«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Segunda Edição dos "Prémios Spot"

Os grupos R/COM, Renascença Comunicação Multimédia; Media Capital Rádio e a Controlinveste Media estão juntos pela segunda vez para realizar mais uma edição dos "Prémios SPOT".

Numa das categorias, o público pode escolher os seus anuncio preferidos em premiosspot.com. Os vencedores serão conhecidos no dia 17 de Junho, numa gala a realizar no auditório da Faculdade de Medicina Dentária, em Lisboa.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A Rádio na Ilha da Madeira

A "QSP - Revista de Rádio e Comunicações" apresenta, na sua edição de Maio, o artigo "primórdios da Rádio na Madeira". Este texto relata o que foi a rádio na na Ilha da Madeira até 1939, ano em que devido à Segunda Guerra Mundial, todos os emissores amadores tiveram de encerrar e as emissoras de radiodifusão tiveram que se associar (em Lisboa e no Porto) ou encerrar.

O texto também é publicado no "Notícias de Viseu" e  o sítio deste semanário apresenta uma parte do publicado na "QSP - Revista de Rádio e Comunicações" e na edição em papel daquele jornal.

"Em 1933, Thiago de Aguiar cria, no Funchal, a primeira estação de radiodifusão da Madeira. O posto manteve como nome o indicativo CT3AG que era o código de chamada do seu proprietário, enquanto radioamador".

domingo, 25 de abril de 2010

36 Anos da Revolução de Abril


Houve um tempo em que as emissoras radiofónicas portuguesas eram poucas. A radiodifusão fazia-se quase toda em Amplitude Modulada, já que eram escassas as estações que emitiam em Frequência Modulada. Escutava-se, principalmente, em Onda Média. Alguns escutavam emissoras estrangeiras em Onda Curta, mas com cuidado. As mensagens que o éter transportava podiam ser consideradas subversivas para a “liberdade" que os portugueses usufruíam na altura. Afinal havia um estado que cuidava do bem-estar dos portugueses. Dizia-nos «que filmes ou peças teatrais podia ver, ou não, que revistas e jornais podia ler, ou não, que países podia visitar, ou não». Ouvir rádio podia ser crime. Principalmente se fosse alguma emissora da Europa de Leste, ou a Rádio Liberdade, que emitia desde a Argélia. A rádio vingou-se na madrugada do dia 25 de Abril de 1974, com a Revolução dos Cravos.

A colaboração entre revoltosos e a rádio começa muito antes do dia 25 de Abril de 1974. Os contactos são feitos entre militares e jornalistas de várias emissoras, preparando-se tudo para que a revolução resultasse. 5 minutos antes das 23h, do dia 24 de Abril de 1974, na rádio Alfabeta dos Emissores Associados de Lisboa, o locutor de serviço - João Paulo Diniz - "lançou" a música "E depois do adeus" de Paulo de Carvalho. Era o sinal para as tropas avançarem.







Na Rádio Renascença a gravação do alinhamento, que viria a ser o sinal para o desencadear das operações, foi feita na tarde do dia 24 de Abril, por Leite de Vasconcelos, para ser emitida no Programa «Limite», que era realizado em directo, mas algumas partes eram previamente gravadas. Era numa dessas gravações que estava a «senha» - a primeira quadra da música «Grândola, Vila Morena», de Zeca Afonso. Passavam vinte minutos da meia-noite, quando a gravação foi difundida:

Grândola vila morena
terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti ó cidade

Esta segunda senha confirmou a primeira. A partir daqui todo o movimento era irreversível. O Rádio Clube Português é transformado no posto de comando do «Movimento das Forças Armadas», por este motivo a emissora fica conhecida como a "Emissora da Liberdade".Aos Microfones do Rádio Clube Português, Joaquim Furtado lê o primeiro comunicado às 04h26:

«Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas.As Forças Armadas portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma.Esperando sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, para o que apelamos ao bom senso do comando das forças militares no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais, que enlutariam e criariam divisões entre portugueses, o que há que evitar a todo o custo.Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua ocorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração, o que se deseja sinceramente desnecessária».


Bibliografia sobre a rádio e o 25 de Abril:

- Maia, Matos: Aqui Emissora da Liberdade. 1.ª edição: Rádio Clube Português, 1975 (esgotada). 2.ª edição: Editorial Caminho,Lisboa, 1999.
- Caldas, A. Pereira: Para a história da Rádio Renascença (1974-1975) Um barómetro da revolução. Radio Renascença / Grifo – Editores e Livreiros, Ldª. Lisboa, 1999.
- Ribeiro, Nelson: A Rádio Renascença e o 25 de Abril. Universidade Católica Editora. Lisboa, 2002.

sábado, 24 de abril de 2010

96 anos de Programas radiofonicos em Portugal

Foi em Lisboa, a 24 de Abril de 1914, que Fernando Cardelho de Medeiros adaptou um microfone a um pequeno emissor de Telegrafia Sem Fios e efectuou aquele que pode ser considerado o primeiro programa de radiofónico português.

Sendo um aficionado da Telegrafia Sem Fios, Fernando Cardelho de Medeiros possuía vários livros estrangeiros sobre o assunto. Como aluno de engenharia, começou, em 1914, a montar pequenos emissores e a fazer tentativas de transmissão em “fonia”. Nos primeiros ensaios limitava-se a dizer apenas disse “Está lá? Ouve bem?”. Estes ensaios eram escutados pelo Dr. Lomelino, que morava a 100 metros de distância, A escuta era, certamente, efectuada com um receptor de galena.

