«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

segunda-feira, 29 de agosto de 2005

BBC vai colocar programas online para download

A BBC quer inovar e quer fazer uso das novas tecnologias para se colocar na vanguarda, pelo que a partir do próximo ano vai ser possível aceder a programas de rádio e de TV da BBC.
Embora já seja possível fazer downloads de podcasts no sitio da BBC, a estação de radiodifusão pública britânica vai criar o serviço «My BBCplayer», que permitirá aos internautas ouvir rádio e, também, aceder ao arquivo.
A nossa RDP devia de seguir o exemplo da sua congénere inglesa e digitalizar o riquíssimo arquivo sonoro que está à sua guarda e permitir que todos acedessem a ele via Internet.
Além do arquivo da Emissora Nacional, estão também à guarda da RDP os arquivos do Rádio Clube Português, Emissores Associados de Lisboa, Emissores do Norte Reunidos, Rádio Alto Douro, etc. Permitir o livre acesso a estes arquivos é uma forma de os preservar e de contribuir para que se conheça um pouco mais da história da rádio portuguesa.

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

Rádio da Deutsche Welle promove a democracia na Bielorrússia

Numa era em que abundam novos media, chega a ser surpreendente como um velhinho medium como a rádio não só se mantêm firme frente a novas formas de comunicação de massas, mas como ainda é utilizado para influenciar políticas e despertar consciências.
A Comissão Europeia assinou um contrato com a estação radiofónica alemã Deutsche Welle para que esta transmita programas de teor politico para a Bielorrússia.
As emissões vão ter início no dia 1 de Novembro e visam promover a democracia junto da população. Segundo um comunicado da Comissão Europeia, «os programas serão emitidos em russo, prevendo-se emissões em bielorrusso no futuro». Com esta medida, programada para durar um ano, a Comissão pretende «aumentar a consciência da população bielorrussa sobre a democracia, pluralismo, liberdade de imprensa e direitos humanos».
Nos seus primórdios, a rádio foi aproveitada, e pelos vistos ainda é, para passar mensagens políticas. A universalidade da rádio foi rapidamente descoberta e aproveitada por muitos regimes. Lenine apelidava a rádio de «jornal sem papel e sem fronteira» e, em 1922, o Kremlin equipou-se com a mais potente emissora da época para se dirigir na sua língua nacional aos proletários de todos os países e chamá-los à revolução.
Na Itália fascista, devido à fraca densidade de aparelhos receptores de rádio, foi ordenado que se ligassem certos postos a altifalantes exteriores. Assim as praças públicas conservaram a sua função de fórum, mas aqui só a propaganda fascista é que tinha a palavra.
Durante a Guerra Civil Espanhola, a Rádio Portuguesa apoiava a causa Falangista, enquanto que a Rádio Fantasma – uma emissora criada por refugiados políticos portugueses em Barcelona – fazia propaganda contra o Estado Novo.
O regime nazi foi o que melhor aproveitou a radiodifusão para atingir os seus nefastos fins. Nas hábeis mãos de Goebbels, a rádio alemã conseguiu manipular as massas descontentes germânicas, levando-as a apoiar incondicionalmente um déspota.
Todas estas situações levaram a que, em 1939, Serge Tchakhotine, emigrante russo, antigo discípulo de Pavlov e professor de psicologia social em Paris, escrevesse como os tiranos utilizam a psicagogia (a condução das massas pela persuasão).
Durante a Segunda Guerra Mundial e durante a Guerra Fria a rádio teve um papel importante, fazendo, de um lado e de outro, contra-informação.
Estas situações passaram-se no século XX, mas a rádio não perdeu a sua força, pois está visto que ainda é um poderoso meio de influência.

terça-feira, 23 de agosto de 2005

Abrem em breve as inscrições para novos programas na RIIST

A Rádio Interna do Instituto Superior Técnico (RIIST) vai abrir inscrições para novos programas. Segundo a Newsletter da RIIST, as inscrições estão abertas a toda a gente.
A RIIST transmite para os edifícios da Associação de Estudantes do Instituto Superior Técnico, através de um circuito interno, e para todo o mundo através da Internet.
Embora numa perpectiva a longo prazo, a RIIST quer emitir numa frequência universitária, em FM, para a zona de Lisboa.

