«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Uma via alternativa de receitas

Até há pouco tempo a única fonte de receitas das emissoras era a publicidade. Algumas estações criavam compilações de música em CD ou faziam espectáculos com artistas conhecidos, mas as receitas geradas por estas acções eram residuais.
Com o crescimento da música em formatos comprimidos (mp3, wma, etc.) há uma nova fonte de receita: a venda de música online. E aqui está um exemplo: a Rádio Maior FM. Esta estação disponibiliza no seu sítio êxitos musicais que podem ser descarregados através do iTunes.
Para que a rádio sobreviva nas próximas décadas há que arranjar alternativas às receitas publicitárias geradas pelo aluguer de espaço em antena. Esta é uma delas.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Financiamentos europeus

Vem no jornal “Primeiro de Janeiro”: «A “Rádio Maria”, emissora ultracatólica da Polónia, conhecida pelas suas posições anti-semitas e fortemente anti-europeias, vai receber 15,3 milhões de euros da UE para o desenvolvimento da sua escola superior de jornalismo».
Embora não esteja tomada nenhuma decisão, numa primeira reacção, a Comissão Europeia afirmou que existe a possibilidade de os fundos serem atribuidos.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Quando falha a energia

A Rádio Santiago, de Guimarães, esteve sem emissão durante 17 horas, devido a um corte na rede eléctrica, por causa do mau tempo.
A emissora ficou em silêncio, mas aquando do concurso para o licenciamento das rádios locais, em 1988, era obrigatória a inclusão de um gerador eléctrico, precisamente para evitar situações destas.
Hoje em dia, existem sistemas acumuladores de energia (UPS) que permitem uma grande autonomia evitam o silenciamento das estações de radiodifusão.

domingo, 26 de agosto de 2007

Cinco anos de “História da Rádio em Portugal”

Foi a 26 de Agosto de 2002 que dei início ao sítio “História da Rádio em Portugal”. Primeiro uma simples página, com datas relevantes da história da rádio e depois, aos poucos, a informação foi aumentando. No entanto, ainda há muito para fazer e investigar sobre a história da rádio portuguesa.

sábado, 25 de agosto de 2007

A rádio é (mesmo) para todos

Com a proliferação da Internet, Leitores de Áudio Digital, televisão por cabo, música nos telemóveis vendida pelos operadores, etc. - tudo serviços que custam dinheiro – seria fácil chegar-se à conclusão que a rádio – onde o entretenimento e a informação são gratuitos - é um meio que só tem audiências entre as camadas da população com menores recursos económicos. Se alguém tirar esta conclusão, está errado.
O “Bareme Rádio”, da Marktest, mostra que «os quadros médios e superiores são os «targets» que revelam maior afinidade com o meio rádio.Esta é uma das principais conclusões do estudo «Barame Rádio» da Marktest.
Entre os quadros médios e superiores, a audiência acumulada de rádio atinge os 72,5%, mais 31% do que o valor médio.
Os jovens entre os 25 e os 34 anos são os segundos a apresentar maior afinidade com o meio, consumindo mais 30% do que a média, em que mais de 70% revela que tem o hábito de ouvir rádio
».
A rádio ainda é o medium mais universal de todos os media, pois chega a todo o lado e a todos – basta ter um receptor radiofónico, que pode ser adquirido por um euro ou menos.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Quando a televisão não tem ideias procura na rádio

O programa da emissora M80 (em Espanha) No somos nadie foi adaptado ao formato televisivo, e teve um sucesso tão grande que o canal de televisão Cuatro o transformou num programa diário. Agora, a Cuatro quer repetir a receita e adaptar o Anda ya! de los 40 Principales.
São muitos os programas de rádio que foram adaptados ao formato televisivo. Uns são um sucesso outros são um total fracasso. Isto deve-se, principalmente, ao facto de a rádio e a televisão serem meios com características diferentes: a rádio depende apenas de um sentido – a audição – o que permite a acumulação (por exemplo, ler ou conduzir e ouvir rádio). A televisão está dependente da visão e da audição e, por causa disto, requer uma atenção total por parte do espectador. Dadas as características diferentes destes dois meios tem de existir sempre uma adaptação de um formato para o outro.
Um exemplo das diferentes características da rádio e da televisão, e das adaptações necessárias, foi a reportagem "Balcãs fantasmas à solta" transmitido ontem pela Antena 1 e pela RTP 1. Segundo o autor, o jornalista Ricardo Alexandre, «O material recolhido foi basicamente o mesmo, mas (…) são linguagens diferentes. No fundo, foi tirar o áudio, registado pela câmara, para um gravador digital de rádio. Depois, passar para os computadores e para os sistemas de tratamento de som. Há pontos comuns porque a televisão, apesar das imagens, também vive de ambientes e imagens a seco não interessam».

