No post de 26 de Maio já tinha feito referência às quotas de música portuguesa na rádio, mas volto outra vez ao assunto.
Não concordo com um sistema de quotas de música portuguesa na rádio, porque acho que não vai resolver coisíssima nenhuma, nem para as rádios, nem para os artistas portugueses, nem para as editoras discográficas.
O blogue NetFm faz umas considerações, que eu acho pertinentes: «Será que ainda alguém acredita que será possível transformar o panorama radiofónico nacional e torná-lo semelhante ao panorama espanhol, francês ou italiano? Se não dobramos as séries e filmes na televisão, porque haveríamos de consumir mais música portuguesa do que estrangeira? Temos uma tradição semelhante à das rádios alemãs, onde a música nacional não tem, também, grande expressão. É uma questão cultural, equivalente a outras questões (igualmente negativas) que nos diferenciam de outros países europeus e que dificilmente se mudará com quotas e obrigações».
Também o blogouve-se toca no assunto e mostra como a lei pode ser ambígua: «como a lei tem de ser geral e abstracta, a formulação dá para todos os músicos, de qualquer origem, que tiverem residência permanente em Portugal (nem sequer é requerida a nacionalidade portuguesa). Por outras palavras, o próximo disco do Guangdong trio, gravado em Queluz, também é música portuguesa».
Mais música portuguesa na rádio? Claro, mas na rádio pública (RDP), que é a que tem a obrigação de promover a música e os músicos portugueses. As emissoras privadas têm de saber cativar ouvintes. Portanto, se não passam música portuguesa e têm ouvintes, por alguma razão é.
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