«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

A INAUGURAÇÃO DA EMISSORA NACIONAL FOI HÁ 70 ANOS

As primeiras experiências de radiodifusão em Portugal deram-se em finais de 1924, e são devidas apenas à iniciativa de privados. Eventualmente terão existido em Portugal muitas experiências de radiodifusão que não estão documentadas, nem foram focadas pela imprensa da época, mas a década de 1920 viu nascer postos emissores nas cidades de Lisboa, Porto, Coimbra, Setúbal e Funchal. Na década seguinte, Abrantes, Braga, Faro, Ponta Delgada e S. João da Madeira também tiveram estações com alguma expressão local, só que a maior parte teve uma vida efémera.
Ciente do crescente interesse da população por este novo medium e do poder a ele inerente, o governo de então, através do decreto lei n.º 17 899, de 27 de Janeiro de 1930, cria, na dependência dos CTT, a Direcção dos Serviços Radioeléctricos e autoriza a aquisição de dois emissores, um de Onda Média e um de Onda Curta, para a futura Emissora Nacional de Radiodifusão.
Em Maio de 1932, tendo António Joyce como presidente da estação, têm início as emissões experimentais da EN em Onda Média. Passados dois anos foi a vez de se iniciarem as experiências em Onda Curta, estas com emissões dirigidas para o estrangeiro e, principalmente, para as Colónias.
A inauguração oficial da Emissora Nacional de Radiodifusão é feita no dia 1 de Agosto de 1935, nos estúdios da Rua do Quelhas, em Lisboa. O programa oficial da inauguração estendeu-se de 1 a 7 de Agosto, pois o Presidente da República da altura, Óscar Carmona, só foi aos estúdios a 4 de Agosto. Nesta altura presidia aos destinos da EN o capitão Henrique Galvão, que aos microfones anunciou que «a Emissora Nacional, realização do Estado Novo, é hoje, como mais um soldado que se alista, uma força ao serviço do Estado Novo». Henrique Galvão tornar-se-ia inimigo jurado de Salazar, mas a Emissora Nacional seguiria de braço dado com o regime fascista português até ao dia 25 de Abril de 1974.
Em 1975, a rádio portuguesa é nacionalizada e é criada a Empresa Publica de Radiodifusão, que agrega todas as emissoras portuguesas menos a Rádio Renascença, a Rádio Altitude e a Rádio Pólo Norte. Um ano depois a Emissora Nacional passa a designar-se Radiodifusão Portuguesa.
Para comemorar a data a Antena 1 vai contar a história dos primeiros anos da rádio pública portuguesa, num especial de Ana Aranha e Filomena Crespo, após o noticiário das dez da manhã, e depois das cinco da tarde.

3 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ponto azul disse...

Olá!Só passei para dizer que já voltei das férias!Bjs :-)

Jorge Guimarães Silva disse...

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