«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Parabéns TSF

A TSF-Rádio Notícias comemora hoje 19 anos de existência. Embora a história da TSF remonte a 1981, as emissões regulares da TSF - na altura ainda Rádio Jornal - tiveram início a 29 de Fevereiro de 1988, num ano bi-sexto, portanto, pelo que o aniversário é comemorado a 28. Para assinalar a data, a emissão está recheada de sons que fizeram a história da emissora.
Já agora, sobre esta ocasião, nem uma linha nos jornais, nem sequer nos pertencentes ao mesmo grupo (JN, DN e 24 Horas).
Act. 1 de Março - O DN trouxe hoje um texto sobre os 19 anos da TSF (o texto não está online).

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

O “Página Um” das décadas de 1960/70

Ainda a propósito do texto anterior, e porque muitos ouvintes/leitores não sabem – ou não se lembram - o que era o “Página Um”, eis em que consistia o programa.
O "Página Um" era emitido de segunda a sexta-feira, das 19h30 até às 20h30 (mais tarde, o horário foi alargado até às 21h), em Onda Média, pela RR. Teve início a 2 de Janeiro de 1968 e durou até 1974. A realização do programa estava a cargo de José Manuel Nunes e de Luís Paixão Martins. A equipa, para além dos realizadores, era formada por Adelino Gomes, Homero Cardoso, Fernando Santos e Fernando Tenente. Com o programa colaboravam ainda Amaral Marques, Maria Emília Correia, José Vieria Marques, Fernando Cascais, Viriato dias, Joaquim Letria, António Cartaxo, Rui Pedro, Artur Albarran, Moreno Pinto, José Videira, António Borga (da BBC) e elementos da Voz da América e da Deutsche Welle. O programa teve, no início, co-produção da revista “Flama” e o seu primeiro apresentador (só em Janeiro de 1968) foi Jorge Schnitzer.
O programa era constituído por música, informação, reportagens e entrevistas. Se no inicio o programa era uma espécie de revista “Flama” em formato radiofónico, foi, aos poucos, especializando-se em questões políticas e sociais, o que provocou algum mal-estar no poder vigente. Diziam-se coisas e passavam-se músicas incómodas para o regime totalitário português. Em directo, os artistas da “Canção Nova” interpretavam as suas composições. Fausto, Adriano Correia de Oliveira e Manuel Freire foram alguns dos que apresentaram os seus trabalhos no programa. No “Página Um” passaram ainda discos de José Mário Branco, Sérgio Godinho e Zeca Afonso (comemoram-se, hoje, vinte anos da sua morte). Ou seja, autores que estavam debaixo de olho (neste caso, ouvido) da censura.
Nas palavras de Matos Maia, na sua magnífica obra Telefonia, «Naqueles tempos a rádio mexia com o sistema, era saudavelmente incómoda e os programas não se limitavam a ser gira-discos». Não podia concordar mais com estas palavras.
Para este texto foram consultadas as seguintes fontes:
MATOS, Maia - Telefonia. Lisboa: Circulo de Leitores, 1995. ISBN 972-42-1133-9
BRAVO, Manuel – História da Rádio em Datas (1819-1997). Disponível em http://pagina.vizzavi.pt/~nc22723a/radio.htm

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Inovações na página da RR

A Rádio já não é só som, com a Internet novos horizontes se abriram para a rádio. A Rádio Renascença (RR) disponibiliza na sua página da Internet, desde ontem, ficheiros pdf com «o essencial da informação», duas vezes por dia, de segunda a sexta feira.
O título do "jornal" é "Página 1".A RR recupera o nome de um programa de informação de finais da década de 1960, que foi bastante popular.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Ontem foi dia de retorno aos anos oitenta

Há uma nova viagem agendada para 16 de Março (de Sexta para Sábado).

Um guia ético para o jormalismo da rádio pública... e não só*

Os interessados podem fazer a descarga de um guia ético para o Jornalismo das rádios públicas, mas não faz mal nenhum se as emissoras privadas o seguissem. Claro que todas as emissoras portuguesas vão "fugir com o rabo à seringa", como no caso do provedor dos ouvintes.
O Ethics Guide for Public Radio Journalism está disponível no sítio Corporation for Public Broadcasting.

* Via Ponto Media

sábado, 10 de fevereiro de 2007

No próximo Sábado à noite, no Porto...

