«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Rádio Altitude Faz 62 Anos

A Rádio Altitude celebra a passagem de mais um aniversário. No blogue da emissora, Rui Isidro - director da estação - deixou uma mensagem aos ouvintes:

«Rádio Altitude completa hoje, 29 de Julho, 62 anos de emissões. Ou talvez mais. Ou talvez menos (...) Rádio Altitude – a mais antiga estação de radiodifusão local em Portugal, um património que deve ser motivo de orgulho para toda a Região, e não apenas para a Guarda. Hoje faço questão de recordar aqui os princípios que o actual grupo de trabalho abraça. Um grupo que integra algumas das (raras?) pessoas que não querem desistir do Interior. Nos bons e nos maus momentos, como é próprio dos afectos verdadeiros e vividos com intensidade. Um grupo que me honro de dirigir há quase sete anos: uma longevidade inédita de engrandecimento e afirmação, numa história que também já foi feita de convulsões e de sobressaltos. É por isso que, no final de cada jornada, quando vamos à nossa vida restante e ao reencontro dos nossos (outros?) afectos, deixamos sempre o lugar onde trabalhamos com um sussurro: «Fica bonita, Rádio!». Porque a Rádio Altitude é uma paixão. Obrigado a todos, por tudo. E Parabéns!»

A mensagem completa pode ser lida em http://altitude.altitude.fm/profiles/blogs/nos-62-anos-da-radio-altitude

Parabéns Rádio Altitude.

sábado, 24 de julho de 2010

Star FM Substitui RCP

A Media Capital Rádios (MCR) acabou com a Rádio Clube, nome que substituiu, em 2005, o de Rádio Clube Português. No entanto, a primeira alteração manteve sempre uma ligação ao passado através do acrónimo RCP. Agora termina mais um ciclo, com a MCR a criar a Star FM - uma estação que emitirá música dos anos 50, 60 e 70 do século passado através dos emissores da ex-RCP. Se a ERC permitir.

Nesta alteração existe uma situação pouco clara: quiseram encerrar a Rádio Clube, mas mantêm os alvarás de radiodifusão sonora que suportavam a estação. Despediram 36 colaboradores o que leva a pensar que a Star FM será um CD hertziano que debitará listas de difusão intercaladas com anúncios de estação. Sem o elemento humano não há emoção - a essência da rádio. A Lei deveria ser clara neste aspecto: querem encerrar uma emissora, entreguem os alvarás e estes deveriam ser colocados a concurso público novamente.

Um novo fracasso radiofónico está à vista na MCR. A Star FM vai posicionar-se no segmento da Rádio Sim, uma rádio que, segundo o último Bareme Rádio, tem apenas 0,9% de Audiência Acumulada de Véspera (AAV), mas que tem boas perspectivas de aumentar o AAV, já que a programação é diversificada e mantém a ligação emocional com o ouvinte. Ou seja, faz companhia. A MCR tem um bom exemplo no seu grupo de uma rádio de sucesso: a Rádio Comercial. Mas este sucesso deve-se às pessoas que lá colaboram - principalmente ao seu director.

A MCR encerrou, em 2003, a Rádio Nostalgia - que transmitia música dos anos 50, 60  e 70 - e regressa agora a um formato idêntico. Apostar num formato puramente musical e, prevê-se, sem o elemento humano é perder para outras emissoras os (poucos) ouvintes que a RCP tinha. É certo que não vai conseguir muitos ouvintes, porque a música hoje está ao dispor de todos na Internet, local onde além do áudio, disponibiliza vídeo e informações sobre as músicas, autores, compositores, interpretes, histórias, etc.. A Star FM quer competir com tudo isto, só passando música?

Os ouvintes radiofónicos do século XXI não estão interessados em escutar na rádio uma lista de difusão onde existem muitas músicas que não lhes agradam. Hoje em dia, qualquer pessoa elabora a sua lista de difusão e escuta só as músicas que gosta, no CD ou no Leitor de Áudio Digital ou no computador. Claro que a MCR pode achar que após despedir 36 colaboradores pode contratar novos para a Star FM. Mas será isto legal?

