«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Memória da rádio desvanecida

No jornal “Público”, Adelino Gomes assina uma notícia sobre o estúdio do Rádio Clube Português a partir do qual se fez, há 32 anos, o primeiro comunicado dos militares revoltosos que na madrugada do dia 25 de Abril abriram as portas da liberdade em Portugal.
O estúdio está a ser desmantelado e desapareceu um microfone. Fernando Alves, no seu apontamento diário na TSF, os “Sinais”, fez eco do artigo de Adelino Gomes.
Depois de tão brilhantes palavras tudo o que eu possa escrever sobre o assunto é redundante.

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

A música na rádio - II

Fala-se muito da música portuguesa na rádio, no entanto, o conceito de “música portuguesa” pode ser entendido apenas como o Fado, o Folclore e Música Tradicional. Outros géneros, como Rock, Pop, Música de Câmara, Blues, House, Reggae, Jazz, Techno, etc., não foram inventados por portugueses. Os artistas nacionais apenas mimetizam estes (e outros) géneros musicais.
Por exemplo, o Marco Paulo cantou (canta) em português sucessos da música ligeira alemã, os UHF tocam rock, um género musical que nasceu nos Estados Unidos. O Hip-Hop, o género musical do grupo Da Weasel, também tem origem Americana. Portanto, no lugar de se falar de música portuguesa devia-se falar de artistas portugueses.
As quotas de música portuguesa na rádio geraram polémica entre artistas, operadores de radiodifusão e ouvintes. Na verdade, pouco ou nada adiantou a nova Lei da Rádio para o promoção dos artistas nacionais ou para o fomento do meio radiofónico.

Sobre o “Clube de Jornalistas”

Não tive oportunidade de ver o “Clube de Jornalistas” (CJ) de ontem na “2:”, mas registei-o em vídeo. Só no sábado é que vou poder fazer uma análise ao programa, em especial ao que disse o José Nuno Martins.
Entretanto o blogue “Rádio e Jornalismo” já fez algumas considerações interessantes.

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Má Onda

Já escrevi sobre a remodelação da “Rádio Renascença” (RR), mas o “Diário de Notícias” traz uma reportagem onde Nelson Ribeiro, director de programas da RR, afirma que alguns horários serão preenchidos com «mais música e menos palavra». Será isto a «Boa Onda da Rádio» apregoada pela RR? É assim que a Renascença quer recuperar os ouvintes que perdeu? Não me parece, porque rádio é companhia e essa só se faz com palavra, existindo um diálogo emocional entre o ouvinte e a emissora. Sem palavra isso não é possivel. A rádio torna-se um gira-discos enfadonho que toca músicas que, muitas vezes, nem são do agrado de quem está à escuta. Resultado: os ouvintes mudam de sintonia.
Ainda que duvide dos estudos de audiências da Marktest, vou esperar para ver quais são os resultados em Janeiro.
Acho que «mais música e menos palavra» é muito má onda, principalmente para uma estação como a RR.

Em Portugal, nada de novo na rádio digital

Em resposta a umas questões colocadas nos comentários no texto anterior, nada mudou na rádio digital em Portugal nos últimos anos. Continua tudo na mesma. Em DAB só emite a RDP, em DRM nem se fala, embora a estação da Deutsche Welle, em Sines, emita para a Europa (não sei se é possível captar o sinal em Portugal).