... vamos ao Swing Club recordar o tempo em que a música tinha na rádio o seu principal divulgador; os discos eram pretos, grandes, analógicos e feitos de vinil; havia Rádios Piratas com muita gente a falar aos microfones e ninguém se importava com isso; as rádios legais pertenciam ao estado, mas tinham excelentes programas de autor; a pirataria musical consistia numa cassete de fita magnética (gravada directamente do nosso gira-discos, da rádio ou copiada de outra qualquer cassete) e a indústria fonográfica não se queixava (muito, pelo menos); a música portátil era escutada ou num "transístor"* ou num Walkman; metiam-se moedas de cinco "paus" nas máquinas de flippers para uma "joga" de pouco mais de um minuto; os computadores em casa - para os mais sortudos - eram os ZX Spectrum; o café, no Porto, era um cimbalino (está em desuso a expressão); os centros comerciais eram escassos; ganhava-se mal (nisto nada mudou); os governos... é melhor nem comentar. O melhor de tudo eram as discotecas que abriam ao domingo de tarde e passavam slows (o momento mais esperado do dia).
Podem agradecer ao blogue "Queridos Anos Oitenta". Eu vou ao Swing agradecer pessoalmente.

Em escuta: Spot promocional da festa, que passa na Rádio Nova.
* Transistor - nome popular por que eram conhecidos os receptores radiofónicos de bolso.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

E vão duas...

O programa “O amor é...”, da autoria de Júlio Machado Vaz, que passa na Antena 1, ficou hoje por transmitir. Segundo a direcção de programas da Antena 1, «As posições aí tomadas pelos autores sobre o Referendo do próximo dia 11, colidem frontalmente com o princípio de neutralidade a que a rádio pública está obrigada e com o imperativo de independência que caracteriza o próprio conceito de serviço público». Júlio Machado Vaz já se pronunciou sobre este assunto no blogue “Murcon”.
E com esta, são já duas as vezes que o programa é retirado do ar. A primeira foi a 10 de Abril de 2005, aquando da morte de João Paulo II.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Internet: ameaça ou oportunidade para a rádio?

Está disponível, para leitura ou descarga, na Biblioteca On-Line de Ciências da Comunicação, um trabalho de João Paulo Meneses como título Internet: possibilidades e ameaças para a rádio musical.
Neste texto são apresentadas conclusões interessantes, onde se apresentam caminhos que a rádio terá de seguir (o que já acontece em muitas situações).

Anotem na agenda

Lembram-se do tempo das rádios piratas e da música que muitas delas passavam? Pois o blogue “Queridos anos oitenta” convida todos a fazer uma viagem a esse tempo, na discoteca Swing, no Porto, na noite de sábado para domingo da próxima semana (17 para 18 de Fevereiro).

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Sobre a Rádio Clube

Dizer bem da Rádio Clube:
É uma rádio de informação e palavra, remando contra a maré do “mais música e menos palavra”.
É, sem dúvida, diferente do que se fez até agora na rádio portuguesa. Copia o modelo espanhol da Cadena Ser (influência da Prisa). No entanto, não tem o nível qualitativo das emissoras espanholas.
Dizer mal:
Não foi uma entrada de campeão nem surpreendeu, como Luís Osório tantas vezes afirmou que ia acontecer. Tal como seria previsível, 25 convidados numa manhã era uma tarefa difícil de concretizar. Existiram alguns convidados, mas nunca chegaram, nem de perto, aquele número tantas vezes anunciado. Pela boca morre o peixe.
Existiram falhas técnicas, que não são desculpáveis numa emissora – como os responsáveis tantas vezes fizeram questão de frisar – altamente profissional.
A informação de trânsito incorre nos mesmos erros de outras emissoras: só o há sobre Lisboa e, algumas vezes, sobre o Porto. O resto do país é paisagem.
As manhãs da Rádio Clube são diferentes da concorrência (RR, TSF e A1). Escolhem um tema e desenvolvem-no durante toda a manhã, relegando para segundo plano outras notícias. Os noticiários da tarde e noite são inferiores ao das outras estações emissoras.
A frequência no Porto mudou. Dos 89.50 MHz sedeados em Matosinhos, e de difícil escuta em alguns pontos do Porto, passou-se para os 90.00 MHz da cidade Invicta, frequência onde era retransmitida a Foxx FM e depois a Cidade FM (que, entretanto, voltou aos 107.20 MHz). Uma confusão.
Nos dois textos anteriores sobre a Rádio Clube foram colocados quase três dezenas de comentários. Neles analisa-se, critica-se ou sugerem-se alterações. Também se escreveu no Blogouve-se e no Rádio e Jornalismo sobre a nova Rádio Clube.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Um sapo que a Renascença tem de engolir

A Rádio Renascença (RR) está contra os tempos de antena (obrigatórios e pagos pelo Estado) que tem de transmitir. Sabendo-se da posição da RR, em relação ao proximo referendo, a RR terá de dar voz tanto aos apoiantes do "Não" como aos do "Sim".
O Estado tem 4 milhões de euros para distribuir pelas emissoras que transmitam os tempos de Antena. Enquanto que no referendo de 1998 só se inscreveram duas estações locais, agora estão inscritas 226.