«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

quarta-feira, 7 de junho de 2006

Ainda sobre a Lei da Rádio

O blogue Canal Maldito continua a abordar a nova Lei da Rádio. Estou perfeitamente de acordo com o texto que o Bruno Gonçalves Pereira escreveu hoje.

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo com a generalidade das coisas que o Bruno disse, principalmente no que concerne às óbvias dificuldades de encher uma emissão não-generalista com música nacional. A sua análise está bastante completa. No entanto, dou o benefício da dúvida à nova lei, porque acredito na reeducação. Acredito que a obrigatoriedade pode levar a uma maior aceitação da música portuguesa e à morigeração de costumes. Veja-se o caso do fomento indesmentível que a Antena3 tem dado à coisa, depois da criação das "Quintas dos Portugueses".
A curto-médio prazo, a nova lei pode trazer frutos. Sejamos pacientes... esperando que o mercado também o seja.
RC

Anónimo disse...

Em parte não concordo com o artigo. Passo a explicar:
1- Há alguns anos atrás, lembro-me de em França se querer promulgar uma lei (que chegou a ser promulgada e actualmente encontra-se em vigor) que obrigava as rádios a passarem uma quota elevada de música francesa (não sei se 40 ou 60%). Fez-se muito barulho, ou seja, criou-se uma situação idêntica ou semelhante à descrita no artigo (falta de música para rodar, os franceses não "estavam para aí virados" e afins). A lei foi promulgada e veja-se agora a quantidade de música francesa que passam nas rádios. Ou se quiserem, vejam o MCM na TV Cabo e reparem na quantidade de música francesa que passa...
Em Espanha (desconheço se há lei), temos o caso das rádios do grupo Prisa: temos a "Los 40 principales" que é uma rádio híbrida, passando música estrangeira (anglo-saxónica) e espanhola; temos a "Cadena Dial" a passar exclusivamente música espanhola; a "M80", com uma filosofia inversa à "Cadena Dial (100% música anglo-saxónica; e uma quantidade de rádios locais que priveligia a música espanhola.
2- Não esquecer que Música Portuguesa, engloba música de expressão Portuguesa, isto é, portuguesa de Portugal, do Brasil e dos restantes PALOP's.
3- O facto de os cantores e bandas portuguesas cantarem em inglês também não ajuda muito à situação
4- O argumento de que possam existir dificuldades no preenchimento de uma grelha numa rádio generalista não é válido. Dou o exemplo da Rádio Portugal da MCR (radioportugal.clix.pt)
5-O porquê de as rádios não criarem inciativas semelhantes ao "TMN Garage Sessions" para formação ou ajudar bandas portuguesas, de diferentes estilos musicais, a lançar um cd e ouvir a sua música passar na rádio, exclusivamente cantada em português. Esta situação iria criar uma "efervescência" no meio audiovisual (música), podendo criar-se um mercado nacional (exemplo das novelas portuguesas). é preciso inicativas. Assim, talvez fosse mais fácil encher uma emissão não-generalista com música nacional. Por exemplo: para as rádios dedicadas à música de dança, porquê não remisturar clássicos ou as tais músicas "pimbas", como fazem os anglo-saxónicos.
Ah, de relembrar que muita da música anglo-saxónica que passa nas rádios é "pimba"!!
6- Falta de patriotismo por parte dos Portugeses e um certo complexo que nos é incutido desde pequenos para não ouvirmos as músicas nacionais e o chamado "pimba"
7- E sim, as editoras têm uma quota parte do problema desta situação

Cumprimentos