têm de responder a perguntas de cultura geral sobre os locais onde o barco vai atracando. O vencedor receberá um cheque viagem no valor de 10 mil euros.»
A RR tem uma tradição neste género de programas - quem não se lembra do célebre «jogo da mala» - e tem o claro objectivo de ganhar ouvintes para a Emissora Católica.

segunda-feira, 2 de maio de 2005

SOBRE O X CONGRESSO NACIONAL DE RADIODIFUSÃO

Não estive presente no X Congresso Nacional de radiodifusão mas, pelo que diz a imprensa (DN, Capital, Correio da Manhã e Diário Digital), as conclusões serão apresentadas ao Ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, e estarão incluidas sugestões para uma nova Lei da rádio e para um novo órgão regulador dos media.
Segundo o blogue NetFM, os melhores momentos foram «A brilhante comunicação apresentada por Francisco Rui Cádima, cheia de metáforas e recursos estilísticos de linguagem, a par com a comunicação de Pedro Tojal sobre "ser" da rádio, ou "estar" na rádio, forma os melhores momentos de um congresso que se saldou por muitos momentos de política e politiquice, directas, indirectas e lobbying. Ou talvez não...» .
Paula Cordeiro chama a atenção para a circunstância de existirem duas listas concorrentes à direcção da APR e que «talvez isto seja revelador de um novo dinamismo da associação que em Portugal dá pouco nas vistas e que, ao nível europeu, pouco ou nada participa...». Recomendo a leitura do post de hoje.
O facto de haver duas listas concorrentes à direcção da APR já teve um efeito positivo: o site da APR foi actualizado. Estava parado desde 2002.

domingo, 1 de maio de 2005

A COMUNICAÇÃO DE FRANCISCO RUI CÁDIMA NO «X CONGRESSO NACIONAL DE RADIODIFUSÃO»

O blogue Irreal TV tem on-line a comunicação de Francisco Rui Cádima, «O Papel das Rádios de Proximidade no Desenvolvimento Regional e do País (ou a crítica da estratégia da avestruz)» apresentada no «X Congresso Nacional de Radiodifusão», organizado pela Associação Portuguesa de Radiodifusão.
Da comunicação, apresentada ontem, transcrevo aqui dois pontos: «Se fizermos um pequeno exercício reflexivo e nos perguntarmos qual o papel das Rádios Locais e Regionais no desenvolvimento regional e do País, desde essa altura - ao longo, portanto dos últimos 15 anos, somos levados a concluir que se o sector não tivesse sido aberto à Rádio Local e Regional, hoje, o País teria muito mais probabilidades de falar só o dialecto do eixo Terreiro do Paço - São Bento, seria doutorado em actualidade trágica e em fait-divers, traduziria directamente do 'futebolês' para o português e vice-versa, pouco ou nada saberia do que verdadeiramente interessa, pouco ou nada saberia do que se passa na sua terra, a não ser pela folha ou jornal local.»
(...)
«Não sendo ouvinte regular das Rádios Locais, mas sabendo que por vezes as rádios de proximidade são levadas a mimar, a copiar, a agenda informativa dos media nacionais, ou mesmo a 'fazer cadeia' com as rádios nacionais, tenho para mim que esse é o seu calcanhar de Aquiles.»

MIGRAÇÃO

O blogue «A Rádio em Portugal», alojado em telefonia.weblogger.terra.com.br, migrou para aqui. No entanto, os arquivos de todos os textos que escrevi desde Junho de 2003 até Abril de 2005, continuam no weblogger.
Lentamente os textos em arquivo também migrarão para aqui.