segunda-feira, 22 de agosto de 2005

A guerra das ondas: o jamming

O jamming * – interferência produzida com o fim de prejudicar, ou mesmo anular, determinada emissão de rádio – teve início durante a Primeira Guerra Mundial. Os alemães foram os primeiros a utilizar esta técnica para interferir com as comunicações militares via rádio entre Paris e S. Petersburgo. Nos anos 30, ainda antes da Segunda Guerra Mundial, a Áustria recorreu ao jamming para evitar que as emissões nazis chegassem aquele país. No decurso da Guerra Civil Espanhola o jamming também foi utilizado pelas partes em conflito. O jamming continuou a florescer durante a Segunda Guerra Mundial sendo bastante utilizado por alemães, ingleses, japoneses, americanos, soviéticos, italianos, etc.
O conflito mundial terminou, mas não a guerra das ondas. Durante a Guerra Fria os dois blocos recorreram ao jamming para evitar que ideias contrárias aos regimes fossem escutadas.
Nós, por cá, também tivemos a nossa quota parte. Portugal recorreu ao jamming para evitar que vozes contrárias ao Estado Novo fossem escutadas pela população. Nas décadas de 1960/70, o principal alvo era a Rádio Portugal Livre ** Rádio Voz da Liberdade, que transmitia desde a Argélia. O poeta Manuel Alegre era uma dessas vozes. Também a Rádio Portugal Livre, que transmitia desde a Roménia e afecta ao Partido Comunista Português, denunciava as atrocidades do regime fascista. Era mais uma emissora que via as suas emissões sujeitas a interferências.
As interferências electromagnéticas ainda estão na moda. A China também está a utilizar o jamming para censurar emissões de rádio estrangeiras. Os chineses têm vindo a bloquear algumas emissões em Onda Curta para aquele país. O último caso foi o da estação Sound of Hope, sediada em S. Francisco, EUA, que está sujeita ao bloqueio electrónico em território chinês, estando os chineses impossibilitados de a escutar. A “Voz do Tibete” e a “Voz da América” (VOA) também já sofreram interferências.

* O jamming também é conhecido entre nós como empastelamento.

** Corr. 16h45

sábado, 20 de agosto de 2005

Falar bom português

Uma das características da rádio (e de qualquer outro media) é formar. Qualquer animador ou jornalista que se coloca em frente a um microfone tem a escutá-lo uma audiência heterogénea. Ou seja, desde o doutor ao analfabeto. Se falar em mau português será, certamente, criticado por ouvintes mais atentos e, em último caso, a estação emissora até poderá perder ouvintes, mas uma pessoa menos letrada imitará o que o locutor diz. A rádio estará assim a contribuir não para a formação, mas para a deformação.
Vem isto a propósito de um texto de João Paulo Meneses sobre uma questão que Carlos Pinto Coelho colocou ao “Ciberdúvidas”: «Colegas das rádios gostam de "conferir" uma notícia ou um acontecimento. Quando não dizem mesmo “vamos conferir a actualidade”».
O “Ciberdúvidas” respondeu que "(...) seria bom que os profissionais da rádio substituíssem o verbo". João Paulo Meneses não concorda: «Conferir - dito sobretudo pelos animadores - significa "ficar a saber quais são". Não tanto no sentido de "saber se está tudo bem", mas no de "passar em revista" a actualidade». No entanto, JPM acrescenta em rodapé que não gosta «é da repetição da palavra, do seu uso mais ou menos sistemático, que se transforma em jornalês». Se “conferir” se traduz em «Conversar com alguém sobre um tema relevante» (dic. Houaiss), então o seu uso na rádio, no contexto de actualizar uma notícia ou acontecimento, está correcto.

quarta-feira, 17 de agosto de 2005

RR memória?

