«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

quarta-feira, 17 de agosto de 2005

RR memória?

No jornal “Correio da Manhã”, num artigo sobre a Rádio Renascença, reparei num apontamento: «Depois da criação, há mais de 20 anos, da RFM e, mais recentemente, da Mega FM, com o objectivo de cativar o público mais jovem, surge agora a ideia de que o grupo católico poderá criar um 4.º canal, destinado aos que gostavam da RR de há 20 ou 30 anos».
Recrear a rádio de há 20 ou 30 anos é uma boa ideia, já que nessa altura a rádio portuguesa cumpria o seu papel de informar, formar e entreter.
Mas como é que vão fazer este quarto canal? Se for em Frequência Modulada, só dividindo as frequências RR e RFM, ou então copiando a estratégia da Media Capital que compra, ou aluga, rádios locais, arranjando sempre forma de contornar a Lei da Rádio. Se for em Onda Média, então tudo bem. É só reactivar os emissores de Amplitude Modulada que há muito estão silenciados. Aliás, se é para recrear a RR de há 30 anos, então o AM (Onda Média ou Curta) é a escolha correcta e eu apoio. De outra forma só se a concorrência também puder abrir novas estações, sem silenciar emissoras locais.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não nos podemos esquecer também das vozes regionais, que ou vão para esse 4º canal ou para a Mega FM. Penso eu...

Anónimo disse...

Se me permite, faço aqui dois ou três reparos.

A estratégia de aquisição de rádios locais não é exclusiva da Média Capital. A Mega FM também foi constituída através desse expediente. No caso da região do Porto, por exemplo, a rádio local comprada pela RR foi a antiga Rádio Prisma, do concelho de Gondomar.

Os emissores de ondas médias da Rádio Renascença nunca foram silenciados. A menos que haja alguma avaria ou falta de energia, neste preciso momento devem estar a operar os emissores de ondas médias existentes em Muge, Seixal, Braga, Valongo, etc. Com excepção do de Muge, eles são habitualmente usados para transmitir canais regionais.

O emissor de ondas curtas da RR em Muge está desligado, mas tudo indica que permanece em condições de funcionar. Seja como for, ele não está direccionado para cobrir o território português, mas sim o resto da Europa.

Anónimo disse...

A estratégia de aquisição de rádios é uma vergonha. Quando é que irá haver uma reformulação da lei da rádio evitando que seja possivel haver os contornos à lei e fomentando a aproximação das rádios aos locais das emissoras.