Sempre que aparece um novo medium, a rádio sente-se ameaçada. Foi assim com a televisão e foi assim com a Internet. Em ambos os casos a rádio soube reagir e adaptar-se.
A televisão é uma evolução natural da rádio, acrescentando ao som a imagem. Já a Internet é a convergência de todos os media.
Entre a criação da primeira estação de radiodifusão e a primeira estação de televisão apenas distam 8 anos.* Quase 70 anos depois é que a Internet estaria disponível para todos.
A televisão – ao contrário do que muitos vaticinaram - não matou a rádio, tornou-a mais dinâmica. A Internet deu-lhe a possibilidade de se expandir.
São já dezenas de milhar as rádios com emissão online. Em Portugal, embora existam cerca de 350 estações de radiodifusão sonora, são menos de 150 as que têm páginas na Internet. E as que emitem online são ainda em menor número.
O investimento na emissão através da Internet é muito reduzido, mas os benefícios podem ser muitos. Algumas das consequências da rádio na rede podem ser constatadas de imediato: ser escutada em todo o mundo e ser um elo de ligação das comunidades de emigrantes com a sua terra natal; maior proximidade com os ouvintes, pois pode dar a conhecer a estação e os seus projectos, já que, na Internet, a rádio pode ter - além do áudio - texto e imagem; maior interactividade com os ouvintes; etc.
Os formatos áudio de emissão online
A rádio na Internet só pode ter emissões digitais, no entanto estes nada têm a ver com os formatos digitais hertzianos (DAB, DRM, HD Radio, etc.).
Para emitir na Internet existem vários formatos áudio, sendo que os mais utilizados são o Real Audio, o WMA, o Quick Time, e o mp3.
O Real Audio é um formato de áudio da Real networks para streaming**. Para se escutar uma emissão em Real Audio é necessário ter o aplicativo Real Player. Tem uma boa taxa de compactação, mas a qualidade está abaixo do mp3.
O WMA - Windows Media Audio - é um formato áudio desenvolvido pela Microsoft para rivalizar com o mp3.
Em altas taxas de débito o wma não supera o mp3 em qualidade sonora, mas com menores taxas de débito (menos de 96 Kbps, só voz por ex.) o wma consegue mais compressão com uma diferença de som praticamente imperceptível em relação ao mp3. Uma das vantagens do wma é o de gerar arquivos áudio cerca de 1/3 mais pequenos que o mp3.
O Quick Time é o formato áudio da Apple computer. A qualidade do áudio Quick Time é ligeiramente superior ao do mp3, mas para ser escutado necessita do aplicativo quick time player.
Finalmente, temos o mp3. Este formato é, sem dúvida, o rei do áudio digital comprimido.
O termo mp3 deriva de uma contracção de MPEG audio Layer 3 (Movie Pictures Expert Group nível áudio 3). Inicialmente destinava-se à compressão vídeo digital, mas foi posto de lado quando se verificou que o MPEG-2 (bastante usado na edição áudio das emissoras) servia para mesma coisa. Com esta situação, a patente caiu no domínio público e o mp3 tornou-se praticamente um standard da Internet. Hoje, devido à sua popularidade, quase todos os fabricantes de CDs e DVDs incluem nos seus aparelhos leitura em mp3.
Desenvolvido pelo instituto alemão Fraunhofer, em 1987, o mp3 não tem grande qualidade se a compararmos com o PCM (o formato áudio em que os CDs são gravados) pois a compressão é de 12:1.
* Embora ainda antes da 1.º Guerra Mundial tenham existido muitas experiências bem sucedidas de radiodifusão no mundo, considera-se que a primeira estação de radiodifusão sonora é a KDKA, situada em Pittsburgh, Pennsylvania, que começou a emitir a 2 de Novembro de 1920.
A primeira estação de televisão foi a WGY, de Nova Iorque, cuja primeira emissão foi para o ar no dia 11 de Maio de 1928.
** O streaming permite o processamento imediato e contínuo de dados. No caso da rádio online, escuta-se os programas conforme eles vão sendo emitidos.
6 comentários:
acho q uma menção ao formato ogg seria de esperar...
- para o mesmo bitrate apresenta melhores qualidades que o mp3
- é aberto e não está coberto por patentes
- é (cada vez mais) uma das escolhas de stream entre rádios online
Por que é que há muitas rádios nos EUA que não estão on line, apenas t~em algumas gravações disponíveis, de alguns programas? ouvi dizer que o streaming é caro. Isto faz algum sentido?
abraços
É verdade que o formato Ogg Vobis é superior ao mp3, mas penso voltar ao assunto dos formatos áudio digitais e falar do ogg e de outros menos conhecidos, além dos formatos sem compressão. De qualquer forma obrigado pelo lembrete.
Em resposta às perguntas do JPM, não sei como o stream pode ser caro. Para uma emissora estar com a emissão hertziana online necessita de um computador, uma ligação à Internet (cabo ou linha telefónica) e um programa para estar online. Só se o upload nos EUA for caro. Cá quem paga uma mensalidade fixa sabe que o upload nem conta (o download sim) e pode-se estar 24 horas por dia ligado à rede.
sr.Jorge Guimarães Silva....o sr. já está ultrapassado com este comentário...tem que o substituir...existe o aac+ supera qualquer streaming em mp3, e basta emitir apenas em 32kbps e 44 khz para ter uma qualidade de cd audio.
De facto... até fiquei espantado que tenhas ignorado o formato aacPlus.
Esse sim é o futuro do streaming. Só ainda não está muito divulgado pq só existem 3 leitores capazes de o reproduzir. Winamp, VLC e Windows media Player (este últmo necessita da instalação do codec)
A propósito. O streaming pode ser caro quando se aluga um servidor/repetidor para aumentar a capacidade de ligações em simultâneo.
Mas uma ligação sapo 4MB com um upload de 256kbps dá sempre para 10 ligações em simultâneo se 'emitirmos' a 24kbps e ainda sobra banda.
Mas há por aí quem tenha uploads de 512kpbs. É fazer as contas :)
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