terça-feira, 26 de setembro de 2006

A música na rádio – I

Desde que a rádio democratizou a música os movimentos juvenis criaram a sua própria sonoridade. Criaram estilos musicais que ora contestam regimes políticos, ora apadrinham estilos de vida. A música é um reflexo das condições em que se desenvolve a sociedade.
O conceito do que é música pode ter diversas definições. Muitos tentaram impor o seu ponto de vista sobre o que ela realmente é, mas a sua origem, essência e actuação não podem reduzir-se a um denominador comum. Para uns, a música não é mais que sons ligados entre si por leis matemáticas simples, susceptíveis de serem designados por uma nota musical, devido a serem vibrações periódicas com altura definida. Para outros, música é tudo o que lhes proporciona prazer através da audição, nem que sejam vibrações não periódicas, numa mistura de frequências muito complexas a que outros, normalmente, chamam de barulho. A percepção do que é música varia de indivíduo para indivíduo e depende muito da cultura onde este está inserido, do grau académico, do meio que o rodeia, etc.
É um facto que a música une as pessoas em torno dela. As “tribos urbanas” – Rockabillys, Clubers, Góticos, Surfistas, Punks, Hippies, etc. – têm como denominador comum um género musical que reflecte o seu estilo de vida. Nos Estados Unidos, por exemplo, existem rádios dirigidas às “tribos urbanas” devido ao grande número de indivíduos que as compõem. Em Portugal não era possível fazer uma rádio só para rockabillys, Punks, ou outro grupo qualquer, pois o número de indivíduos que compõem essas tribos (mesmo com os simpatizantes) é insuficiente para gerar audiências capazes de atrair publicidade à emissora. E as estações de radiodifusão privadas (sobre)vivem exclusivamente de publicidade.

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Provedores no CJ

O próximo programa do “Clube de Jornalistas” (CJ) vai ter em estúdio o Provedor do Ouvinte e o Provedor do Telespectador da Rádio e Televisão de Portugal, numa entrevista dirigida por Ribeiro Cardoso.
No programa serão apresentadas aos provedores perguntas previamente gravadas. O CJ teve a amabilidade de me convidar para colocar uma questão a José Nuno Martins, o Provedor do Ouvinte da RDP.
O programa “Clube de Jornalistas” irá para o ar na próxima quarta-feira, na 2:, às 23h30.

Mais um programa radiofónico em livro

Na próxima quinta-feira, pelas 18h30, será apresentado o livro Ecos da Lusofonia – 7 Anos de Rádios em Cooperação, no Anfiteatro da Rádio Renascença (na Rua Ivens 14, em Lisboa).
O livro celebra 350 emissões do programa radiofónico Igreja Lusófona, realizado pela Fundação Evangelização e Culturas em parceria com a Rádio Renascença. A publicação, que tem prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa, reúne 20 entrevistas a personalidades que passaram pelo programa, alguns comentários do Padre Tony Neves – editor do programa - bem como uma reflexão sobre o papel das rádios, em especial no continente africano, com artigos do Padre José Luzia (Moçambique), Frei António Estevão (Angola) e Rogério Santos (Portugal).

RR renova-se

A Rádio Renascença (RR) vai, a partir de amanhã, apresentar um novo formato. O público alvo é o situado na faixa entre os 35 e os 54 anos. A "nova" RR, que terá como colaboradores o ex-Presidente da República Jorge Sampaio e o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Policarpo, vai apresentar uma nova sonoridade - com a passagem em antena de êxitos musicais das décadas de 60 e 70 - e mais e melhor Informação.
Esta renovação é, certamente, uma tentativa de inverter a queda nas audiências.

sábado, 23 de setembro de 2006

Rádio e Internet

Está disponível no sítio do OberCom o documento “As rádios portuguesas e o desafio do (on) line”. Este trabalho, da autoria de Sandra Amaral, Gustavo Cardoso e Rita Espanha, «faz parte de um conjunto de reflexões realizadas por investigadores do OberCom com base em dados apurados pelo projecto de investigação “O Impacto da Internet nos Mass Media Portugueses”, desenvolvido no âmbito da Fundação para a Ciência e Tecnologia e pelo CIES-ISCTE e tem como principal objectivo compreender as apropriações sociais da Internet no contexto radiofónico português».
Bertolt Brecht - o primeiro teórico da rádio - alertou, na década de 1920, para o facto de as emissoras necessitarem de reforçar a interactividade com os seus ouvintes. Nos primórdios da radiodifusão o telefone foi o principal elo de ligação, mas as potencialidades da Internet levaram a bidireccionalidade a outro patamar. E, segundo os autores do estudo, em Portugal a rádio apercebeu-se cedo disto, pois «a rádio é hoje o medium que em Portugal melhor explorou as potencialidades da Internet».

