«aquela magia da música que vem do éter, é um hábito que se está extinguir (…) a rádio enquanto escuta caseira é um hábito que faliu e que nos fugiu, e não há maneira de voltar». António Sérgio in "Suplemento DN" de 08 de Julho de 2005

domingo, 29 de janeiro de 2006

O 25º aniversário do Febre de Sábado de Manhã

Foi um espectáculo de casa cheia. Júlio Isidro conseguiu reunir bandas que já não tocavam juntas há muitos anos. Os bilhetes esgotaram em três dias e quem assistiu não ficou defraudado nas expectativas.
Foi o recordar um bom programa de rádio, que poderá ter uma segunda edição na cidade do Porto. Espero que sim.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

BAREME RÁDIO 4.º TRIMESTRE 2005

Segundo o Bareme Rádio, da Marktest, a Audiência Acumulada de Véspera (AAV) diminuiu 0,4 pontos percentuais no último trimestre de 2005 (59,0%), em comparação com o mesmo período de 2004. Sem surpresa, o grupo Renascença (Renascença, RFM e Mega) continua a liderar as audiências com 25,4% de AAV. No segundo lugar está a Media Capital Rádios (Comercial, Cidade, RCP e Best Rock) com 15,5% de AAV. As emissoras do grupo RTP [Antena(s) 1; 2 e 3] conseguiram, no total, 8,9% de AAV. A TSF, do grupo Controlinvest, conseguiu 5,7% de AAV. As restantes emissoras tiveram 12,7% de AAV, enquanto 1,9% de ouvintes não sabem que estação escutaram.
Individualmente, a RFM obteve 13,5% de AAV e a Rádio Renascença conseguiu 10,8% de AAV. A Rádio Comercial teve 6,3% de AAV seguida da TSF - Rádio Notícias que teve 5,7%. A Cidade FM obteve 5,5% de AAV seguida da Antena 1 com 4,9%. A Antena 3 teve 3,4% de AAV e a Rádio Clube Português ficou-se pelos 3,1%. A Mega FM conseguiu 1,6% de AAV e a Best Rock FM teve 0,9%. A Antena 2 apenas conseguiu 0,5% de AAV.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Jornalista da TSF recebe prémio internacional

Os 250 anos de Mozart na rádio

Algumas emissoras vão assinalar os 250 anos do nascimento de Mozart. A Antena 2 – uma rádio em que a maior parte da música é clássica - vai dedicar o dia de amanhã ao compositor. Exceptuando os programas de Jazz e a transmissão da Festa da Música, a partir de Nantes, às 17h00, todos os outros programas focarão a vida e obra de Mozart, com entrevistas a musicólogos e músicos. Às 21h00 a Antena 2 transmitirá em directo um recital de piano de Jorge Moyano, a partir da Fundação António de Almeida, no Porto.
A TSF começa já hoje a comemorar o aniversário do compositor com um “Fórum” especial, conduzido por Paulo Alves Guerra, e onde os ouvintes serão convidados a escolher excertos de temas de Mozart. Amanhã, o dia será marcado com reportagens desde Salzburgo e os noticiários da hora certa terminarão com música de Mozart.
A Rádio Paris Lisboa (RPL) dedicou toda a semana ao génio de Mozart. Amanhã as entrevistas a Rui Vieira Nery (10h20) e a António Vitorino d' Almeida (17h20) assinalarão a efeméride.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

