...Para avaliar as emissões do renovado Rádio Clube (Português?). No entanto, alguns leitores deste blogue já reagiram, colocando comentários no texto anterior.
«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005
segunda-feira, 29 de janeiro de 2007
domingo, 28 de janeiro de 2007
Amanhã é dia de um renovado Rádio Clube
O Rádio Clube vai, finalmente, arrancar. O arranque será Às 07h00 com João Adelino Faria, que regressa à lides radiofónicas, 17 anos depois de ter saído da Correio da Manhã Rádio.
As metas são ambiciosas: ultrapassar as audiências da – finalmente assumida – concorrência (Antena 1 e TSF).
Também não esqueço os tais 25 convidados, que foram um estandarte deste novo Rádio Clube. Vamos ouvir para crer.
O jornal “Público” descreve como vão ser alguns programas do Rádio Clube.
As metas são ambiciosas: ultrapassar as audiências da – finalmente assumida – concorrência (Antena 1 e TSF).
Também não esqueço os tais 25 convidados, que foram um estandarte deste novo Rádio Clube. Vamos ouvir para crer.
O jornal “Público” descreve como vão ser alguns programas do Rádio Clube.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2007
Estamos mal de rádio e de jornalismo em Portugal
Já saiu o bareme rádio da Marktest do quarto trimestre de 2006. o jornal público apresenta uma notícia com o título “Rádio perdeu cerca de 300 mil ouvintes nos últimos meses de 2006”. No entanto, Paula Cordeiro, do Blogue NetFM, refuta esta afirmação e conclui que «o título "Rádio perdeu 300 mil ouvintes", parece-me relativamente estafado e recorrente, uma vez que sempre que a Marktest apresenta os resultados para um novo trimestre, as notícias começam com os verbos "perdeu" ou "recuperou"... Que meio tão volátil, a rádio...». É um texto a ler com atenção e que levanta perguntas - algumas delas já formuladas no texto de Paula Cordeiro - sobre o estado do jornalismo em Portugal. Neste contexto, é importante ler o o que escreveu João Paulo Meneses no postal “Um caso exemplar para nos fazer pensar”, no blogouve-se.
Parece que o jornalismo em Portugal está pior que a rádio portuguesa, mas também me quer parecer que não é por causa dos jornalistas, mas sim pelas contínuas reduções de pessoal experiente das redacções, o que leva ao uso (e abuso) de mão de obra gratuiuta, como é o caso dos estagiários. Depois é este o resultado.
terça-feira, 23 de janeiro de 2007
20 perguntas e muitas mais respostas
Há uns tempos, o Francisco Mateus, do blogue “Rádio Crítica”, colocou um texto onde fazia 20 perguntas aos seus leitores. As respostas foram chegando e são interessantes.
Há algumas conclusões que se podem ir tirando: o que é que a rádio portuguesa precisa? De dinâmica. E essa só se consegue com pessoas, não com música sem parar onde um computador está a dirigir a emissão. Sem o elemento humano que mantenha o contacto com o ouvinte, as estações pouco mais são que sistemas de música ambiente para centros comerciais decrépitos.
sexta-feira, 19 de janeiro de 2007
Quando a rádio pode ser mortal - II
Segundo o jornal "Correio da Manhã" (a notícia não está online), a estação KDND 107.9 decidiu despedir os dez responsáveis do concurso "Hold your Wee for a Wii", onde se tem de beber água, e que resultou na morte de uma participante (ver texto de 14 de Janeiro).
terça-feira, 16 de janeiro de 2007
Nova grelha do Rádio Clube adiada
A revolução prometida pela Rádio Clube prevista para dia 15 de Janeiro foi adiada. Escutei um pouco do programa da manhã de ontem e de hoje e era mais do mesmo, nada tinha mudado. O que se escutava na emissão do Rádio Clube era apenas música e mais música, algum transito e noticiários curtos, muito atrás dos da RR, da Antena 1 ou da TSF. Ou seja, nada do que tinha sido prometido.
A nova grelha tem já outra data marcada: 29 de Janeiro. Continuo à espera para ouvir.
A nova grelha tem já outra data marcada: 29 de Janeiro. Continuo à espera para ouvir.
domingo, 14 de janeiro de 2007
Quando a rádio pode ser mortal
Os disparates e a irresponsabilidade não são uma coisa exclusiva da televisão. Segundo o sítio da estação radiofónica 680 News (obrigado JPM), citando um médico legista, uma mulher de 28 anos morreu intoxicada com água, após ter tomado parte num concurso da emissora KDND 107.9, onde se tem de beber água. O último concorrente a ir à casa de banho ganha uma consola de jogos Nintendo Wii. O resultado viu-se.
sexta-feira, 12 de janeiro de 2007
A Rádio na Internet
As webradios, em Espanha, foram alvo de uma reportagem no jornal “El Mundo”: «Apenas rádio. Sem burocracias, sem necessidade de licenças, sem publicidade. Fazes um programa e transmite-lo. A Internet oferece uma porta aberta de par em par a todos os que desejem emitir. Assim trabalham as rádios da web»*.
