«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Um balanço do 2007 radiofónico

O ano termina com más notícias para a cultura portuguesa, muito particularmente para a rádio e a sua história: o Museu da Rádio fechou portas definitivamente e o prédio (local, também ele, histórico) vai ser demolido. Sobre este assunto, é recomendável a leitura do texto de Rogério Santos no blogue Indústrias Culturais.
Foram editados alguns livros sobre o meio radiofónico, o Rádio Clube apostou em força na informação, na tentativa de conquistar ouvintes e as emissoras portuguesas passaram a estar obrigadas a dedicar 25% da sua programação à música portuguesa.
Em Novembro, finalmente, a radiodifusão em geral passou a ter um Contrato Colectivo de Trabalho, ficando todas as emissoras com uma regulação laboral legal, embora longe das que existem na RDP e na RR. No entanto, são grandes as dúvidas se ele vai ser cumprido pelas estações. E, como estamos em Portugal, certamente não haverá quem inspeccione o cumprimento da Lei ou então não será suficiente.
No último mês de 2007, ficou-se a saber que, afinal, a rádio é imprescindível e António Sérgio, uma das vozes com história na rádio portuguesa, regressou ao éter, na Radar FM, depois de ter sido dispensado da Rádio Comercial.
A rádio espanhola é mais diversificada que a portuguesa, mas, ainda assim, Francisco Amaral foi convidado a fazer uma versão em castelhano do seu "Íntima Fracção". O comunicador não conhecia ninguém da EMA RTV. Um responsável daquela cadeia de comunicação escutou, gostou, e aí está o Íntima Fraccion. É um caso único e o primeiro nestes moldes.
A Altitude FM, a primeira estação radiofónica portuguesa a ter um provedor do ouvinte, nomeou Hélder Sequeira para o cargo. Este é, ainda, um caso único na rádio privada em Portugal.
Outras análises ao 2007 radiofónico em Portugal podem ser lidas no "NetFM" e no "Rádio e Jornalismo". Internacionalmente, Corey Dietz apresenta os dez mais de 2007.
Um 2008 cheio de sucessos.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Uma explicação

Dada a época que atravessamos, os textos são escassos mas, antes de o ano terminar, será apresentada uma resenha do que foi o 2007 radiofónico em Portugal.
Continuação de Boas Festas.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Um Feliz Natal com 101 anos

A radiodifusão está no seu segundo século de existência. Há 101 anos atrás Reginald Aubrey Fessenden fez o primeiro programa de rádio da história. Na noite de natal de 1906, o inventor, que vinha a trabalhar num emissor que reunia a mais moderna tecnologia, efectuou a primeira emissão de radiodifusão sonora, oferecendo aos operadores de Telegrafo dos barcos ao largo de Brant Rock, Massachussets, EUA, o primeiro programa de rádio.
O espanto dos radiotelegrafistas deveria ter sido enorme, pois em vez do crepitar dos sinais de Morse nos auscultadores, ouviram a voz de Fessenden, que leu algumas palavras da Bíblia, tocou o tema natalício Oh Holly Night no seu violino e desejou bom Natal a todos os que o escutavam. Este foi o evento que marcou o nascimento da radiodifusão sonora.
A transmissão de 24 de Dezembro de 1906 é aqui recreada por Derek Gunn.



Em alternativa à escuta online podem optar por descarregar o ficheiro áudio (em wma).

Um Feliz Natal e um 2008 cheio de sucessos

domingo, 23 de dezembro de 2007

O novo director da Rádio Alfa

João Paulo Dinis vai assumir o cargo de director da Rádio Alfa, em Paris. O jornalista, que trabalhou 30 anos na RDP e que chegou a ser assessor de imprensa da Federação Portuguesa de Futebol, em 2003, viu-se, em 2006, no desemprego e colocou «um anúncio a pedir trabalho. No primeiro número do semanário Sol, publicou o apelo que dizia mais ou menos o seguinte: "Quero trabalhar. Jornalista com alguns cabelos brancos..." Na sua sequência, Emídio Rangel escreveu uma crónica a falar dele e a SIC fez uma reportagem sobre a sua situação. Em menos de duas semanas, Manolo Bello, da Comunicasom, arranjou-lhe trabalho no programa das manhãs da SIC, onde se manteve até agora, altura em que recebeu o convite para dirigir a Rádio Alfa, desafio que não hesitou em aceitar».
O nome de João Paulo Dinis pouco dirá aos ouvintes mais novos, mas os que têm mais de 40 anos (e eventualmente mais novos) lembram-se que este jornalista protagonizou um momento chave da história de Portugal. Foi ele quem, no dia 24 de Abril de 1974, às 22 horas e 55 minutos, transmitiu a senha que fez avançar a Revolução dos Cravos. Estava aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa quando lançou a música “E depois do adeus”, de Paulo de Carvalho.
A Rádio Alfa existe há cerca de 20 anos e emite 24 horas por dia para a comunidade portuguesa que reside na zona da capital francesa.
Os maiores sucessos ao João Paulo Dinis no desempenho deste novo cargo.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Acabou o Museu da Rádio