Morreu o último dos Parodiantes de Lisboa

Rui Andrade - uma das gargalhadas mais famosas da rádio portuguesa - morreu ontem de manhã no Hospital de Santa Maria, com 84 anos, depois de ter sido vítima de um acidente vascular cerebral no sábado.
Os Parodiantes de Lisboa nascem a 18 de Março de 1947, pela mão de Ferro Rodrigues, Benjamim Veludo, Santos Fernando, Mário de Meneses Santos, Mário Ceia, Manuel Puga, José Andrade e Rui Andrade.
O nome “Parodiantes de Lisboa” surge a propósito da companhia teatral "Os Comediantes de Lisboa", de António Lopes Ribeiro e de Francisco Ribeiro (Ribeirinho), que actuava no Teatro da Trindade em Lisboa.
A primeira emissora a receber os Parodiantes foi a Rádio Peninsular. Todas as terças-feiras, às 20 horas, ia para o ar o programa “Parada da Paródia". Por aqui haviam ainda de passar gente famosa da rádio como Mary, Pouzal Domingues, Diamantino Faria e Pedro Moutinho, entre outros. Ninguém era remunerado pois, naquela altura, a publicidade estava proibida na rádio.
Com o passar do tempo, e já com permissão para comercializar o programa, os Parodiantes de Lisboa começaram a lançar novos programas, foi assim que nasceu o "Graça com Todos", no Rádio Clube Português e que se manteria até 1997, data em que Rui Andrade extinguiu os Parodiantes de Lisboa. Este programa chegou a ser transmitido, simultaneamente, em Lisboa, Porto, Madeira, Angola, Moçambique e em muitas estações estrangeiras destinadas aos emigrantes.
Rui Andrade foi considerado pela imprensa brasileira o melhor escritor europeu de humor. Extractos dos programas dos Parodiantes de Lisboa podem ser escutados no sítio Clássicos da Rádio.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Podcasting português

O sítio do Clube dos Jornalistas tem disponível o texto de Paulo Miguel Madeira, do jornal Público, sobre o podcasting. O blogue O Segundo Choque faz um ponto da situação sobre os podcasts das emissoras portuguesas.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

Um programa de rádio para a comunidade chinesa

A Rádio Onda Viva, em parceria com o Casino da Póvoa e a Liga dos Chineses em Portugal, vai passar a emitir um programa dedicado à comunidade chinesa residente no norte do país.
O programa “Janela da China” irá para o ar de segunda a sábado, entre as 14h00 e as 15h00, e será falado em chinês e português. A apresentação está a cargo de Yanan e João Nuno. Música, notícias, entrevistas e aulas de português e chinês farão parte dos conteúdo deste espaço radiofónico.
No próximo dia 27, no Casino da Póvoa, será assinado o protocolo deste projecto pelos representantes do Casino da Póvoa, da Rádio Onda Viva e da Liga dos Chineses em Portugal, durante o Jantar de Comemoração do Novo Ano Chinês - o Ano do Cão.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

ERC Já tem quatro candidatos

PS e PSD apresentaram uma lista comum de candidatos a integrarem a futura Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Elísio Cabral de Oliveira, Estrela Serrano, Luís Gonçalves da Silva e Rui Assis Ferreira são os candidatos da lista conjunta dos dois partidos e serão ouvidos na próxima semana na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, antes da aprovação por maioria de dois terços dos deputados.
Falta conhecer o quinto elemento, que será escolhido pelos membros eleitos até cinco dias após a eleição. Os membros da ERC serão eleitos pela Assembleia da República no dia 2 de Fevereiro.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

“Febre de Sábado de Manhã” ao vivo e em directo... na televisão

O “Jornal de Notícias” traz um artigo sobre a apresentação do Triplo CD “Febre de Sábado de Manhã”, que homenageia o programa apresentado por Júlio Isidro na RDP - Rádio Comercial.
«O programa, que começou por ser apresentado ao vivo no Cinema Nimas, em Lisboa, esgotou a lotação naquela sala e foi depois levado até pavilhões gimnodesportivos, espaços ao ar livre e estádios, como o José Alvalade, onde reuniu 50 mil pessoas».
Júlio Isidro vai voltar a apresentar um "Febre de sábado de manhã", que terá a participação de alguns dos artistas que preenchiam o programa há duas décadas. O espectáculo terá lugar dia 28 deste mês, na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, com transmissão em directo pela RTP1.
O sítio da Rádio Comercial também assinala a ocasião.

Historia de um receptor

domingo, 15 de janeiro de 2006

Morte de um ouvinte em directo*

Quem escutava o programa (tipo fórum) de Pete Price, na estação inglesa Magic 1548 , de Liverpool, foi surpreendido com as derradeiras palavras, em directo, de um ouvinte, que faleceu com um ataque cardíaco.
O sítio da BBC News conta toda história em texto e em vídeo.