A realidade radiofónica espanhola é um pouco diferente da nossa, ainda assim os desafios são idênticos. Este trabalho do “El Mundo” apresenta conclusões interessantes acerca da utilização da web pelas emissoras hertzianas.
A realidade radiofónica espanhola é um pouco diferente da nossa, ainda assim os desafios são idênticos. Este trabalho do “El Mundo” apresenta conclusões interessantes acerca da utilização da web pelas emissoras hertzianas.
Um exemplo das vantagens da Internet para as rádios é o sítio da Rádio Renascença, onde se podem ler resumos de textos, reportagens que já passaram em antena e... vídeos. O jornal “Público” apresenta um texto sobre este assunto.
*Via blogue Rádio e Jornalismo
*Via blogue Rádio e Jornalismo
segunda-feira, 8 de janeiro de 2007
Dois sítios interessantes
São ambos da autoria de João Paulo Meneses. Um já está disponível há algum tempo e é uma compilação de cerca de 1000 “postais” (para usar a terminologia do autor) do Blogouve-se. «Os textos do Blogouve-se» são «Textos escritos entre Junho de 2003 e Maio de 2006. Primeiro em ouve-se.weblogger.terra.com.br depois em ouve-se.blogspot.com/ (desde 1/12/04); recuperados, em alguns casos editados e arrumados num índice temático; uma espécie de livro virtual».
O outro sítio é “Os formatos da rádio portuguesa - As dez rádios mais ouvidas em Portugal: os formatos nas estratégias de programação” e é o «Trabalho apresentado em Setembro de 2006 no Departamento de Psicologia Evolutiva e Comunicação da Universidade de Vigo, para obtenção do Diploma de Estudos Avançados».
O outro sítio é “Os formatos da rádio portuguesa - As dez rádios mais ouvidas em Portugal: os formatos nas estratégias de programação” e é o «Trabalho apresentado em Setembro de 2006 no Departamento de Psicologia Evolutiva e Comunicação da Universidade de Vigo, para obtenção do Diploma de Estudos Avançados».
sexta-feira, 5 de janeiro de 2007
Fim das emissões em A.M. está em debate
Os ingleses têm a mania que são diferentes do resto do mundo e se não fossem os americanos tinham a mania que eram os donos do mundo. Na rádio não seria de esperar que fossem diferentes. Segundo o jornal inglês Telegraph, o fim das emissões em Amplitude Modulada (A.M.) no Reino Unido já está em discussão.
É curioso que enquanto o resto do mundo vai desistindo do DAB, em Inglaterra este sistema está em franca expansão. E não entendo porque querem acabar com a A.M., pois só a BBC Rádio Five tem, em Onda Média, 5.7 milhões de ouvintes.
As emissoras de A.M. podem trabalhar em Onda Média (O.M.), Onda Curta (O.C.) e em Onda Longa (O.L.). A O.C. é a mais utilizada para transmissões a longa distância, e sendo a Inglaterra um país com fortes tradições nas emissões em inglês e noutras línguas para territórios longínquos, não vejo como irão chegar aos ouvintes de outros pontos do globo. O DAB não está vocacionado para este tipo de emissões (trabalha em VHF e em UHF, portanto com um curto raio de acção), as emissões radiofónicas via satélite requerem equipamento receptor caro, assim como as emissões em DRM (mas a Inglaterra não se interessa por este sistema). Será que também estão a pensar em terminar com o serviço internacional da BBC?
É curioso que enquanto o resto do mundo vai desistindo do DAB, em Inglaterra este sistema está em franca expansão. E não entendo porque querem acabar com a A.M., pois só a BBC Rádio Five tem, em Onda Média, 5.7 milhões de ouvintes.
As emissoras de A.M. podem trabalhar em Onda Média (O.M.), Onda Curta (O.C.) e em Onda Longa (O.L.). A O.C. é a mais utilizada para transmissões a longa distância, e sendo a Inglaterra um país com fortes tradições nas emissões em inglês e noutras línguas para territórios longínquos, não vejo como irão chegar aos ouvintes de outros pontos do globo. O DAB não está vocacionado para este tipo de emissões (trabalha em VHF e em UHF, portanto com um curto raio de acção), as emissões radiofónicas via satélite requerem equipamento receptor caro, assim como as emissões em DRM (mas a Inglaterra não se interessa por este sistema). Será que também estão a pensar em terminar com o serviço internacional da BBC?