P.S. - A emissora Rádio Clube Português, da MCR, nada tem a ver com o antigo RCP. O nome Rádio Clube Português, ou RCP, foi a designação dada a uma estação emissora em 1931. Esta emissora era, principalmente, um clube de aficionados da rádio. A emissora tinha sido criada em 1928, por Jorge Botelho Moniz, como CT1DY - Rádio Parede, depois chamada, em 1930, Rádio Clube Costa do Sol. Em 1975 foi nacionalizada e incorporada na estrutura da Radiodifusão Portuguesa (RDP), hoje Rádio e Televisão de Portugal (RTP). Em 1979 foi criada a RDP - Rádio Comercial, que foi a herdeira das tradições do RCP. A Comercial foi alienada da RDP, em 1993, e adquirida, em 1997, pela MCR que também adquiriu a Rádio Nostalgia, que transformou, em 2003, em Rádio Clube Português. No início da década de 1990, a família Botelho Moniz fez regressar o nome Rádio Clube Português através de uma parceria ente a Rádio Gest, de Lisboa, e a Rádio Nova, do Porto. Esta associação durou pouco mais de três anos.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Festival Future Places

De 12 a 16 de Outubro vai ter lugar no Porto o Festival Future Places, cuja organização é da Universidade do Porto. O objectivo do festival é promover a discussão, prática e reflexão sobre os media digitais e culturas locais. O Future Places é um festival de meios digitais internacional focado no potencial dos media digitais para transformar culturas e sociedades. Para isso, explora a cultura digital nas suas diversas formas: concertos, exibições, competições, workshops, festas, conferências e projecção de filmes.Durante o Festival Future Places vai estar activa a Rádio Futura, em FM 91.50 MHz, que também terá transmissão através de emissão web. esta emissora será da responsabilidade da Rádio Zero

O Festival Future Places porcura programas previamente gravados de 30 minutos ou uma hora e propostas de directos através de streaming ou a partir dos estúdios temporários na cidade do Porto. Todas as propostas relacionadas com media digitais e/ou culturas locais são bem vindos:

MÚSICA.
CONTOS.
GRAVAÇÕES DE CAMPO.
POESIA SONORA.
CANÇÕES.
EXPERIÊNCIAS.
TEMAS ACTUAIS.
PURA BIZARRIA.

As propostas devem ser enviadas para radiofutura@radiozero.pt até 31 de Agosto de 2010. Enviar um ficheiro de som (ou link) e uma breve descrição. Para propostas de directos, por webstream ou no Porto, enviar uma proposta/rascunho do programa, juntamente com as necessidades técnicas. Mais informação acerca do festival de media digitais Future Places em futureplaces.org

A Radio Futura é uma actividade conjunta da Future Places e da Rádio Zero, uma emissora universitária sediada em Lisboa, que emite 24 horas por dia, 365 dias por ano na Internet e promove o acesso livre à transmissão. Instiga e promove os usos da rádio mais exploratórios e não ortodoxos, tanto em conteúdos, como em forma e tecnologia e é um dos membros fundadores da Radia. A cada dois anos organiza um Festival de Rádio Arte em Lisboa - a RadiaLx.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Audiências do 2.º Trimestre de 2010

Há novidades nos dados do Bareme Rádio, da Marktest. No segundo trimestre de 2010, já não consta a Rádio Clube (que fechou no passado domingo), a Rádio Renascença cai para terceiro lugar e a Rádio Comercial está em segundo - isto nunca tinha acontecido. No Top Ten posiciona-se uma emissora local de Loures (com uma única frequência): a Rádio Orbital.

Ficam, assim, alinhadas as emissoras em termos de Audiência Acumulada de Véspera (AAV) do 2º trimestre de 2010:

RFM – 13,7%

Comercial – 9,2%

RR – 8,5%

Cidade FM – 5%

Antena 1 – 4,4%

TSF – 4,1%

M80 – 4,1%

Mega Hits– 3%

Antena 3 – 2,7%


Rádio Sim – 0,9%

Best Rock FM – 0,6%

Antena 2 – 0,5%

Romântica FM – 0,4%

Outras estações - 11,9%

Não sabe que emissora escutou - 1,5%

Estes dados podem ser comparados com as audiências do 1.ºtrimestre de 2009 e com o período homólogo do ano passado.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Fim do Rádio Clube

Era já esperado o fim do Rádio Clube, que desaparece do éter no próximo domingo. Já estava morto há muito, apenas esperava o enterro. É a terceira vez que o Rádio Clube Português desaparece. A primeira vez foi em 1975, com a nacionalização; a segunda foi no início dos anos 90, após uma fusão falhada com a Rádio Nova, do Porto; e a terceira, agora, após um projecto que falhou, consecutivamente, desde os tempos de Pedro Tojal até ao desconhecimento do meio por parte de Luís Osório.

Neste espaço já se apontou várias vezes o porquê do insucesso do Rádio Clube (RCP). 36 funcionários da emissora enfrentam, agora, o desemprego.