* Via Blogouve-se

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

Rádios Universitárias ? Não vale a pena, segundo o Presidente da FAP

Só vi hoje, alertado pelo “Rádio Informa”, a entrevista a Pedro Barrias, presidente (na altura ainda era candidato a...) da Federação Académica do Porto (FAP), no blogue JornalismoPortoNet. O que li deixa-me perplexo: «A FAP já teve uma rádio, em 1990, que não resultou. Há anos atrás apostou numa rádio na Internet - não funcionou. Não existem condições técnicas. Não existe na área do Porto espaço para frequências de novas rádios nem mercado. A Rádio Universitária do Minho demorou 15 anos a conseguir dar lucro e a ter um modelo de gestão que não desse problemas à associação académica».
Não me recordo que alguma vez a Federação Académica do Porto tivesse uma emissora hertziana legal. A estação que existiu, ligada aos estudantes universitários, ainda foi na década de 1980 - a Rádio Universitária do Porto – e era pirata, não tendo conseguindo a legalização em 1989.
A Rádio na Internet (a Académica Net) teve prestações brilhantes durante o “Porto 2001” e não só. Até o Dalai Lama foi entrevistado. Deixou de funcionar por falta de vontade.
Existem frequências livres na região do Porto e foi designada uma para uma futura rádio universitária, mas não foi aproveitada pela Universidade do Porto. A Universidade do Algarve aproveitou.
Não existe mercado? Mas patrocínios para queimas das fitas com milhares de litros de bebidas alcoólicas já há? E a Rádio Universidade de Coimbra? Como é que sobrevive num mercado bem mais pequeno? E a de Braga? e a do Algarve? Isto para não falar na do Marão ou a RIIST.
Quanto às condições técnicas, a Académica Net tem material técnico que tomara muitas emissoras locais ter.
«A Rádio Universitária do Minho demorou 15 anos a conseguir dar lucro»? Mas dá! E sobrevive! E é uma alternativa no éter, além de garantir postos de trabalho.
É uma forma de estar muito portuguesa esta do investidor querer retorno de imediato e, de perferência, com lucros. Depois é o que se vê.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Quotas de música na rádio - I

Correio da Manhã”, “Público” (a notícia não está online) “Diário de Notícias” e “Diário Digital” falam da alteração à Lei da Rádio, aprovada ontem, que impõe às estações radiofónicas portuguesas a obrigatoriedade de passar entre 25% e 40% de música portuguesa - a percentagem será definida anualmente pelo governo - nas emissões entre a s 07h e as 20h. Da música portuguesa a difundir, 60% tem de ser composta ou interpretada por cidadãos da União Europeia em português. Se tivermos em conta que uma estação com muita música passa, na melhor da hipóteses, 16 trechos musicais por hora, então terá de colocar em antena pelo menos quatro canções em língua portuguesa. Destas quatro, uma pode ser de outra nacionalidade que não portuguesa.

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

A não perder amanhã na Antena 2

Amanhã, o livro "As vozes da rádio", de Rogério Santos, vai ser tema de conversa no programa "Um certo olhar". O autor vai falar do seu livro e da história do meio radiofónico português.
O programa "Um certo Olhar" é apresentado por Luis Caetano na RDP - Antena 2, de segunda a sexta entre 12h e as 13h.

As rádios universitárias

O jornal “Diário de Notícias” tem um artigo bastante interessante sobre as rádios universitárias. No entanto, só são focadas as estações hertzianas (Coimbra, Minho, Algarve e Marão), ficando de fora as que emitem online (como a RIIST, por exemplo).
As emissoras académicas têm tradição em Portugal. Data de 1933 o primeiro projecto da Universidade de Coimbra: a “Emissora Universitária de Coimbra”.
Mas a radiodifusão académica não se limitou ao ensino superior. Na década de 1940, o liceu Pedro Nunes, em Lisboa, teve uma emissora em Onda Média que transmitia umas horas por dia. Nos anos cinquenta foi criada a Rádio Universidade, cujos programas eram feitos nos estúdios radiofónicos do Centro Universitário de Lisboa da Mocidade Portuguesa, e emitidos através dos emissores de "Lisboa 2" da Emissora Nacional.
Na década de 1980, nasceram vários projectos universitários, mas que acabariam por desaparecer, como a Rádio Universidade do Tejo ou a Rádio Universitária do Porto.

