Desde que a rádio democratizou a música os movimentos juvenis criaram a sua própria sonoridade. Criaram estilos musicais que ora contestam regimes políticos, ora apadrinham estilos de vida. A música é um reflexo das condições em que se desenvolve a sociedade.
O conceito do que é música pode ter diversas definições. Muitos tentaram impor o seu ponto de vista sobre o que ela realmente é, mas a sua origem, essência e actuação não podem reduzir-se a um denominador comum. Para uns, a música não é mais que sons ligados entre si por leis matemáticas simples, susceptíveis de serem designados por uma nota musical, devido a serem vibrações periódicas com altura definida. Para outros, música é tudo o que lhes proporciona prazer através da audição, nem que sejam vibrações não periódicas, numa mistura de frequências muito complexas a que outros, normalmente, chamam de barulho. A percepção do que é música varia de indivíduo para indivíduo e depende muito da cultura onde este está inserido, do grau académico, do meio que o rodeia, etc.
É um facto que a música une as pessoas em torno dela. As “tribos urbanas” – Rockabillys, Clubers, Góticos, Surfistas, Punks, Hippies, etc. – têm como denominador comum um género musical que reflecte o seu estilo de vida. Nos Estados Unidos, por exemplo, existem rádios dirigidas às “tribos urbanas” devido ao grande número de indivíduos que as compõem. Em Portugal não era possível fazer uma rádio só para rockabillys, Punks, ou outro grupo qualquer, pois o número de indivíduos que compõem essas tribos (mesmo com os simpatizantes) é insuficiente para gerar audiências capazes de atrair publicidade à emissora. E as estações de radiodifusão privadas (sobre)vivem exclusivamente de publicidade.