«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

terça-feira, 1 de novembro de 2005

Muito democrático...

Fiquei curioso quando hoje li no "Diário de Notícias" que «Rui Rio só vai conceder entrevistas por escrito». Esta frase leva qualquer um a pensar que a Rádio – que é som – está excluída das conferências de imprensa do presidente da Câmara Municipal do Porto. Os jornais podem publicar a entrevista, a Televisão pode mostrar o papel onde a entrevista foi escrita (que para ser credível terá de ter a assinatura do Dr. Rui Rio), mas a rádio não pode fazer nada disto. Terá de ser um jornalista a ler as declarações do presidente da C.M. do Porto.
Rui Rio afirmou ontem, em conferência de imprensa nos paços do concelho, que «a democracia só é possível com uma informação livre e independente, não vivemos em democracia se houver censura ou se a informação não respeitar o rigor e a verdade», mas acrescentou que só concede «entrevistas por escrito, mediante critérios de oportunidade, com regras previamente definidas (...)».
Sobre o som retiro um excerto do livro Tudo o que se passa na TSF ..."para um livro de estilo", de João Paulo Meneses (pag. 83): «Um som (apenas) credibiliza quando, mais do que trazer elementos novos para o ouvinte, vai para o ar para que não fique qualquer dúvida sobre se determinada situação aconteceu(...)».
Claro que o principal problema aqui não é o som para a rádio ou a imagem para a televisão, mas sim o que Rui Rio entende por «informação livre e independente». Além do “DN”, os jornais “Público” e “JN” também trazem textos sobre este assunto.

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