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Concerto do Duo Contracello em directo na Antena 2 *

Dia 4 de Outubro de 2006, às 19 horas, no Porto, no Salão Árabe do Palácio da Bolsa terá lugar o lançamento do novo trabalho do Duo Contracello, formado por Miguel Rocha, no violoncelo, e Adriano Aguiar, no contrabaixo. Este concerto será transmitido em directo pela Antena 2.
Vou ao evento, mas gravarei a transmissão em casa, que escutarei posteriormente, já que esta é uma excelente ocasião para avaliar a qualidade áudio das emissões em Frequência Modulada da Antena 2.
A recepção da emissão vai ser feita por um sintonizador AMC T7 ligado directamente, com cabos Nordost Black Night, a um D.A.T. Sony DTC-ZE700 que fará o registo áudio em PCM 16 bits / 48 KHz.

* Via blogue Guilhermina Sugia

P.S. – O Duo Contracello terá uma primeira apresentação do CD no próximo dia 1 de Outubro de 2006, Dia Mundial da Música, em Lisboa, às 19 horas, na Galeria Prova de Artista – Hotel Real Palácio.

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

A locução radiofónica

Falar na rádio significa captar o interesse dos ouvintes. A locução (ou animação) na rádio não deve ser demasiado formal, mas sim natural, transmitindo informações com clareza, com frases simples e concisas. O mundo contemporâneo não tem tempo para discursos eloquentes cheios de floreados, até porque hoje em dia a rádio ouve-se, maioritariamente, no carro, onde a atenção está (tem de estar) mais centrada na condução. A mensagem deve, portanto, ser num léxico facilmente entendido por todos. Isto não quer dizer que o vocabulário seja limitado. Os ouvintes esperam mais do animador do que uma linguagem corrente, mas para dizer que «a aspirina alivia a dor de cabeça», não é preciso proferir «o ácido acetilsalicílico atenua a cefalalgia». Erudição ou tecnicismos são ruído*.
O discurso radiofónico não pode primar pelo ruído ou o ouvinte muda de estação, porque não compreende a mensagem. No entanto, pior que discursos prolixos ocos são os “pontapés na gramática”. No programa de sábado passado do provedor do ouvinte da RDP, José Nuno Martins chamou à atenção dos falantes profissionais que ignoram regras elementares do falar na rádio: «(...) Há, por exemplo, experiências recentes bem tristes e que eu considero francamente irrepetíveis ao nível da apresentação dos programas, como é o caso inaceitável do repetido uso descuidado e até ignorante da língua portuguesa em falantes profissionais. Isto não é compaginável com o grau de exigência formal próprio da rádio pública. Sobretudo quando o exercício desses falantes profissionais – os locutores – se refere precisamente às áreas mais concertantes e mais convencionais da expressão artística.
E também existem razões de sobra para que alguns ouvintes se manifestem cansados com os tiques de algumas figuras de antena, ou com as “cliques” lisboetas dos amigos repetidamente trazidos às emissões nacionais (...)».

* Ruído - Tudo o que interfere com a emissão. O que dificulta a compreensão da mensagem pelo receptor por deficiência de formação do emissor.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

“Em nome do ouvinte”

O provedor do ouvinte do serviço público de radiodifusão é, sem dúvida, um exercício pedagógico útil, já que criou uma situação mais transparente na relação entre a RDP e os seus ouvintes.
Já foram emitidos dois programas do provedor do ouvinte da RDP. Podendo estes serem escutados online ou então em podcast.
O segundo programa, emitido no sábado passado, abordou uma questão técnica - a recepção das emissões da RDP – e uma reclamação por parte de um ouvinte sobre a programação da Antena 2.
O provedor do ouvinte, José Nuno Martins, ouve as duas partes, analisa as reclamações dos ouvintes, e permite que os responsáveis pelas situações que geraram queixas dêem uma explicação. Depois de apresentados os problemas, José Nuno Martins aponta o que na sua opinião está errado e formas de o corrigir e, até agora, tenho gostado das suas intervenções. José Nuno Martins tem mais de três décadas de rádio e a sua experiência nesta área enriquece e credibiliza o papel que desempenha.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Uma critica ao “Sol”

O novo semanário “Sol” traz quatro páginas dedicadas à televisão. A rádio não é um medium merecedor de, pelo menos, uma página?

