«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

sábado, 18 de junho de 2005

LEITORES DIGITAIS DE MÚSICA E A RÁDIO

O blogue “O Segundo Choque” tira algumas conclusões de um estudo que mostra a relação entre o tempo gasto com os leitores digitais de música (LDM) e o consumo tradicional de rádio. No post “LDM amigos da rádio?” pode ler-se:
«- analisando um período de três meses, percebe-se um aumento do tempo gasto com a escuta de rádio entre os que têm estes aparelhos há mais tempo;
- o facto novidade relativamente aos LDM é clássico: nos primeiros tempos concentra a atenção, depois a moda passa...
Ou seja, o uso dos LDM não parece afectar significativamente o tempo gasto com a rádio tradicional!»
Os Leitores Digitais de Áudio não afectam significativamente o tempo gasto com a rádio tradicional, porque este medium tem um elemento que nenhum LDM tem: a imprevisibilidade do elemento humano.
Num LDM sabemos que músicas lá estão, até podemos mudar o seu alinhamento, mas serão sempre os mesmos sons que acabarão por sair pelos auscultadores. Na rádio não. E se o animador conseguir criar uma "relação emocional" com o ouvinte, então estará a criar a tal “magia da rádio”.
Com este estudo lá se vai a tese do «mais música, menos palavra». Há que apostar no elemento humano; promover um espírito de identificação do ouvinte com o animador. É com isto que se conquistam audiências, não é com "música a metro". Os ouvintes procuram a rádio não só pela música, mas principalmente pela companhia.

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