Não existem em Portugal revistas dedicadas à radiodifusão. As publicações que mais se referem à rádio são a “Media XXI”, a “Observatório” e a “Media & Jornalismo”, que embora não sejam especializadas em rádio, mas sim dedicadas à comunicação em geral, costumam trazer artigos dedicados ao meio. Existe ainda a “QSP – Revista de Rádio e Comunicações”, que é uma publicação dedicada aos radioamadores, mas que aborda, também, a radiodifusão, principalmente a sua vertente histórica. É impressa ininterruptamente desde 1980.
A primeira revista portuguesa dedicada à rádio foi a “TSF em Portugal”. O número um desta publicação foi colocado à venda a 9 de Novembro de 1924, sendo o seu aparecimento justificado com o aumento do interesse pela rádio, o que coincidiu com o aparecimento nesse ano, em Portugal, de postos emissores que faziam serviço de radiodifusão, ainda que de uma forma experimental. No entanto esta publicação não foi a primeira que se dedicava exclusivamente à rádio. Em 1914, apareceu nos Açores o “Jornal Rádio” – um periódico que descrevia as comunicações entre os postos de Telegrafia Sem Fios (TSF) dos Açores e os navios que cruzavam as águas portuguesas. Interessante é verificar que numa altura em que, para descrever comunicações à distância sem fios, se usava os termos “TSF” ou “Wireless Telegraphy”, o periódico se chamasse “Jornal Rádio”. É que a única entidade que usava o termo “Rádio” era a marinha de guerra dos Estados Unidos e, mesmo assim, só nas comunicações oficiais e apenas desde 1912.
O “Jornal Rádio” teve uma vida efémera, porque pouco depois do início da sua publicação rebentou a I Guerra Mundial, o que levou a uma limitação do que podia ser publicado, assim como a uma escassez de papel para impressão do jornal, além do aumento vertiginoso dos preços das matérias primas.
Nas décadas de 1930, 40 e 50, foram aparecendo e desaparecendo várias revistas dedicadas à radiodifusão, entre elas a “Rádio Sciencia” (que substituiu a “TSF em Portugal”), “Antena”, “Microfone”, “Onda”, “Radiófila”, “Radiofonia”, “Rádio Semanal”, “Rádio Ouvinte”, “Rádio Programa”, “Rádio Revista” e a “Rádio Nacional” - uma publicação da responsabilidade da Emissora Nacional.
Com o inicio das emissões da RTP, em 1956, as revistas foram-se adaptando à nova realidade mediática portuguesa e as publicações que se ocupavam exclusivamente da rádio foram dando lugar a outras, como a “Rádio e Televisão” e a “Visor”. Com o passar dos anos também estas acabariam por desaparecer. Já há quase trinta anos que as revistas se dedicam exclusivamente à televisão, principalmente ao resumo das telenovelas.
Também os jornais deixaram de dar importância à rádio. O espaço ocupado outrora com os assuntos da rádio foi diminuindo até quase desaparecer. Hoje os jornais só falam da rádio quando a actualidade assim o impõe, e se é verdade que alguns jornais ocupam um pouco (muito pouco) de espaço com a programação e frequência de emissão de algumas estações, outros nem isso.
1 comentário:
A rádio portuguesa já merecia uma revista...
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