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Para a história da rádio portuguesa - II

O blogue “Rádio Mocidade” relata a história da emissora que estava instalada em Moçambique. O autor, Joaquim Nogueira, foi seu fundador e director, pelo que ninguém melhor do que ele para contar a história da Rádio Mocidade.
A ligação permanente fica na coluna do lado.

Para a história da rádio portuguesa - I

Aqui está uma reportagem interessante, num tempo em que as rádios locais em Frequência Modulada (ainda fora da Lei) estavam a dar os primeiros passos.

Via Rádio Informa

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

A outra rádio

As estações emissoras de radiodifusão sonora, vulgo rádios, são um produto do século XX. A radiodifusão (em inglês broadcasting * ) só foi consolidada na década de 1920, embora desde 1906 que as experiências com emissões electromagnéticas, com música e voz, denotavam rudimentares programas de entretenimento e deixavam antever o que viria ser a radiodifusão nas décadas seguintes.
Em Portugal, a primeira emissão que pode ser considerada um programa de rádio foi efectuada em 1914, por Fernando Cardelho de Medeiros – um radioamador. E foram os radioamadores os percursores da radiodifusão. Aliás, a Rede de Emissores Portugueses – REP – é uma das mais antigas associações do mundo nesta área, existindo desde 1926.
Até à década de 1930, era possível a um radioamador transmitir programas de entretenimento, o que justifica as dezenas de pequenas estações existentes em Portugal até 1939, altura em que, por causa da II Guerra Mundial, todos os postos amadores foram obrigados a suspender a sua actividade e as estações de radiodifusão tiveram de se concentrar em postos únicos, só retornando a funcionar autonomamente algum tempo depois do final da guerra.
Hoje com a crise instalada na radiodifusão, será que o futuro da própria rádio reside nas suas origens?

* Jostein Gripsrud, professor no Department of media studies, University of Bergen, Norway, escreve que «o uso original da palavra correspondente na língua inglesa - broadcasting - era como termo agrícola, para descrever o acto de semear ou espalhar as sementes numa vasta área, à mão, em círculos largos. Esta imagem da distribuição de forma generalizada e eficiente a partir de um ponto central, até à distância que o alcance permite, também está presente no significado tecnológico do termo como método de distribuição para a rádio (…)».HARTLEY, John (2002). Comunicação, Estudos Culturais e Media. Conceitos-chave. Lisboa: Quimera Editores, Lda. 1.ª edição portuguesa: 2004, a partir da 3.ª edição inglesa com material suplementar da autoria de Martin Montgomery, Elinor Rennie e Marc Brennan.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

“Omeletes sem ovos”

A Associação portuguesa de Radiodifusão (APR) – que representa uma grande parte das emissoras portuguesas, com excepção da RDP e da RR – e os sindicatos do sector, acordaram a tabela salarial para este ano e que vigora desde o início de Julho. Segundo a nova tabela, o valor mínimo é € 400,24 e o máximo é € 1240,74. De referir que o valor mínimo está abaixo do Salário Mínimo Nacional, que é de € 403,00.
Num texto do ano passado, sobre este mesmo assunto, pode ler-se que «alguns factores contribuem para que a rádio não tenha um nível elevado e um deles é o grau de especialização de quem nelas trabalha. Outro é a fraca retribuição que os trabalhadores das emissoras portuguesas auferem». Há uma relação entre estes factores.
Este é, infelizmente, um espelho do país. O que se passa na rádio, passa-se em outro sectores. E não adianta o governo apresentar figuras públicas em anúncios de televisão onde se diz que “este é o fulano de tal que não acabou os estudos”, quando se pode contrapor com dezenas (centenas?) de jovens que trabalham em lojas, hipermercados, etc. cuja actividade nada tem a ver com a área em que se licenciaram (a maioria na área da comunicação). Claro que, se calhar, até auferem um salário maior a trabalhar no comércio do que a trabalhar em rádio.
Os salários dos trabalhadores da RDP não estão a este nível. E ainda bem. Mas se a função pública é referência para o salário da actividade privada, também não deveriam os salários dos funcionários da RDP (pagos pelo povo) a referência para a tabela salarial do meio?