«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

quinta-feira, 7 de julho de 2005

CONTRA AS DESCARGAS ILEGAIS DE MÚSICA

João Paulo Meneses chama-nos à atenção nos seus dois blogues - “O Segundo Choque” e “Blogouve-se” – para uma iniciativa de Boss AC, apoiada pela Antena 3: hoje, quem quiser pode descarregar o tema "Faz o Favor de Entrar (Tuga Night)" gratuitamente e legalmente da internet.
Trata-se de uma iniciativa pedagógica contra os carregamentos de música ilegais que também tem o apoio da AFP (Associação Fonográfica Portuguesa).
Nunca a humanidade teve tanta disponibilidade de música como hoje. Se até às primeiras décadas do século XX a música era um privilégio exclusivo das classes mais favorecidas, hoje ela está totalmente “democratizada”. No entanto, se há cada vez mais música e mais barata, as vendas de discos continuam a cair. Normalmente culpa-se a “pirataria”.
“Pirataria musical” sempre existiu, mas nunca com esta dimensão. Há vinte anos a principal fonte de onde se gravava música era a rádio. Esperava-se, pacientemente, que aquela música - que ainda ninguém tinha em disco (normalmente caro) - passasse na nossa emissora favorita e, então, fazíamos a gravação para uma cassete de fita magnética. Hoje é tudo radicalmente diferente.
Com a disseminação de leitores digitais de música, da Internet, e de uma maior disponibilidade financeira das camadas mais jovens da população, passou a ser mais fácil conseguir as músicas que se quer de uma forma gratuita, ou seja, copiando os CDs dos amigos, fazendo a descarga (quase sempre ilegal) da Internet para o PC, iPod, etc. No entanto, muitos dos jovens que fazem estas descargas não estão cientes das responsabilidades que os seus actos acarretam.
As editoras e os artistas, neste campo, têm razão para se queixar, mas ao invés pedirem medidas repressivas, devem apoiar iniciativas como a de Boss AC, que são capazes de dar bons resultados.

1 comentário:

Anónimo disse...

E que tal vender os discos mais baratos?