É de lamentar que um dos melhores museus do mundo no seu género tenha encerrado. A cultura portuguesa está mais pobre, mas não é de estranhar. Afinal não há mais país para além do défice.
O local onde estava localizado o Museu da Rádio, na Rua do Quelhas, 21, faz parte da história da rádio portuguesa. Era o sítio onde durante anos funcionou a Emissora Nacional.
O sítio da Rádio Renascença apresenta uma reportagem da jornalista Dina Soares com imagem e edição da Jornalista Conceição Sampaio, no Museu da Rádio. Artur Agostinho fala dos seus tempos na Emissora Nacional e de outros tempos que serão apagados da memória quando o prédio for demolido.
Na reportagem, o director do núcleo museológico da RTP, Pedro Brauman, afirma que chegou a estar prevista a construção de um novo museu, mas o projecto não avançou por decisão do Governo e da administração da RTP.
Lamentável e lamentáveis!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

António Sala, o Comunicador

Hoje, às 22h55, a RTP 1 vai transmitir o documentário "António Sala, o Comunicador". Figura da Rádio, da televisão, também do teatro e da música, António Sala é, realmente um grande comunicador.
Tudo começou na Rádio Ribatejo há 40 anos. Seguiu-se a RDP e, em 1978, ingressou na Rádio Renascença (RR) onde, no programa da manhã (o famoso "Despertar"), fez dupla com Olga Cardoso - outra grande figura da rádio portuguesa. Hoje, António Sala ainda continua aos microfones da RR aos sábados de manhã.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A rádio é imprescindível

Num «estudo desenvolvido em Portugal pela agência de meios Nova Expressão para a Columbus Media International, efectuado pela Netsonda, a que o DN teve acesso», revela que 47,6% dos inquiridos responderam, em relação à rádio, que, se a rádio acabasse, “sentiria muito a sua falta”. A mesma resposta foi dada por 45,1% dos inquiridos para a televisão e por 41,3% relação aos jornais. A Internet é considerada imprescindível por 98,1% dos inquiridos.

Decadência das rádios locais de Setúbal*

O diário digital “Rostos.pt” apresenta uma reportagem sobre o colóquio "Conversas do 2.º Balcão", realizada no Fórum Municipal Luísa Todi, na passada sexta-feira, e promovido pela Câmara Municipal de Setúbal. O colóquio teve como tema um assunto pertinente: "O Que é Feito das Rádios Locais?".
Paulo Sérgio, subdirector de informação da Antena 1, que começou a carreira de jornalista na Rádio Azul, constatou um facto: "as rádios locais cumpram muito mal a verdadeira função para que foram criadas". Embora o alvo fossem as emissoras locais de Setúbal, a frase pode aplicar-se – com algumas excepções – à generalidade das emissoras locais portuguesas.
Paulo Pestana, jornalista da Rádio Voz de Setúbal O jornalista não teve dúvidas ao afirmar que "funeral das rádios de Setúbal foi em 1997" e que a "partir daí assiste-se à decadência".

* Via Rádio informa

domingo, 9 de dezembro de 2007

As emissoras e as comissões de agência

Segundo a “Meios & Publicidade” (M&P), «os três principais grupos de rádio irão manter a comissão de agência no próximo ano nos 5%». Esta comissão, que era de 15% em 2006 e tem vindo a diminuir desde aí, estando hoje nos 5%, é o desconto que as emissoras fazem sobre os preços das suas tabelas de publicidade às agências de publicidade.
A publicidade ainda é o único meio de sobrevivência das estações de radiodifusão privadas. As emissoras radiofónicas do serviço público (RTP) beneficiam de uma taxa, que vem incluída na factura da electricidade. Todas as emissoras têm um departamento comercial cujos elementos se ocupam de apresentar o produto – a emissão – a potenciais anunciantes.
A título de curiosidade, a americana National Public Radio não tem publicidade paga por anunciantes, nem beneficia de taxas de rádio, pagas pelos contribuintes, apela ao mecenato - uma vez por ano são contactados possíveis investidores para que a rádio possa continuar “no ar”.
A comissão de agência é de 0% nos canais de televisão, desde 2006, e varia entre os 0% e os 15% na imprensa.

Curso de som e produção áudio II

Terminou o Curso Intensivo de Som e Produção Áudio, da D'Orfeu, em Águeda, mas vem aí uma segunda edição.

Curso de Locução e Realização na RUC

A Rádio Universidade de Coimbra (RUC) vai realizar mais um curso de rádio. «Até 15 de Dezembro, dirige-te ao 3º piso do Edifício AAC e inscreve-te no Curso de Locução e Realização dirigido a futuros locutores da Rádio Universidade de Coimbra. O horário de secretaria é 2as a 6as, 10:30/13 e 15:30/17. Se a tua área for outra, podes inscrever-te ainda no Curso de Informação ou no Curso de Técnica de Radiodifusão».

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Muita TDT e pouca rádio

São congressos (e hoje começa mais um), debates, etc., mas tudo sobre televisão digital terrestre (TDT). Debates sérios sobre a radiodifusão digital são poucos ou nenhuns. A Rádio não tem interesse?