domingo, 8 de janeiro de 2006

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

O Ouvidor

O termo Ouvidor parece estar na moda desde que alguns candidatos à presidência da república portuguesa referiram o termo. Como este blogue tem como endereço “ouvidor” deixo algumas definições.
Segundo o “Dicionário de Comunicação” (Editorial Campus. 2002, Rio de Janeiro), um Ouvidor é um «profissional contratado por uma organização para observar e criticar detalhes que precisem ser corrigidos. Compete ao ouvidor receber reclamações, registá-las e investigá-las, apresentar críticas e avaliar as providências tomadas para correcção das falhas, tendo em vista o aprimoramento constante e o equilíbrio da organização no ecossistema social. Atuando de forma terceirizada ou fazendo parte do quadro de empregados da organização, ele precisa ter total delegação e confiança da alta administração e dos diversos públicos envolvidos, além de manter absoluta imparcialidade em relação aos assuntos que analisa».
Ou seja, no Brasil o Ouvidor é o Provedor do Ouvinte. Mas o termo é anterior à rádio e mesmo à descoberta do Brasil. Um Ouvidor - do latim auditore - era o representante do rei numa região e era a ele que competia zelar pela jurisdição régia e superintender os oficiais da sua comarca, investigando o modo como era administrada a justiça. Na diocese de Angra do Heroísmo (Açores) ainda se chama Ouvidor ao arcipreste (delegado do Bispo com jurisdição sobre determinado número de freguesias).
Uma outra definição para Ouvidor encontrei-a no blogue “O Coiso”: «antigo instrumento em forma de funil, que os moucos aplicavam ao ouvido, com a parte mais aberta para fora e pela qual se lhes falava».
Segundo o "Dicionário de sinónimos e antónimos da língua portuguesa" (texto editores), "escutador" e "ouvinte" são sinónimos de Ouvidor.

terça-feira, 3 de janeiro de 2006

No jornal “A Voz de Trás-os-Montes”

O semanário “A Voz de Trás-os-Montes” mantém uma coluna, da responsabilidade de Luís Pizarro, intitulada “Arquivos da Rádio”. Os artigos que li são mais direccionados para o radioamadorismo, mas a informação técnica é bastante interessante.
Os “Arquivos da Rádio” não estão disponíveis online, o que é pena.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

Rádios transmontanas dedicam espaço à Europa

A Cadeia de Informação Regional (CIR), que engloba várias rádios dos distritos de Bragança e Vila Real, vai passar a integrar a partir de hoje informação sobre a Europa.
A informação será distribuída por três blocos, sendo o primeiro um programa de 2 a 3 minutos a incluir no final do noticiário da CIR (2 edições diárias, às 12h30 e 18h30) e que conterá informação breve e factual de assuntos correntes, políticas e actividades europeias. Neste bloco noticioso serão privilegiadas questões que interessem aos ouvintes transmontanos (agricultura, floresta, questões regionais e transfronteiriças)
O segundo bloco noticioso será incluído no magazine CIR (sábados das 10h00 às 11h00) com duração de 5 a 10 minutos, e terá informação mais detalhada sobre temas europeus.
O terceiro bloco será o programa “Futuro da Europa”, com debates, entrevistas, esclarecimentos e sessões de perguntas / respostas com a duração de 45 / 50 minutos, a transmitir semanalmente em horário diferenciado escolhido por cada emissora. Cada programa será submetido a um tema específico: PAC, PESC, Ambiente, etc.
O primeiro programa “Futuro da Europa” será difundido no dia 08 de Janeiro, e vai contar com a presença do Embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Seixas da Costa, que exerceu o cargo de Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, entre 1995 e 2001. Foi, também, o representante português nas negociações dos Tratados de Amesterdão (1996-97) e de Nice (2000) e coordenou a posição portuguesa na negociação da Agenda 2000 (1997-99).
O “Futuro da Europa” é produzido pela Universidade FM, de Vila Real, sendo moderado pelo jornalista Luís Mendonça. Em estúdio também estarão António Martinho (Governador Civil de Vila Real) e José Paulo Wilson (especialista em assuntos europeus).
A Cadeia de Informação Regional (CIR) é constituída pelas rádios Universidade FM (Vila Real), Montalegre, Vinhais, Onda Livre (Macedo de Cavaleiros), Brigantia (Bragança), Terra Quente FM (Mirandela), Alfândega FM (Alfândega da Fé). Ansiães FM (Carrazeda de Ansiães) e Mirandum FM (Miranda do Douro).