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Dois cursos de rádio na UAL

O Radiolab da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) vai lançar dois cursos de rádio: Animação de Programas de Rádio e Animação para Informação (2ª edição). Estes cursos terão inicio a 25 de Setembro e 9 de Outubro, respectivamente.
Os diversos módulos serão ministrados por Ana Bravo (TSF), Isilda Sanches (Oxigénio), Sena Santos (ex TSF e RDP), Vítor Nobre (UAL), João de Sousa (UAL), Miguel Kellen (UAL), Pedro Dias (Universidade Radar).

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Seminários APR *

A Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) e a Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) vão realizar mais um “Seminário APR”, sob o tema “Cooperação entre Rádios”, e terá lugar dia 21 de Setembro, às 15 horas, no auditório de Ciências da Comunicação da UAL
Neste seminário participam João Paulo Faustino, doutorando em Media Management e Visiting Researcher da Jonkonping International Business School na Suécia e especialista na área dos Media; Luís Mendonça, director da Rádio Universidade Marão e vice-presidente da APR; e Manuel Pinto, director da Rádio Ansiães.
Os seminários APR destinam-se a todas as entidades relacionadas com o sector, à comunicação social e a todos os interessados nesta matéria, nomeadamente os estudantes das áreas de comunicação social e das novas tecnologias.


*
Via Radiolab

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

As pessoas gostam *

“O fim da rádio não é para já”. Esta previsão é de Seth Godin, que nos apresenta no seu blogue algumas das razões porque a rádio ainda está para durar.
A ideia da rádio…a ideia de um fluxo de áudio determinado por um fornecedor externo não vai desaparecer tão cedo. As pessoas gostam”. E porquê? Simples. Os ouvintes gostam de ser surpreendidos. Uma coisa é ter música gravada num qualquer suporte (CD, MD, Cassete analógica, etc.), sabendo o que se irá escutar, outra é ouvir uma música, porventura até arredada da memória, enquadrada por um comentário do animador.
É a capacidade de surpreender com o jogo música/palavra que estimula a imaginação de quem sintoniza uma emissora, criando assim um elo emocional agradável entre os ouvintes e a estação radiofónica. É isto a magia da rádio.

* Via Atrium

sábado, 9 de setembro de 2006

O provedor do ouvinte da RDP

O programa do Provedor do Ouvinte da RDP teve início hoje ás 13h08 na Antena 1. “Em nome do Ouvinte”, assim se chama o espaço radiofónico do provedor, será repetido amanhã às 14h00 na Antena 3 e às 17h40 na Antena 2.
O provedor dos ouvintes da RDP é José Nuno Martins, uma figura bem conhecida da rádio e da televisão portuguesas.
A criação da figura do Provedor do Ouvinte no serviço público de radiodifusão é um passo positivo e só dá credibilidade à instituição. Um exemplo que as emissoras privadas deviam seguir.

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Vozes da Rádio

Este texto não é uma nova referência ao livro de Rogério Santos, nem sequer uma referência a algum(a) locutor(a) radiofónico. É apenas uma chamada de atenção para o blogue “Vozes da Rádio”, criado pelos membros do grupo vocal portuense homónimo.
A ligação para o “Vozes da Rádio” já está na coluna aí do lado.

