«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

sábado, 25 de abril de 2009

35 Anos do 25 de Abril

Houve um tempo em que as emissoras radiofónicas portuguesas eram poucas. existia muita escuta de rádio em Amplitude Modulada, já que poucas estações emitiam em Frequência Modulada. Escutava-se, principalmente, em Onda Média. Alguns escutavam emissoras estrangeiras em Onda Curta, mas com cuidado... As mensagens que o éter trazia podiam ser consideradas subversivas para a “liberdade" que os portugueses usufruíam na altura. Afinal havia um estado que cuidava do bem-estar dos portugueses. Dizia-nos «que filmes ou peças teatrais podia ver, ou não, que revistas e jornais podia ler, ou não, que países podia visitar, ou não».
Ouvir rádio podia ser crime. Principalmente se fosse alguma emissora da Europa de Leste, ou a Rádio Liberdade, que emitia desde a Argélia. A rádio vingou-se na madrugada do dia 25 de Abril de 1974, com a revolução dos cravos.
A colaboração entre revoltosos e a rádio começa muito antes do dia 25 de Abril de 1974. Os contactos são feitos entre militares e jornalistas de várias emissoras, preparando-se tudo para que a revolução resultasse. 5 minutos antes das 23h, do dia 24 de Abril de 1974, na rádio Alfabeta dos Emissores Associados de Lisboa, o locutor de serviço - João Paulo Dinis - "lançou" a música "E depois do adeus" de Paulo de Carvalho. Era o sinal para as tropas avançarem.
Na Rádio Renascença a gravação do alinhamento, que viria a ser o sinal para o desencadear das operações, foi feita na tarde do dia 24 de Abril, por Leite de Vasconcelos, para ser emitida no Programa «Limite», que era realizado em directo, mas algumas partes eram previamente gravadas. Era numa dessas gravações que estava a «senha» - a primeira quadra da música «Grândola, Vila Morena», de Zeca Afonso. Passavam vinte minutos da meia-noite, quando a gravação foi difundida:
Grândola vila morena
terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti ó cidade
Esta segunda senha confirmou a primeira. A partir daqui todo o movimento era irreversível. O Rádio Clube Português é transformado no posto de comando do «Movimento das Forças Armadas», por este motivo a emissora fica conhecida como a "Emissora da Liberdade".Aos Microfones do Rádio Clube Português, Joaquim Furtado lê o primeiro comunicado às 04h26:
«Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas.As Forças Armadas portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma.Esperando sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal, para o que apelamos ao bom senso do comando das forças militares no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais, que enlutariam e criariam divisões entre portugueses, o que há que evitar a todo o custo.Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua ocorrência aos hospitais, a fim de prestar a sua eventual colaboração, o que se deseja sinceramente desnecessária».

O sítio “Clássicos da Rádio”, de Paulo Ferreira, apresenta-nos a «Reportagem de três jornalistas que "escreveram" o diário do dia da revolução. 30 Minutos dos momentos mais importantes do dia da Liberdade, aquele que traria a mudança na vida dos portugueses e terminava com a guerra colonial.

Foi o abrir de uma nova esperança, o debrochar de um cravo, as vozes de um povo, que se fizeram ouvir nas rádios em todo o Portugal».
Bibliografia sobre a rádio e o 25 de Abril:

- Maia, Matos: Aqui Emissora da Liberdade. 1.ª edição: Rádio Clube Português, 1975 (esgotada). 2.ª edição: Editorial Caminho,Lisboa, 1999.
- Caldas, A. Pereira: Para a história da Rádio Renascença (1974-1975) Um barómetro da revolução. Radio Renascença / Grifo – Editores e Livreiros, Ldª. Lisboa, 1999.
- Ribeiro, Nelson: A Rádio Renascença e o 25 de Abril. Universidade Católica Editora. Lisboa, 2002.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A Rádio Como Dinamizadora Cultural

As rádios locais têm um papel importante a desempenhar nas regiões que servem. A dinamização cultural é uma delas.

Um exemplo chega do Algarve, através da Rádio Alvor, de Portimão, que realiza o “2º Festival da Canção Infantil Alvor FM”, que vai ter lugar no dia 2 de Maio, pelas 21h00, no Auditório Municipal de Portimão.

O espectáculo terá a participação de 12 crianças entre os 5 e os 12 anos, oriundas de Portimão, Ferragudo, Lagos, Alvor e Portalegre, e será apresentado por Mário Marques e Luísa Ferreira.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

C.M.Esposende Ajuda a Criar Rádio Escolar

A Câmara Municipal de Esposende aprovou a atribuição de um subsídio, no montante de € 1000, à Escola Secundária Henrique Medina, destinado a apoiar a criação da Rádio Escolar.

O projecto é da iniciativa de um grupo de alunos do 12.º ano, da disciplina de área de Projecto, que consideram que a instalação de uma Rádio Escolar irá criar uma maior dinamização no estabelecimento de ensino, contribuindo também para uma melhor divulgação dos assuntos, quer relativos à própria escola, quer outros de interesse para a comunidade escolar. Por outro lado, a Rádio Escolar poderá dar azo a inúmeros outros projectos, como a criação de diversos programas por parte dos alunos, tanto ao nível da comunicação como da música.

Considerando o interesse deste projecto e a dinâmica que irá criar no seio da escola, a Autarquia decidiu apoiar o projecto, ajudando a custear as despesas com a aquisição dos equipamentos.

sábado, 18 de abril de 2009

Quotas de Música na Rádio no "Sol"

O semanário "Sol" traz hoje um artigo, da responsabilidade da jornalista Margarida Davim, sobre as quotas de música portuguesa na rádio: "Minímos musicais - Quotas na rádio não aumentaram vendas".

Está lá a minha opinião - já muitas vezes expressa neste blogue - e foram ainda entrevistados o músico e produtor Tozé Brito; José Luís Ramos Pinheiro, administrador da Renascença e José Faustino, presidente da Associação Portuguesa de Radiodifusão.

O artigo ainda não está online, mas poderá ser consultado no sitío do "Sol" a partir de terça-feira.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Audiências do 1.º Trimestre de 2009

Segundo dados do Bareme Rádio, da Marktest, ficam, assim, alinhadas as emissoras, em termos de Audiência Acumulada de Véspera (AAV) do 1.º Trimestre de 2009 :

RFM – 14,7%

RR – 9.7%

Comercial – 8,7%

Antena 1 – 5,4%

Cidade FM – 4,5%

TSF – 4%

Antena 3 – 3,3%

Mega FM – 1,9%

M80 – 1,9%

Rádio Clube – 1,5%

Antena 2 – 0,7%

Best Rock FM – 0,7%

Rádio Sim – 0,6%

Romântica FM – 0,6%


Estes dados podem ser comparados com as audiências do 4.º trimestre de 2008 e com o período homólogo do ano passado.