Foi no dia do seu aniversário, a 24 de Abril de 1914, que Fernando Cardelho de Medeiros fez a transmissão que pode ser considerada o primeiro programa de rádio português. Pediu emprestado um gramofone de campânula e alguns discos e preparou-se para a primeira transmissão radiofónica portuguesa. A emissão consistiu na leitura de uns tratados franceses sobre Telegrafia Sem Fios e na emissão, com o gramofone, do “Festival de Wagner”. Segundo Fernando Cardelho de Medeiros, em declarações à revista “Rádio Semanal” de 21 de Agosto de 1937, foi escutado por 3 ou 4 senfilistas.

Se o programa efectuado a 24 de Dezembro de 106, por Reginald Aubrey fesseden, é considerado o primeiro programa de rádio, também esta emissão de Fernando Cardelho de Medeiros pode ser considerada como o primeiro programa de rádio português.

Após esta emissão pioneira, Fernando Cardelho de Medeiros manteve o silêncio, provavelmente muito por culpa da I Guerra Mundial, que dificultou ainda mais a aquisição do material técnico necessário para a construção de emissores de telefonia. Este pioneiro só regressaria às experiências de Telefonia Sem Fios em 1926, criando a “Estação do Posto Rádio-Telefónico de Lisboa CT1BM”. 

Em 1930, dedica-se em pleno à radiodifusão e montou a “CS1AA - Rádio Hertz”, em Onda Média, emitindo, também, em Onda Curta como “CS1AB - Rádio Hertz”. Alguns anos depois, A “Rádio Hertz” acabaria por mudar de nome para “Rádio Continental”, pois Fernando Medeiros dizia que “Hertz” era difícil de pronunciar e entender. Um dos indicadores disso era a correspondência que recebia. Algumas cartas eram endereçadas à “Rádio Esso”. Em 1937 o seu indicativo era “CS2ZE – Rádio Continental”. De referir que o "Clube Radiofónico de Portugal" utilizou as instalações e o indicativo CS1AA da "Rádo Hertz" até 1935.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Audiências do 1.º Trimestre de 2010


Segundo dados do Bareme Rádio, da Marktest, ficam, assim, alinhadas as emissoras, em termos de Audiência Acumulada de Véspera (AAV) do 1.º Trimestre de 2010:

RFM – 14,3%

RR – 10%

Comercial – 8,4%

Cidade FM – 4,7%

Antena 1 – 4,3%

TSF – 3,8%

Antena 3 – 3,3%

M80 – 3%

Mega FM Hits– 1,9%

Rádio Sim – 1,2% 

Best Rock FM – 0,7%

Rádio Clube – 0,7%

Romântica FM – 0,7%

Antena 2 – 0,5%

Outras estações - 11,2%

Não sabe que estação escutou - 1%

Estes dados podem ser comparados com as audiências do 4.º trimestre de 2009 e com o período homólogo do ano passado.

domingo, 18 de abril de 2010

RTP Comemora 75 Anos de Rádio Pública

Este ano, a rádio portuguesa festejou 85 anos de emissões regulares de radiodifusão, a 1 de Março; celebrará 96 anos de rádio, a 24 de Abril; e comemorará 75 anos de rádio pública, a 1 de Agosto.  A 9 de Março de 2011, passarão 110 anos de Telegrafia Sem Fios, em Portugal.

Para assinalar os 75 anos da Emissora Nacional de Radiodifusão, a RTP tomará várias iniciativas no sentido de celebrar a efeméride.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

Privatizar as Emissoras Radiofónicas da RTP?

Pedro Passos Coelho, líder do PSD, quer privatizar algumas das empresas que ainda estão na mão do Estado português, «porque o Estado deve sair dos negócios e ser reduzido o poder interventivo do Governo na esfera pública». Um erro comum é pensar que a Rádio é um negócio como outro qualquer e Pedro Passos Coelho tem uma visão de gestor, onde só os números falam. Mas a rádio é mais que números.

Se as emissoras radiofónicas da RTP fossem privatizadas, terminaria o serviço público de radiodifusão. Este serviço até está longe de ser o ideal, mas é melhor este que nenhum. Por exemplo, quem quereria manter uma Antena 2 com música erudita? Ou uma Antena 3 com propostas de nova música portuguesa?  Ou, até, uma Antena 1, nos moldes em que ela se encontra? Ninguém, obviamente, porque qualquer privado que aposte numa estação de radiodifusão quer rentabilizar o seu investimento e isso consegue-se com a venda de espaços publicitários. Mas estes só são interessantes para os anunciantes, se as emissoras tiverem ouvintes. Um serviço público de radiodifusão tem de apostar num formato diferente daquele que existe na radiodifusão privada. Ou seja, divulgar, acima de tudo, a cultura portuguesa.

Reduzir os custos da RTP é que seria uma boa aposta, pois a RTP faz concorrência directa às emissoras privadas e esta concorrência é desleal, pois a emissoras comerciais têm de procurar investidores, enquanto a RTP é financiada por uma taxa que todos pagam na factura da electricidade. 

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A Crise da Rádio

Aqui está um texto (em .pdf), de João Paulo Meneses, para descarga e leitura:

«Se hoje ninguém duvida de que a rádio está em crise, é possível encontrar sinais de que, afinal, essa crise começou muito antes. Uma crise e ao mesmo tempo um sucesso de audiências? Este trabalho pretende enquadrar a rádio, sobretudo a rádio musical, até ao momento em que chegou a Internet e tudo se alterou. Para que não se diga que foi a Internet a responsável por tudo o que está e, sobretudo, virá a acontecer. O que a Internet fez foi, ao mesmo tempo que criava novos problemas, explorar essas fragilidades. O presente texto pretende sistematizar essas mesmas fragilidades, procurando explicações».