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

No estúdio, já não no estádio

A RR e a TSF fizeram o relato do jogo Finlândia - Portugal desde os estúdios e o mesmo já tinha sucedido no Dinamarca - Portugal. Apenas a Antena 1 relatou desde o Estádio Olímpico de Helsínquia. Esta situação aconteceu porque as federações dinamarquesa e finlandesa exigem que os relatos sejam pagos (não sei o montante, mas deve ser elevado).
Relatar os jogos pela televisão tem inconvenientes para quem relata, pois as repetições, os grandes planos do público, etc., impedem o relator de seguir as jogadas. Outro inconveniente, e este para os ouvintes, é o atraso com que a imagem chega ao televisor: dois segundos (no caso da Sport tv o atraso é maior) acrescentem a isto mais um segundo de atraso na emissão radiofónica que chega aos receptores dos ouvintes e temos um desfasamento de 3, 4 ou mais segundos. Como a Antena 1 relatava directamente do estádio, era notória a diferença temporal. Outro inconveniente é o som de fundo característico de um estádio desportivo (o “bruá), que, por ser uma gravação, nada tinha a ver com o que se passava em campo, o que artificializou a emissão.
O Blogouve-se também chama a atenção para os relatos feitos desde o estúdio e aponta para o facto de que «qualquer rádio o pode fazer! Em Barcelos ou em Almodovar, um relatador e um comentador farão globalmente o mesmo que RR e TSF. E para estas duas rádios isso não é nada bom».
Compreende-se que RR e TSF não queiram deixar de fazer os relatos dos Jogos de Portugal na esperança que os seus ouvintes não mudem de estação, mas, se calhar, a estratégia de relatar pela televisão provoca, precisamente, a perda de ouvintes. A Antena 1 é uma rádio de serviço público, pelo que tem obrigação de fazer os relatos dos jogos de Portugal (quer tenha de pagar pelos relatos ou não), as outras podem fazer emissões alternativas.

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Melhor, mais barato e pequeno

A tecnologia está a revolucionar os media e a torná-los cada vez mais pequenos e, portanto, móveis. Isto tanto se aplica à produção como ao consumo.
A edição online do jornal “USA Today” (obrigado JPM), no artigo «Future of media in fidelity», da autoria de Kevin Maney, faz algumas considerações sobre esta “revolução”: «(...) Fidelidade é a experiência total de algo. (...) Em música, um concerto tem maior fidelidade que escutar um CD numa aparelhagem estéreo, que, por sua vez, tem mais fidelidade que um leitor de MP3. (...) A tecnologia digital coloca a grande fidelidade dentro de embalagens cada vez mais pequenas e baratas. (...) Há trinta anos, música portátil era sinónimo de um rádio transportável num bolso e com uma qualidade sonora monofónica fraca. Há quinze anos atrás, era um walkman estéreo em que a música se escutava em auscultadores misturada com o ruído de fundo da fita. Agora, após muito progresso, a música é digital e escuta-se num iPod Nano do tamanho de um cartão de crédito. (...) As pessoas trocam fidelidade por conveniência. (...) Todos os media experimentam a mesma transição: a fidelidade começa a ser mais barata e o grande torna-se mais barato e pequeno. Estas modificações estão a acontecer mais rápido do que nunca. (...)».
Na era dos suportes áudio de alta definição (SACD e DVD-Audio) é o áudio digital comprimido que dita as leis. Qualquer sinal comprimido tem perdas e, portanto, menor qualidade. Embora os defensores do MP3 advoguem que este tem “qualidade CD” (o que será que eles entendem por isto), a verdade é que esta é sofrível. Mas há, no entanto, uma ponta de verdade nisto: a qualidade dos CDs de hoje em dia é tão má, que a diferença entre um ficheiro MP3 e um registo PCM a 16 bits / 44.100 Hz é praticamente indistinta.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Boa rádio

Boa rádio? É a rádio que não passa sempre as mesmas músicas, em que não se diz sempre a mesma coisa, em que há um factor de risco, em que há erro, em que o tipo que está a fazer aquilo tanto pode soar ao melhor profissional como pode engasgar-se todo e tropeçar e quase fazer de palhaço. Pedro Ramos, animador da Radar, em entrevista à revista “6.ª” do jornal “Diário de Notícias”, de 1 de Setembro.
Estou de acordo!

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

RTP faz 50 anos

Há meio século os portugueses acolheram um novo medium: a televisão. Embora não fosse uma novidade no mundo, pois existiam já várias estações a transmitir há mais de duas décadas (a primeira experiência foi efectuada em 1924), só em finais de 1954 é que se começou a dar os primeiros passos no Gabinete de Estudos da Emissora Nacional de Radiodifusão para a concretização da Rádio Televisão Portuguesa. O jornal “Correio da Manhã” traz uma cronologia da RTP e o “Diário de Notícias” também traz um artigo sobre a RTP.
Parabéns à Rádio e Televisão de Portugal e que venham mais 50 anos, com mais e melhor serviço público de televisão.

De volta...

...Que há outro Ouvidor impaciente.