No jornal “Correio da Manhã”, num artigo sobre a Rádio Renascença, reparei num apontamento: «Depois da criação, há mais de 20 anos, da RFM e, mais recentemente, da Mega FM, com o objectivo de cativar o público mais jovem, surge agora a ideia de que o grupo católico poderá criar um 4.º canal, destinado aos que gostavam da RR de há 20 ou 30 anos».
Recrear a rádio de há 20 ou 30 anos é uma boa ideia, já que nessa altura a rádio portuguesa cumpria o seu papel de informar, formar e entreter.
Mas como é que vão fazer este quarto canal? Se for em Frequência Modulada, só dividindo as frequências RR e RFM, ou então copiando a estratégia da Media Capital que compra, ou aluga, rádios locais, arranjando sempre forma de contornar a Lei da Rádio. Se for em Onda Média, então tudo bem. É só reactivar os emissores de Amplitude Modulada que há muito estão silenciados. Aliás, se é para recrear a RR de há 30 anos, então o AM (Onda Média ou Curta) é a escolha correcta e eu apoio. De outra forma só se a concorrência também puder abrir novas estações, sem silenciar emissoras locais.

Os dias da rádio... já foram?

Gosto de pensar que o melhor da rádio portuguesa ainda está para vir. Os novos media, mais que uma ameaça, são caminhos a explorar pela rádio.
Em finais dos anos setenta, inícios de oitenta, do século passado, surgiram as rádios piratas. Mais que satisfazer a vontade de muitos de "fazer rádio", elas deram um abanão no éter nacional. A RDP-Rádio Comercial, também ela surgida no início da década de 1980, conjugou a experiência do extinto Rádio Clube Português com a irreverência de novos apresentadores que faziam rádio com paixão.
Depois veio a legalização e foi o que se viu. As rádios locais passaram a copiar as grandes emissoras, algumas foram adquiridas pelos grandes grupos de comunicação social, a Rádio Comercial foi alienada pela RDP e, com o tempo, foram terminando os programas de autor, pois o importante era dar música sem parar, copiando as emissoras estrangeiras mais as suas play lists. Claro os programadores das emissoras portuguesas baseavam-se nos panoramas radiofónicos de outros países e tentavam adaptá-los a Portugal, mas não tinham em conta a nossa realidade: país pequeno, muito atrasado em relação ao resto da europa, etc. Esqueceram-se, também, que noutros países um grupo de comunicação social pode ter emissoras exclusivamente musicais – e, até, com géneros específicos – porque também possui emissoras de notícias, de talk shows, de debates, etc., podendo estas ser em Onda Média, Onda Curta, Onda Longa ou em Frequência Modulada. Só que estas emissoras dão mais trabalho e menos lucro.
Lá fora, também existem rádios locais, normalmente generalistas, que trabalham para a comunidade onde estão inseridas. Por cá já existem poucas estações assim.
As emissoras musicais são tão importantes como quaisquer outras, mas com a Internet, iPods, MDs, CDs, telemóveis 3G, etc. o futuro da rádio passa pelo elemento humano: mais palavra e menos música. Talvez assim os dias da rádio ainda estejam para vir.

segunda-feira, 15 de agosto de 2005

O humor na rádio

Os dias da rádio já passaram. Pelo menos daquela rádio diversificada que existia em Portugal noutros tempos, ainda antes de existir a RTP. A rádio não desapareceu com o advento da televisão, mas teve de se ajustar a uma nova realidade. O aparecimento de novos media voltam a ameaçar a rádio, mas parece que a rádio volta a reagir e a adaptar-se. Pelo menos é o que eu espero.
O “Diário de Notícias” recorda-nos os Novos Parodiantes de Lisboa e outros programas de humor que passaram na rádio portuguesa. «Humor dos Novos Parodiantes resiste ao fim do teatro radiofónico» traz-nos um resumo da história dos Parodiantes de Lisboa e fala-nos do projecto dos Novos Parodiantes. O texto sobre os Novos Parodiantes é complementado com «Humor de norte a sul do País».
«Piadas para a História» recorda alguns programas que ainda estão na memória de portugueses com mais de trinta anos.
Os programas de humor são os últimos resistentes da era de ouro da rádio em Portugal.

