«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

domingo, 27 de julho de 2008

Rádio Clube em Ondas Agitadas

São demissões atrás de demissões. As notícias (e as audiências) vão dando conta que algo vai mal para os lados da Rádio Clube. Os Objectivos traçados por Luís Osório são cada vez mais uma miragem e se as últimas audiências não correspondem ao prometido, as próximas serão piores.

O que falhou na Rádio Clube? A resposta é simples: Tudo! A aposta foi tardia e mal feita. O primeiro erro foi lançar uma estação emissora recuperando um nome mítico da rádio Portuguesa, Rádio Clube Português (RCP), mas que do qual já poucos se recordavam. Nessa altura, em Março de 2003, outro erro foi o RCP ter reaparecido com um formato idêntico ao já praticado pela Renascença e, em parte, pela Antena 1, em vez de aparecer com algo novo – o que era cariz do antigo RCP. Copiou formatos na tentativa de retirar ouvintes às estações que concorriam no seu segmento (RR e Antena 1). Foi um fracasso de audiências, mas, ainda assim, com melhores resultados do que os obtidos nos últimos tempos.

O erro seguinte foi a Rádio Clube Português mudar de nome e formato: designa-se apenas como "Rádio Clube" e passa a emissora de notícias. Mais uma vez a aposta foi tardia e mal feita. O intento era ocupar o lugar da TSF – Rádio Notícias ou o da Antena 1. Os resultados estão à vista: têm menos três pontos percentuais do que a TSF e que a Antena 1, na Audiência Acumulada de Véspera.

Mais alguns erros foram cometidos: prometeu-se 20 a 25 convidados por dia no programa da manhã (07h-10h). Ninguém levou a sério esta promessa e nunca foi concretizada. Como é que em 180 minutos se encaixam 20 convidados (quanto mais 25)? Só se forem cidadãos anónimos a dar opiniões e mesmo assim… Quem trabalha nos media sabe o quão dificil é arranjar convidados para um programa em directo. Tudo foi muito vago. Na altura, Luís Osório afirmava que «o Rádio Clube vai ser uma estação generalista de informação, que pretende discutir a liderança das audiências em todos os horários sem, no entanto, fazer concorrência à TSF, Renascença ou Antena 1». É preciso ser objectivo e firme. Devia ter afirmado imediatamente, e não mais tarde, como aconteceu, “vamos fazer concorrência a…”. Há, no entanto, uma verdade: a Rádio Clube não fez concorrência a ninguém.

O que era preciso para que a Rádio Clube superasse a concorrência? Simples e difícil, ao mesmo tempo. O "simples": contratar os melhores da concorrência. Não só jornalistas, mas também animadores, técnicos, sonorizadores, etc. Gente que saiba de "Rádio". A seguir, “desenhar” uma estratégia. Apostar na formação nas melhores estações mundiais do género. O "difícil": fazer melhor que a concorrência (mas é possivel) e tudo isto custa muito dinheiro.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

As Audiências do 2.º Trimestre de 2008

Segundo dados do Bareme Rádio, da Marktest, ficam, assim, alinhadas as emissoras, em termos de Audiência Acumulada de Véspera (AAV) do 2.º Trimestre de 2008 :

RFM – 14,2%
RR – 9,9%
Comercial – 7,4%
Cidade FM – 4,6%
TSF – 4,5%
Antena 1 – 4,5%
Antena 3 – 3,9%
Mega FM – 1,8%
M80 – 1,4%
Rádio Clube – 1,4%
Best Rock FM – 0,7%
Antena 2 – 0,4%
Outras estações – 12,2%
Não sabe que estação escutou – 1,4%

Estes dados podem ser comparados com as audiências do 1.º trimestre de 2008 e com o período homólogo do ano passado.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Sobre o (extinto) Museu da Rádio

Rogério Santos é um entusiasta da rádio. O seu blogue – Indústrias Culturais – reflecte isso mesmo. Nesse seu espaço, o autor tem defendido e promovido a cultura prestando um verdadeiro serviço público.

Foram já vários os textos em que Rogério Santos defendeu o Museu da Rádio. O texto de 14 de Julho é mais um. Desta vez, é pedido a Pedro Jorge Braumann que, sendo ele o Director do Núcleo Museológico da Rádio (e da Televisão), «reconsidere – ou diga a quem teve a ideia para reconsiderar – a criação de um espaço de museu virtual, sem mais nada. Os visitantes querem peças reais, físicas. Para virtual, já temos a Internet».

Lamento as decisões culturais deste governo (e muitas outras não culturais, mas isso são “contas de outro rosário”), principalmente a do encerramento do Museu da Rádio. Aquele espaço, encerrado em finais de 2007, era um dos melhores e mais completos do mundo, com um espólio que incluía peças raras, senão únicas.

Senhores governantes (politicos em geral) e administração da RTP: lembrem-se das palavras de Almada Negreiros (será que leram, sabem ao menos quem é?): «Não há cultura sem civilização, nem civilização que perdure sem cultura».

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Pagar Para Ser Fiscalizado

A Entidade Reguladora para a Comunicação (ERC) é financiada através de uma taxa paga pelos órgãos de comunicação social. Ou seja, os media portugueses têm de pagar para serem fiscalizados pela ERC.

A taxa de regulação e supervisão paga pelos meios de comunicação social à ERC não é ilegal, segundo uma pronúncia do Tribunal Constitucional. Esta deliberação surge porque a Atlântirádio - Sociedade de Radiodifusão, Lda. avançou com um processo de impugnação ao pagamento desta taxa.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

O Perfil do Provedor do Ouvinte da RTP

Está disponível, no portal da RTP, uma curta biografia de Adelino Gomes, o novo provedor do ouvinte da RTP.

Das informações disponíveis é de destacar a sua experiência na rádio e na formação: «Ministrou numerosos cursos de formação profissional de Rádio, no âmbito do Cenjor e do Centro de Formação de Jornalistas do Porto, e coordenou o Curso de Formação de Jornalistas e Animadores de Emissão da TSF (1986).

Leccionou na Escola Superior de Meios de Comunicação Social (1975-1981), Escola Superior de Jornalismo do Porto (1986) e Universidade Autónoma de Lisboa (1992-2002). (...)

Profissional de Rádio entre 1966 e 1989, trabalhou no Rádio Clube Português, entre outros no programa PBX, e como chefe de redacção eleito, entre Junho e Outubro de 1974; Rádio Renascença (Página Um, 1971/2); secção portuguesa da Deutsche Welle (1973); e RDP, de que director de informação (Dezembro de 1995 a Julho de 1997). Realizou nesta última, também, no início dos anos de 1980, durante cerca de um ano, o Programa da Manhã da Antena 1».