Muitas estações radiofónicas portuguesas têm sofrido alterações ao longo dos anos. Umas encerram, por falta de viabilidade financeira, outras tornam-se projectos diferentes, sendo que nos grandes centros urbanos – ou nos arredores – são alugadas ou vendidas a grandes grupos de comunicação que as tornam retransmissores de emissoras de Lisboa. E, normalmente, quem trabalha nessas estações locais vai para o desemprego.
Relata-nos o blogue NetFM que esta situação ocorreu mais uma vez. Em Cascais, a Química FM teve uma vida efémera. A estação que ia «devolver à área da Grande Lisboa o amor pela rádio» durou quatro meses - terminou em 31 de Janeiro. Segundo o relato de um ex-colaborador da Química FM, «Um grupo ligado a uma multinacional comprou o espaço e correu literalmente com todos na rádio». Esta é, infelizmente, uma situação que se tornou prática comum: um novo dono assume a direcção da emissora e a primeira coisa que faz é despedir toda a gente.
Recentemente veio a público nos jornais “Diário de Aveiro”, “Correio da Manhã” e “Diário de Notícias” umas notícias sobre um conflito entre um empresário da comunicação e um colaborador seu. A notícia não está disponível para consulta na Internet, mas o blogue Kolaborador transcreveu-a. O empresário em questão – Marcelo Reis – tomou posse da Rádio Clube da Feira (RCF) em Julho de 1995. A primeira coisa que fez, ao chegar à emissora, foi colocar toda a gente na rua. E quem protestou com a situação foi ameaçado - eu vi e ouvi. Estava lá. A RCF pertence a uma cooperativa de radio que tenta rentabilizar a emissora, concessionando-a, contando apenas com um empregado seu a laborar na estação, que foi o único que não foi despedido, porque Marcelo Reis não o podia fazer. Os outros, contratados pelo concessionário, não tiveram outro remédio senão partir.
O concessionário anterior a Marcelo Reis – Justino Silva – é um homem da rádio. Colaborou com a Rádio Clube do Centro – Emissora das Beiras e com a RDP - Rádio Comercial Norte, entre outras. Mas as coisas não correram pelo melhor e Justino Silva aceitou empréstimos monetários de Marcelo Reis. Um dia foi colocado entre a espada e a parede: ou pagava o que devia ou passava a concessão da RCF a Marcelo Reis. A cooperativa, na altura, foi conivente com esta situação, mas viria a arrepender-se. Acontece que quem trabalhava na estação estava na maior ilegalidade, já que não tinham contrato de trabalho, nem sequer faziam descontos para a Segurança Social. Toda a gente veio embora sem direitos nenhuns.
Finalmente, depois de uma dúzia de anos, Marcelo Reis perdeu a concessão por falta de pagamento à cooperativa detentora do alvará da RCF. Um antigo colaborador – que também tinha sido despedido em 1995, Nelson Pais – está agora à frente dos destinos da RCF.
Este é um exemplo, mas isto é o que tem acontecido em muitas rádios locais do país.
Relata-nos o blogue NetFM que esta situação ocorreu mais uma vez. Em Cascais, a Química FM teve uma vida efémera. A estação que ia «devolver à área da Grande Lisboa o amor pela rádio» durou quatro meses - terminou em 31 de Janeiro. Segundo o relato de um ex-colaborador da Química FM, «Um grupo ligado a uma multinacional comprou o espaço e correu literalmente com todos na rádio». Esta é, infelizmente, uma situação que se tornou prática comum: um novo dono assume a direcção da emissora e a primeira coisa que faz é despedir toda a gente.
Recentemente veio a público nos jornais “Diário de Aveiro”, “Correio da Manhã” e “Diário de Notícias” umas notícias sobre um conflito entre um empresário da comunicação e um colaborador seu. A notícia não está disponível para consulta na Internet, mas o blogue Kolaborador transcreveu-a. O empresário em questão – Marcelo Reis – tomou posse da Rádio Clube da Feira (RCF) em Julho de 1995. A primeira coisa que fez, ao chegar à emissora, foi colocar toda a gente na rua. E quem protestou com a situação foi ameaçado - eu vi e ouvi. Estava lá. A RCF pertence a uma cooperativa de radio que tenta rentabilizar a emissora, concessionando-a, contando apenas com um empregado seu a laborar na estação, que foi o único que não foi despedido, porque Marcelo Reis não o podia fazer. Os outros, contratados pelo concessionário, não tiveram outro remédio senão partir.
O concessionário anterior a Marcelo Reis – Justino Silva – é um homem da rádio. Colaborou com a Rádio Clube do Centro – Emissora das Beiras e com a RDP - Rádio Comercial Norte, entre outras. Mas as coisas não correram pelo melhor e Justino Silva aceitou empréstimos monetários de Marcelo Reis. Um dia foi colocado entre a espada e a parede: ou pagava o que devia ou passava a concessão da RCF a Marcelo Reis. A cooperativa, na altura, foi conivente com esta situação, mas viria a arrepender-se. Acontece que quem trabalhava na estação estava na maior ilegalidade, já que não tinham contrato de trabalho, nem sequer faziam descontos para a Segurança Social. Toda a gente veio embora sem direitos nenhuns.
Finalmente, depois de uma dúzia de anos, Marcelo Reis perdeu a concessão por falta de pagamento à cooperativa detentora do alvará da RCF. Um antigo colaborador – que também tinha sido despedido em 1995, Nelson Pais – está agora à frente dos destinos da RCF.
Este é um exemplo, mas isto é o que tem acontecido em muitas rádios locais do país.
1 comentário:
"nada voltará a ser com antes"
Eu trabalhei no inicio da era Marcelo Reis e, na altura, a coisa "funcionava". O "modelo rádio" era novidade, havia dinheiro. Ganhava-se bem em todos os sectores da rádio. Com exepção dos locutores mas esses serão eternamente marginalizados. Em tempos de crise são os primeiros a "dar de frosques".
Como não sou feirense, não sei como era "a Rádio do Justino". Mas certamente o espírito seria outro, assim como os objectivos. Actualmente 50% dos objectivos em Rádio são apenas, SOBREVIVER á crise. Isso só por si, condiciona todo um projecto que se tenha pensado ou estructurado.
A nova RCF, está a recomeçar do zero. Os 2 meses fora do ar antes do fim do ano por causa da queda da antena, mais os 3 meses a passar apenas música, colocaram a RCF fora da corrida das "audiencias". A juntar a tudo isso, 95% do material actual, teve de ser adquirido novamente pelo novo concessionário. Nem uma simples cadeira existia.
Pensando bem, isto é pior que recomeçar do zero. Há que ter coragem, dedicação e muita paciencia. Mas sobretudo, trabalhar, e pode ser que os resutados apareçam daqui a uns meses.
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