Programa Febre de Sábado de Manhã em CD *

Definitivamente, a década de 1980 está na moda. Mais um programa de rádio daquela década vai ser tema de uma compilação musical em disco: o Febre de Sábado de Manhã, que era apresentado por Júlio Isidro na RDP – Rádio Comercial.
O CD comemorativo dos 25 anos do programa será comercializado a partir do dia 16 de Janeiro e conterá músicas da época escolhidas por Júlio Isidro.

* Informação retirada da revista Sábado (não está online)

Gato escondido com o rabo de fora?

Emídio Rangel ao "Diário de Notícias" (não está online): «Acho que podem surgir mudanças na paisagem mediática, nomeadamente na rádio. Há possibilidades de aparecerem outros operadores, parece-me que se perfila essa hipótese».

domingo, 1 de janeiro de 2006

69 anos de emissões regulares da RR

A primeira ideia de uma emissora católica começa a 29 de Março de 1931, quando o padre Magalhães Costa escreve um artigo no Jornal “Diário do Minho” intitulado «A Radiofonia e os Católicos em Portugal», voltando ao assunto a 19 de Fevereiro de 1932, com o artigo «Aí, Valentes Católicos! “T.S.F.”». No entanto, o impacto destes dois textos foi muito reduzido.
No ano seguinte a ideia de uma emissora católica ganha força, com um texto de opinião na revista “Renascença” da autoria de Zuzarte de Mendonça: «T.S.F. – Para um posto emissor ao serviço dos católicos». É aqui que nasce o nome “Rádio Renascença”.
A ideia começa a tomar forma e nos números seguintes da revista Monsenhor Lopes da Cruz manteve uma campanha de recolha de fundos para a consolidação da Rádio Renascença de que ia dando conta através de artigos publicados na revista “Renascença”. Em Junho de 1936 arrancaram as emissões experimentais da RR e no dia 1 de Janeiro de 1937, a Rádio Renascença – Emissora Católica Portuguesa passou a emitir regularmente em Onda Média.

(Algumas) Memórias radiofónicas de 2005

No ano de 2005, desapareceram Matos Maia e Jorge Perestrelo. Ambos marcaram a radio portuguesa. Matos Maia teve um percurso radiofónico brilhante, com episódios marcantes na história da rádio, e deixou vários livros relacionadas com o meio (Telefonia; Aqui Emissora da Liberdade; A invasão dos marcianos). Jorge Perestrelo definiu um estilo de relato desportivo em Portugal.
A 7 de Abril, a TSF foi protagonista da primeira emissão radiofónica em Portugal dedicada a pessoas com deficiências auditivas, sincronizada, via Internet, com linguagem gestual.
2005 foi, também, o ano em que o podcasting entrou na rádio portuguesa. Lentamente algumas emissoras foram disponibilizando podcasts, mas falta a rádio pública (RDP).
Foi criada a figura do provedor do ouvinte para a RDP. No entanto, ainda nada se sabe sobre quem será o futuro ouvidor.
Também foram definidas quotas mínimas de música nacional nas rádios portuguesas. Continua-se a legislar sem o mínimo conhecimento do meio radiofónico português.
A TSF mudou de mãos. A Portugal Telecom vendeu o grupo Lusomundo Media (detentor da TSF e de vários jornais) à Controlinveste. A transacção mais pareceu uma novela, já que houve organismos que, constantemente, colocavam duvidas que travavam o processo.
O grupo espanhol Prisa tornou-se accionista da Media Capital. É previsível que as emissoras detidas pelo grupo alterem a sua filosofia.
A Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS) foi extinta. O seu lugar foi ocupado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Espera-se deste novo organismo mais dinâmica.
Ao longo do ano transacto foram editados três livros sobre a história da rádio portuguesa: “A emissora nacional nos primeiros anos do Estado Novo 1933 - 1945”, de Nelson Ribeiro; “As vozes da Rádio 1924 – 1939”, de Rogério Santos; e “A rádio em Portugal e o declínio de Salazar e Caetano 1958-74”, de Dina Cristo.