«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Má Onda

Já escrevi sobre a remodelação da “Rádio Renascença” (RR), mas o “Diário de Notícias” traz uma reportagem onde Nelson Ribeiro, director de programas da RR, afirma que alguns horários serão preenchidos com «mais música e menos palavra». Será isto a «Boa Onda da Rádio» apregoada pela RR? É assim que a Renascença quer recuperar os ouvintes que perdeu? Não me parece, porque rádio é companhia e essa só se faz com palavra, existindo um diálogo emocional entre o ouvinte e a emissora. Sem palavra isso não é possivel. A rádio torna-se um gira-discos enfadonho que toca músicas que, muitas vezes, nem são do agrado de quem está à escuta. Resultado: os ouvintes mudam de sintonia.
Ainda que duvide dos estudos de audiências da Marktest, vou esperar para ver quais são os resultados em Janeiro.
Acho que «mais música e menos palavra» é muito má onda, principalmente para uma estação como a RR.

3 comentários:

sónia disse...

Concordo em absoluto!

SoNosCredita disse...

tenho de concordar!

Anónimo disse...

A Renascença anda há procura de um rumo desde que há poucos anos, cortou com o rumo que tinha.

Quer ser uma RFM com informação, precisamente numa altura em que as pessoas já se fartam da RFM. Veja-se o sucesso de Pedro Ribeiro e da sua Rádio Comercial.

A receita que têm adoptado e que deu quebra de audiências, parece-me ser a mesma desta "reestruturação" anunciada. Cara lavada apenas, um programa novo e novo design e marketing. Não basta mudar a imagem...

Bons eram os tempos em que a RR tinha António Sala, e outros "cotitas", e sobretudo alguma música portuguesa. Agora é só Shania Twain e amigas. As chamadas "só grandes músicas", "boa onda".