sexta-feira, 12 de agosto de 2005

O Projecto ROLI

Existem mais de 300 rádios locais em Portugal, mas nem metade tem emissões online. Ciente deste facto, a Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) lançou o projecto ROLI – Rádios OnLine na Internet. Um projecto que tem como objectivo colocar todas as rádios locais portuguesas na Internet, com um dispêndio monetário mínimo com o equipamento necessário e com as emissões online.
Muitos portugueses saíram da sua terra natal na esperança de obter uma vida melhor. Alguns criaram laços fortes com o país de acolhimento e não pensam em regressar definitivamente, mas tentam sempre manter algum contacto com a sua terra de origem. Daí a importância das rádios locais terem emissões online e um sítio na Internet onde os portugueses que estão espalhados pelo mundo possam saber novidades da sua terra.
Tendo em conta os custos das emissões em Onda Curta ou por satélite - até há pouco tempo a única forma das estações cobrirem o globo - a transmissão através da Internet é um “negócio da China”. Além de prestarem um verdadeiro serviço público, as emissoras locais podem ser um ponto de encontro dos emigrantes e seus descendentes com as suas raízes.
Critiquei a APR algumas vezes, é, pois, chegada a hora de lhe dar os parabéns por esta iniciativa.
O projecto ROLI é co-financiado pelo FEDER e pelo FSE, através do Programa Operacional Sociedade da Informação, e conta ainda com o apoio da FCCN - Fundação para Computação Científica Nacional.
Já existem quatro estações locais - todas da zona de Lisboa - a transmitirem através do projecto ROLI.

terça-feira, 9 de agosto de 2005

MCR QUER UMA EMISSORA DE NOTÍCIAS

António Craveiro, administrador-delegado da Media Capital Rádio (MCR), em entrevista ao jornal “Diário de Notícias”, não descarta a hipótese de a MCR acrescentar ao grupo uma rádio de notícias ou de informação desportiva, mas afirmou que «As rádios musicais são rádios de low cost, mas as de informação são mais caras». Claro que um computador programado para passar música sai mais barato que uma redacção cheia de jornalistas e animadores.
Na mesma notícia do "DN", Henrique Agostinho, director de marketing da MCR, afirma que «Dentro de dois anos, no máximo, queremos e vamos ser o líder no sector rádio». Penso que para tal acontecer as emissoras da MCR têm de mudar de rumo, pois, na rádio, é a espontaneidade do elemento humano que faz a diferença e que cativa o ouvinte.

domingo, 7 de agosto de 2005

A LER NO JORNAL "PÚBLICO" DE HOJE

A crónica de João Bénard da Costa no jornal "Público" - «Tempo de tios: a radiotelefonia» - (acesso pago) é uma viagem pelas memórias de infância e juventude do cronista: «Meus dias de rapaz e de adolescente podem não ter aberto a boca a bocejar sombrios, mas abriram os ouvidos a escutar raios e coriscos provindos de um aparelho que foi talvez a maior maravilha tecnológica da minha tenríssima infância».
João Bénard da Costa conta-nos algumas histórias interessantes da rádio de outros tempos.

sexta-feira, 5 de agosto de 2005

O IPAL

Enquanto os receptores de rádio digital vão, muito lentamente, entrando no nosso quotidiano, os receptores analógicos continuam a chegar em força às lojas de electrodomésticos. Alguns destes novos sintonizadores conjugam funcionalidades de outros tempos com a mais recente tecnologia.
O podcasting já conquistou algumas emissoras de rádio, que passaram a trabalhar exclusivamente com podcasts. O iPod também convenceu o mercado da alta-fidelidade, pois já existe um conjunto prévio/amplificador a válvulas para iPod.
Na secção “Sons”, da revista “DNa”, distribuída às sextas com o jornal "Diário de Notícias", é apresentado o Tivoli iPal - um pequeno rádio que faz conjunto com o iPod e o iTrip.
O iPod e um acessório - o iTrip – em conjunto, tornam-se num mini emissor de FM, cujo sinal pode ser captado pelo iPal. Ou seja, pode-se carregar o iPod com podcasts e criar, literalmente, a nossa própria estação emissora de radiodifusão sonora. Embora para um raio muito curto.
O iPal é um pequeno rádio analógico com um altifalante e, portanto, limitado na reprodução sonora, mas ligado a uma aparelhagem hi-fi torna-se num receptor de alta qualidade.
O sítio “hi-fi clube” transcreve na íntegra o artigo da revista “DNa”, além de fotografias e ligações a outros artigos sobre receptores analógicos e digitais.

