Pedro Passos Coelho, líder do PSD, quer privatizar algumas das empresas que ainda estão na mão do Estado português, «porque o Estado deve sair dos negócios e ser reduzido o poder interventivo do Governo na esfera pública». Um erro comum é pensar que a Rádio é um negócio como outro qualquer e Pedro Passos Coelho tem uma visão de gestor, onde só os números falam. Mas a rádio é mais que números.
Se as emissoras radiofónicas da RTP fossem privatizadas, terminaria o serviço público de radiodifusão. Este serviço até está longe de ser o ideal, mas é melhor este que nenhum. Por exemplo, quem quereria manter uma Antena 2 com música erudita? Ou uma Antena 3 com propostas de nova música portuguesa? Ou, até, uma Antena 1, nos moldes em que ela se encontra? Ninguém, obviamente, porque qualquer privado que aposte numa estação de radiodifusão quer rentabilizar o seu investimento e isso consegue-se com a venda de espaços publicitários. Mas estes só são interessantes para os anunciantes, se as emissoras tiverem ouvintes. Um serviço público de radiodifusão tem de apostar num formato diferente daquele que existe na radiodifusão privada. Ou seja, divulgar, acima de tudo, a cultura portuguesa.
Reduzir os custos da RTP é que seria uma boa aposta, pois a RTP faz concorrência directa às emissoras privadas e esta concorrência é desleal, pois a emissoras comerciais têm de procurar investidores, enquanto a RTP é financiada por uma taxa que todos pagam na factura da electricidade.
1 comentário:
tenho a certeza de que PPC vai, oportunamente, explicar que a sua proposta não inclui a rádio. Porqué que digo isto? É tal o disparate, que só pode...
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