Longe vão os tempos em que uma estação de rádio não tinha dinheiro para equipamento radiofónico profissional (ou, como alguns gostam de referir, broadcast) porque este era caro. Para uma emissora ter alguma qualidade sonora tinha de possuir máquinas de bobines de fita magnética, gira-discos com determinadas características (com braços, cabeças e agulhas específicas), mesas de mistura apropriadas à emissão (com uma boa relação sinal/ruído), etc. Estes equipamentos estavam acima do orçamento de muitas emissoras locais portuguesas. Assim, era recorrente as emissoras terem equipamento áudio doméstico, mais barato que o profissional, mas que não tinha a qualidade áudio desejável. Os avanços tecnológicos alteraram este estado de coisas.
Com o advento do digital passou a ser possível aumentar a qualidade áudio das emissoras com menos recursos. Uma estação radiofónica deixava de ter gastos com a troca de agulhas de gira-discos (que duravam pouco tempo) ou com a troca de cabeças de leitura e/ou gravação de uma máquina de fita magnética ou com o desgaste normal dos suportes áudio (bobines, cartuchos ou cassetes) que tinham de ser substituídos. Primeiro o Disco Compacto e, depois, o Mini Disco, tornaram a emissão mais barata. Mais recentemente, foi o computador que trouxe benefícios às emissoras. A edição sonora tornou-se mais simples e a deterioração sonora diminuiu. Claro que há o reverso da moeda. O computador substituiu, em muitos casos, o animador radiofónico - o melhor (e mais escandaloso) exemplo é o da Foxx FM, embora muitas emissoras locais, por uma questão de economia, mantenham as emissões nocturnas em “piloto automático”.
Mas a automação radiofónica não é de agora, nem uma invenção da rádio portuguesa. O primeiro programa de computador de automação radiofónica foi criado em 1979, nos Estados Unidos, e tinha o nome de Selector. Este programa criava uma play-list segundo o formato da emissora, o género musical, etc. e, depois, um conjunto de aparelhos (bobines ou cartuchos de fita magnética), préviamente programados, fazia a emissão*. Claro que na década de 1970, este tipo de equipamento era muito dispendioso, além de ocupar muito espaço, pelo que só emissoras com grande poder económico o podiam adquirir.
O senão da emissão automática: não faz mais companhia aos ouvintes que um disco, cassete ou Leitor de Áudio Digital. Para existir verdadeiro entretenimento é necessário o elemento humano, mas este, infelizmente, tem, cada vez mais, a sua capacidade de comunicação cerceada pelas play-lists e pelos textos ocos de conteúdo, que são escritos por outros.
* Como curiosidade, na série «Galáctica», que passou recentemente na Sic Radical, um dos episódios mostrava uma máquina deste tipo, numa emissora de Nova Iorque, em que várias máquinas de fita magnética arrancavam e paravam misturando músicas, publicidade e animação gravada.
Com o advento do digital passou a ser possível aumentar a qualidade áudio das emissoras com menos recursos. Uma estação radiofónica deixava de ter gastos com a troca de agulhas de gira-discos (que duravam pouco tempo) ou com a troca de cabeças de leitura e/ou gravação de uma máquina de fita magnética ou com o desgaste normal dos suportes áudio (bobines, cartuchos ou cassetes) que tinham de ser substituídos. Primeiro o Disco Compacto e, depois, o Mini Disco, tornaram a emissão mais barata. Mais recentemente, foi o computador que trouxe benefícios às emissoras. A edição sonora tornou-se mais simples e a deterioração sonora diminuiu. Claro que há o reverso da moeda. O computador substituiu, em muitos casos, o animador radiofónico - o melhor (e mais escandaloso) exemplo é o da Foxx FM, embora muitas emissoras locais, por uma questão de economia, mantenham as emissões nocturnas em “piloto automático”.
Mas a automação radiofónica não é de agora, nem uma invenção da rádio portuguesa. O primeiro programa de computador de automação radiofónica foi criado em 1979, nos Estados Unidos, e tinha o nome de Selector. Este programa criava uma play-list segundo o formato da emissora, o género musical, etc. e, depois, um conjunto de aparelhos (bobines ou cartuchos de fita magnética), préviamente programados, fazia a emissão*. Claro que na década de 1970, este tipo de equipamento era muito dispendioso, além de ocupar muito espaço, pelo que só emissoras com grande poder económico o podiam adquirir.
O senão da emissão automática: não faz mais companhia aos ouvintes que um disco, cassete ou Leitor de Áudio Digital. Para existir verdadeiro entretenimento é necessário o elemento humano, mas este, infelizmente, tem, cada vez mais, a sua capacidade de comunicação cerceada pelas play-lists e pelos textos ocos de conteúdo, que são escritos por outros.
* Como curiosidade, na série «Galáctica», que passou recentemente na Sic Radical, um dos episódios mostrava uma máquina deste tipo, numa emissora de Nova Iorque, em que várias máquinas de fita magnética arrancavam e paravam misturando músicas, publicidade e animação gravada.
1 comentário:
Olá Jorge!
Antes de mais, parabéns pelo Blog, é raro encontrar alguma coisa aqui na Net que aborde assuntos tão diversos relacionados com este mundo magnífico que é a RÁDIO.
Eu aínda sou do tempo das bobines/dos discos riscados/das K7....lembro-me de deixar um disco a tocar, misturado com aquele barulho que mais parecia pipocas a estalar dentro de um tacho, enquanto ia num instante tomar um café depois de uma grande maratona radiofónica, isto já para não falar dos sucessivos "repeats" nocturnos... De facto a qualidade sonora melhorou, mas perdeu-se tanta coisa.. a magia e a garra com que cada amimador prendia os ouvintes à telefonia durante a emissão, é um bom exemplo!
Mas mudam-se os tempos...
Marta Pereira
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