terça-feira, 2 de agosto de 2005

MADRUGADAS DA RÁDIO

A Rádio é companhia. Ou pelo menos deveria ser... mas em Portugal parece que não é. Durante as madrugadas, as nossas emissoras apenas se limitam a ser pouco mais que um gira-discos. Algumas têm notícias às horas (no caso da TSF as notícias são de meia em meia hora), mas outras limitam-se apenas a passar música e jingles. Ou seja, é sempre mais do mesmo seja qual for a sintonia.
Com a disponibilidade de gravar e transportar a música que hoje em dia existe, qualquer ouvinte prefere uma selecção musical feita por si e à sua medida - que pode estar gravada em cassete, CD, MD, ou num qualquer aparelho de música digital – do que ouvir o que as emissoras passam, e que muitas vezes pouco lhe diz.
As madrugadas da rádio espanhola são bem diferentes. A acreditar nos textos de António Javier, autor do blogue “Vaya Historias”, elas são dinâmicas, interessantes e cumprem o papel principal da rádio: fazem companhia.
No texto «Hablar por hablar, alguien te escucha de madrugada», arquivado na categoria “Radio”, António Javier pergunta o que leva os ouvintes a participar nos programas: «que llevará a la gente a coger el teléfono de madrugada y contar sus intimidades ante miles de personas? ¿La soledad, la ansiedad, la desesperación, el insomnio…?».
Os programas das emissoras espanholas podem ser escutados em Portugal em Onda Média, mas que triste realidade a nossa quando temos de escutar emissões estrangeiras, porque as estações portuguesas – nem mesmo a RDP - não cumprem o seu papel.

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

A INAUGURAÇÃO DA EMISSORA NACIONAL FOI HÁ 70 ANOS

As primeiras experiências de radiodifusão em Portugal deram-se em finais de 1924, e são devidas apenas à iniciativa de privados. Eventualmente terão existido em Portugal muitas experiências de radiodifusão que não estão documentadas, nem foram focadas pela imprensa da época, mas a década de 1920 viu nascer postos emissores nas cidades de Lisboa, Porto, Coimbra, Setúbal e Funchal. Na década seguinte, Abrantes, Braga, Faro, Ponta Delgada e S. João da Madeira também tiveram estações com alguma expressão local, só que a maior parte teve uma vida efémera.
Ciente do crescente interesse da população por este novo medium e do poder a ele inerente, o governo de então, através do decreto lei n.º 17 899, de 27 de Janeiro de 1930, cria, na dependência dos CTT, a Direcção dos Serviços Radioeléctricos e autoriza a aquisição de dois emissores, um de Onda Média e um de Onda Curta, para a futura Emissora Nacional de Radiodifusão.
Em Maio de 1932, tendo António Joyce como presidente da estação, têm início as emissões experimentais da EN em Onda Média. Passados dois anos foi a vez de se iniciarem as experiências em Onda Curta, estas com emissões dirigidas para o estrangeiro e, principalmente, para as Colónias.
A inauguração oficial da Emissora Nacional de Radiodifusão é feita no dia 1 de Agosto de 1935, nos estúdios da Rua do Quelhas, em Lisboa. O programa oficial da inauguração estendeu-se de 1 a 7 de Agosto, pois o Presidente da República da altura, Óscar Carmona, só foi aos estúdios a 4 de Agosto. Nesta altura presidia aos destinos da EN o capitão Henrique Galvão, que aos microfones anunciou que «a Emissora Nacional, realização do Estado Novo, é hoje, como mais um soldado que se alista, uma força ao serviço do Estado Novo». Henrique Galvão tornar-se-ia inimigo jurado de Salazar, mas a Emissora Nacional seguiria de braço dado com o regime fascista português até ao dia 25 de Abril de 1974.
Em 1975, a rádio portuguesa é nacionalizada e é criada a Empresa Publica de Radiodifusão, que agrega todas as emissoras portuguesas menos a Rádio Renascença, a Rádio Altitude e a Rádio Pólo Norte. Um ano depois a Emissora Nacional passa a designar-se Radiodifusão Portuguesa.
Para comemorar a data a Antena 1 vai contar a história dos primeiros anos da rádio pública portuguesa, num especial de Ana Aranha e Filomena Crespo, após o noticiário das dez da manhã, e depois das cinco da tarde.