P.S. - Cheguei a esta notícia do Telegraph através do Atrium.
Contestação às novas frequências da RDP-África
A RDP África vai alargar as emissões em Frequência Modulada às cidades de Faro e de Coimbra. O "Diário de Notícias" ouviu responsáveis da Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR), da TSF e da RR, que se mostram contra este alargamento da RDP África. O grupo Media Capital Rádios (MCR) absteve-se de fazer comentários sobre este assunto.
Não vejo o porquê de tanta contestação. Será que existem mais emissoras com a vocação da RDP África? São poucas, muito poucas, as emissoras que dedicam espaços às comunidades de imigrantes. Nas que têm algum programa do género, este só ocupa uma ou duas horas, normalmente só uma vez por semana. Além do mais, a RDP África não vai concorrer no mercado publicitário e não silenciou nenhuma emissora local. Provavelmente será por isso que a MCR não fez comentários.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2007
O 2006 radiofónico
O ano que ontem terminou registou várias alterações no panorama radiofónico português. Infelizmente, muitas foram negativas.
Em Janeiro é dada a conhecer uma proposta de alteração da Lei da Rádio, que obriga as estações de radiodifusão a passar entre 25% e 40% de música portuguesa. Foi uma transformação que motivou protestos de artistas e de emissoras, já que pouco ou nada vinha alterar o panorama radiofónico português. Mas há políticos que têm de mostrar serviço, mesmo que não percebam nada do assunto.
Ainda em Janeiro, viveu-se outros tempos de rádio. A nostalgia dos anos oitenta faz regressar o programa Febre de Sábado de Manhã. Júlio Isidro conseguiu juntar bandas de sucesso dos anos 80, e fez reviver, por algumas horas, o programa da Onda Média da RDP-Rádio Comercial. Os concertos foram televisionados, mostrando que a rádio de outros tempos – não tão distantes assim – era dinâmica e movia milhares de ouvintes. Uma lição para os operadores actuais.
O mês de Fevereiro vê ser criada a Entidade Reguladora da Comunicação (ERC), que viria a substituir a Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS). As suas decisões foram criticadas por jornais, rádios, televisões e pelos blogues. A ERC mostrou em pouco tempo que, afinal, mais valia manter a AACS, porque a ERC não acrescentou nada, pelo contrário.
A RDP comemora os 250 anos de Mozart, e cria uma rádio online dedicada exclusivamente ao famoso compositor.
O Rádio Clube Português (RCP), promessa dos bons velhos tempos, em que o RCP era a melhor rádio portuguesa, revela-se uma desilusão nas audiências e altera o seu formato, passando a chamar-se Rádio Clube. A desilusão continua e, em finais do ano, novo formato é prometido para 2007. No entanto, o director do RCP é ambíguo e diz, repetidamente, em vários órgãos de comunicação social, que o Rádio Clube vai ser uma rádio generalista com muita informação, sem adiantar mais pormenores. Uma certeza apenas: a sigla RCP vai ser extinta. Ou vai ser um sucesso assombroso ou vai ser mais do mesmo e nem sequer vai conseguir desiludir.
Em Março, a RDP decide criar o provedor do ouvinte. A escolhe recai num homem que conheçe bem o meio: José Nuno Martins. Mais um passo positivo da rádio de serviço público e que contribui para a credibilização do meio. As emissoras privadas, que não gostam de críticas, dizem não haver necessidade de criarem um provedor.
A rádio regressa à TV Cabo, que insere no seu pacote digital algumas estações, algumas delas locais.
Abril foi o mês que, em 1974, abriu as portas da liberdade aos portugueses, tendo a rádio sido o elemento catalizador. Neste mês mais um golpe acontece na rádio e na cultura: o museu da rádio encerra portas. Um dos melhores museus do género do mundo, com uma invejável colecção de receptores radiofónicos.
As audiências do primeiro trimestre de 2006, da Marktest, dão números desapontantes: a rádio portuguesa perdeu 307 000 ouvintes. Muitas causas podem ser atribuídas a esta queda nas audiências, mas a principal é, de certeza, o marasmo radiofónico em que o país se encontra, onde prevalecem emissoras erm que o elemento humano foi substituído por um computador ou então as emissões são preenchidas com listas de difusão de gosto duvidoso.
A Internet é um meio cada vez mais utilizado pelas estações e, em Maio, a RDP coloca à disposição dos ouvintes Podcasts, permitindo que interessados escutem programas muito depois de terem sido emitidos. Também a Media Capital Rádios (MCR) criou uma nova rádio online temática - a Rádio Portugal – para acompanhar o campeonato europeu de futebol de sub 21.
Depois dos meses de veraneio, em que a actividade radiofónica abranda, é chegado o tempo de novidades os meses de Setembro e Outubro trazem sonoridades diferentes à Antena 2 e à Rádio Renascença.
Em Novembro as audiências do terceiro trimestre de 2006, da Marktest, mostram que a rádio recuperou alguns ouvintes, no entanto não foram os mais de 300 000 que perdeu no primeiro trimestre.
Em Dezembro, a decisão de Rádio Renascença de tomar posição a favor do “não” no referendo sobre o aborto fez correr muita tinta. Mas só os mais distraídos é que se surpreenderam com esta decisão.
Ainda em Janeiro, viveu-se outros tempos de rádio. A nostalgia dos anos oitenta faz regressar o programa Febre de Sábado de Manhã. Júlio Isidro conseguiu juntar bandas de sucesso dos anos 80, e fez reviver, por algumas horas, o programa da Onda Média da RDP-Rádio Comercial. Os concertos foram televisionados, mostrando que a rádio de outros tempos – não tão distantes assim – era dinâmica e movia milhares de ouvintes. Uma lição para os operadores actuais.
O mês de Fevereiro vê ser criada a Entidade Reguladora da Comunicação (ERC), que viria a substituir a Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS). As suas decisões foram criticadas por jornais, rádios, televisões e pelos blogues. A ERC mostrou em pouco tempo que, afinal, mais valia manter a AACS, porque a ERC não acrescentou nada, pelo contrário.
A RDP comemora os 250 anos de Mozart, e cria uma rádio online dedicada exclusivamente ao famoso compositor.
O Rádio Clube Português (RCP), promessa dos bons velhos tempos, em que o RCP era a melhor rádio portuguesa, revela-se uma desilusão nas audiências e altera o seu formato, passando a chamar-se Rádio Clube. A desilusão continua e, em finais do ano, novo formato é prometido para 2007. No entanto, o director do RCP é ambíguo e diz, repetidamente, em vários órgãos de comunicação social, que o Rádio Clube vai ser uma rádio generalista com muita informação, sem adiantar mais pormenores. Uma certeza apenas: a sigla RCP vai ser extinta. Ou vai ser um sucesso assombroso ou vai ser mais do mesmo e nem sequer vai conseguir desiludir.
Em Março, a RDP decide criar o provedor do ouvinte. A escolhe recai num homem que conheçe bem o meio: José Nuno Martins. Mais um passo positivo da rádio de serviço público e que contribui para a credibilização do meio. As emissoras privadas, que não gostam de críticas, dizem não haver necessidade de criarem um provedor.
A rádio regressa à TV Cabo, que insere no seu pacote digital algumas estações, algumas delas locais.
Abril foi o mês que, em 1974, abriu as portas da liberdade aos portugueses, tendo a rádio sido o elemento catalizador. Neste mês mais um golpe acontece na rádio e na cultura: o museu da rádio encerra portas. Um dos melhores museus do género do mundo, com uma invejável colecção de receptores radiofónicos.
As audiências do primeiro trimestre de 2006, da Marktest, dão números desapontantes: a rádio portuguesa perdeu 307 000 ouvintes. Muitas causas podem ser atribuídas a esta queda nas audiências, mas a principal é, de certeza, o marasmo radiofónico em que o país se encontra, onde prevalecem emissoras erm que o elemento humano foi substituído por um computador ou então as emissões são preenchidas com listas de difusão de gosto duvidoso.
A Internet é um meio cada vez mais utilizado pelas estações e, em Maio, a RDP coloca à disposição dos ouvintes Podcasts, permitindo que interessados escutem programas muito depois de terem sido emitidos. Também a Media Capital Rádios (MCR) criou uma nova rádio online temática - a Rádio Portugal – para acompanhar o campeonato europeu de futebol de sub 21.
Depois dos meses de veraneio, em que a actividade radiofónica abranda, é chegado o tempo de novidades os meses de Setembro e Outubro trazem sonoridades diferentes à Antena 2 e à Rádio Renascença.
Em Novembro as audiências do terceiro trimestre de 2006, da Marktest, mostram que a rádio recuperou alguns ouvintes, no entanto não foram os mais de 300 000 que perdeu no primeiro trimestre.
Em Dezembro, a decisão de Rádio Renascença de tomar posição a favor do “não” no referendo sobre o aborto fez correr muita tinta. Mas só os mais distraídos é que se surpreenderam com esta decisão.
Um excelente ano de 2007.
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